Welcome (Camila/You G!p)

C16

S/n Lyonne Point of View

Estaciono o carro de qualquer jeito na minha vaga do hospital, pego minha bolsa e tranco o carro as pressas pois se passar mais 3 minutos eu me atraso para o meu turno da tarde. Caminho apressada pelos corredores do hospital e adentro a sala dos armários guardando minhas coisas e levando meu jaleco.

— De novo? - Amber, a chefe de Neurocirurgia para a minha frente com uma cara nem tão boa. Ajeito meu jaleco, tentando estar o mais arrumada possível.

— Aconteceu um imprevisto, mas consegui chegar no horário. - Tento regular minha respiração, estou quase morrendo sem ar. Ela olha para os lados, e me puxa para sua sala.

— Senta aí. - Puxo a cadeira cautelosamente, não posso tomar um esporro. É demais para mim. — O que é que está acontecendo? Você é uma das melhores médicas desse hospital e de uns tempos pra cá está sempre chegando em cima do horário. Tudo bem que nem sempre são atrasos, mas não é assim que funciona, precisa ser organizada, chegar com calma, arrumar seus pertences e principalmente estar impecável visualmente. - Olha para o meu jaleco amarrotado. Escondo o rosto com as mãos, sentindo meu rosto queimar. — Está precisando de ajuda? Está acontecendo alguma coisa? - Nego.

— Está tudo bem, irei me precaver para que não aconteça novamente. Prometo. Não irá se repetir. - Ela assente.

— Você é uma das melhores internas na Traumatologia, a Cassie vê em você um prodígio para que assuma o lugar dela daqui a alguns anos. Não nos decepcione. Não perca o foco. Você pode se especificar ainda mais e até mesmo tem chance de virar chefe do setor inteiro tendo especialidade avançada. Isso, é claro, se você quiser e trabalhar duro para isso. - Engoli em seco.

— E eu quero, não dediquei anos da minha vida para vacilar agora, obrigado pelo voto de confiança.

— Se arrume com calma, irei dar uma desculpa para Cassie e arrume um jeito de passar esse jaleco, está deplorável. - Nega a cabeça colocando os óculos.

Amber é casada com Cassie. Por algum motivo as duas viram em mim algo bom ao ponto de investirem e me incentivarem. Elas veem em mim futuro, reconhecem meu trabalho e sabem que sou capaz. Entrei aqui como clínico geral, e estou atuando como interna em um dos maiores cargos do hospital que é Traumologia.

Elas acreditam em mim, e não posso desaponta-las.

Vou para os armários novamente e passo meu jaleco. Meu celular toca.

— Oi. - Atendo, ajeitando a roupa no corpo.

— "Conseguiu chegar a tempo?" - Ela pergunta, nego a cabeça sorrindo.

— Sim, mas vim correndo, precisamos maneirar nisso. Estou vindo virada a semana inteira, fui chamada atenção hoje. - Pressiono os lábios, tentando prender o riso — Você e suas rapidinhas, sabe que a gente não consegue fazer isso.

Ela ri.

— "Eu que fiz você se atrasar, a gente já sabia que isso ia acontecer pelo horário também. Você sabe que tem horas que não respondo por mim. Desculpe se te prejudiquei."

— Está tudo bem, a gente resolve isso mais tarde. - Ela solta uma risadinha.

Passei a noite com Camila e fui para meu plantão de madrugada, voltei para almoçar em casa e ela havia acabado de chegar do consultório. Demos um jeito em Adelina e transamos na garagem da minha casa, era pra ser rápido, mas quando estamos juntas ou extravasamos, ou extravasamos.

Na verdade, sempre quando volto para casa, dou um jeito e passo a noite com ela, consequentemente volto para o hospital virada pelas madrugadas e isso está acontecendo frequentemente pois quase todos os dias da semana dormimos juntas, e essa semana eu estou com meu plantão intercalado, venho para casa depois volto, tanto na tarde como na madrugada, então andei me descuidando, mas terei mais cuidado para não me afetar no trabalho. Estamos ficando em torno de 2 semanas, talvez 3, já foi tantas vezes e tantos dias que perdi as contas.