C28

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Camila Cabello Point of View

Estou no parquinho próximo a escolinha de Lucca, ele pediu para passarmos aqui pois queria brincar mais um pouco com seus coleguinhas. Observo o pequeno correr com um sorriso no rosto atrás das crianças, ele está com a blusa suja e ralou o joelho mas o importante é que está feliz e se divertindo. A mãe de um dos coleguinhas de meu filho, Payton o nome dela, está ao meu lado enchendo meu saco falando sobre seu marido, a partir do momento que ela me conta sobre sua vida ela me dá liberdade para opinar sobre, e minhas opiniões sobre o marido imbecil que ela tem não são nada boas.

— Eu falei para ele buscar as crianças hoje pois eu precisava ir ao salão de beleza dar um jeito no meu cabelo. Ah... Eu me sinto tão feia, estou com olheiras enormes pois quase não durmo porque Brendon anda tendo muitas crises de pânico pelas madrugadas, Lisa, a minha mais velha está aprendendo a ler e a escrever, então ela fica tão animada que não consegue parar simplesmente um minuto quieta. E tem o Téo. - Ela olha para o bebê em seu colo sugando tudo que pode de seu seio avantajado. — Ele só vive assim, pendurado em mim, não sabe querer outra coisa. Se eu tiro o peito dele, garota, eu juro, ele faz um escândalo. Olha só. - A mulher afasta o bico do peito da boca do bebê tão pequeno, e ele abre um berreiro tremendo. — O que eu disse? Vou acabar ficando louca. - Olho para ela um tanto assustada. Realmente a mulher não parece estar bem. Seu cabelo está todo arrepiado e muito ressecado, o cheiro dela fede a golfo e leite de peito.

— Você tem 3 filhos? - Pergunto, olhando para ela de forma curiosa. Seus cabelos são ruivos, e a pele é tão branca que parece ser como a neve.

— Sim. Uma de 5 anos, outro de 3 e esse de 7 meses. - Responde, parecendo cansada só em falar das crianças.

— E o pai? Não te ajuda em nada? - Questiono, já sabendo a resposta na verdade.

— Como eu estava te falando, pedi para ele buscar as crianças hoje e ele me mandou ir a merda e continuou jogando aquele jogo idiota de gente idiota! Isso responde a sua pergunta? - Me olha sorrindo, como se fosse divertido mas eu vejo no fundo de seus olhos o quanto ela está de saco cheio dele. Desvio o olhar procurando pelo meu filho, não posso perder ele de vista. O garoto brinca com a garotinha de cabelos laranja, provavelmente é a filha da mulher ao meu lado. Eles estão subindo o escorregador juntos. — Você me parece ter um homem de verdade ao seu lado, está tão bonita e arrumada, nem parece que possui problemas e tem filhos... - Comenta, me olhando de cima abaixo.

— Não sou casada, não tenho homem algum em casa, moro sozinha com meus filhos. - Respondo apenas, a mulher me olha pasma.

— Como consegue? - A realidade é que muitas são diferentes do que achamos ser o comum, para mulheres como ela, é realmente impossível se ver longe do marido por conta da dependência emocional investida, mesmo que ele não sirva para nada, para elas é melhor tê-los do que deixá-los.

— Isso é possível. - Sorri para ela reconfortante. — Eu vivi algo parecido com o que você está passando, meu ex-marido não servia para nada também, não me ajudava e eu ficava sobrecarregada com as crianças, depois de tanto apanhar simplesmente o mandei pastar. Somos mulheres guerreiras e merecemos ser tratadas como rainhas, não podemos deixar o nosso mundo na mão de homem algum! Enfrentei a tudo e a todos, não vou te falar que foi fácil, tive várias recaídas, ele voltou diversas vezes pois eu permiti, e então foi piorando. Quando você entender que nada vai mudar se não houver mudança drástica na parte dele, não adianta tentar quantas vezes for, não terá alteração e você só sofrerá mais. - Aconselho ela, que fica reflexiva.

— É... Você tem razão. Eu até poderia pensar assim, mas acho que estou grávida dele de novo. - Ela sorri sem graça. Oh meu Deus, é cada uma...

— Lu! - Chamo pelo menino. Ele continua correndo, indo para longe falar com outras crianças. — Filho, vamos embora! - Chamo novamente, dessa vez tendo a atenção dele. O menino anda calmamente até mim, com os ombros caídos e o olhar triste meio emburrado.

Welcome (Camila/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora