C23

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Camila Cabello Point of View

Eu sou uma burra, estúpida, idiota!

Como foi que isso aconteceu?!

Por que eu não me atentei?

Karla, você é imbecil, insensível e totalmente sem noção. Sim, é isso que eu sou. Não consigo parar de pensar no quanto eu fui idiota, como eu não vi?

Caminho para casa, sentindo meu coração bater como um louco. Por que desde que conheço S/n me vejo tão instável? Ela me deixa fora de controle!

Respiro fundo, antes de entrar em casa e não mostrar minhas emoções. Ok, se concentra e pense no quanto você fodeu com tudo.

Ela disse que está apaixonada por mim, e o que eu fiz? Aceitei seus pedidos para ir embora.

Respiro fundo uma, duas, três vezes... Meu peito arde, minhas mãos tremem. Confesso que a surpresa não é um sentimento tão forte e sim a paralisação que sinto agora. Me sinto paralisada, parece que estou fora do meu corpo observando minhas ações sem conseguir controlá-las.

Eu sei que não tinha necessidade de mentir e esconder as coisas dela mas, eu apenas falei. Por medo, talvez medo de machucá-la ou de afastá-la de mim, e foi exatamente isso que aconteceu, e até pior. Passei anos reclusa de tudo, sem saber bem como funcionava esse lance de ter alguém com que retribuísse aquilo que você oferecia, e então meti os pés pelas mãos.

Só que agora eu me sinto incapaz de consertar isso, porquê primeiro preciso aceitar que, talvez eu também sinta coisas por ela. E como eu sei? Nesse exato momento meus olhos estão cheios de lágrimas apenas pelo fato de saber que a magoei e que provavelmente ela não irá querer mais me ver, me tocar, conversar comigo ou apenas me olhar... Sei que sinto algo por aquela mulher porquê ela tocou meu coração desde os primeiros dias, desde as primeiras palavras... Mesmo eu fugindo tanto, mesmo eu correndo e tentando não me entregar ela me enfeitiçou com seu jeito sincero de ser, com seu sorriso de tirar o fôlego e a presença de quem sabe que faz bem.

Mas como? Por quê?

Não... Isso não pode acontecer!

Meu coração está acelerado, sinto um bolo na garganta prender toda a vontade que tenho de gritar.

Os meus motivos não são tão difíceis assim de entender, até mesmo para mim, psicóloga, sei que estou reprimindo nesse momento todos os vestígios de que eu também compartilho os mesmos sentimentos que ela, só que o meu calo machucado me impede de aceitar, me impede de digerir. É muita coisa para um dia só, preciso pensar, preciso ficar sozinha!

Abro a porta de minha casa que está totalmente silenciosa, entro como um furacão a procura de algo que me faça esquecer de tudo, pelo menos por agora. Escolho uma garrafa e encho o copo de um remédio que nos fez esquecer os problemas, o álcool. Adelina entra assustada no cômodo ao me ver agitada andando pra lá e pra cá, com o copo nas mãos. Estou desesperada, meus pensamentos estão me matando! E se ela nunca mais quiser nada comigo?

Sinto calafrios, meu peito arde e o coração bate agitado bombardeando sangue sem parar.

— Ei, menina, o que você tem? Está pálida! - Questiona preocupada, segurando em meu braço. Me desvencilho dela enchendo mais o copo e virando de uma vez. — O que foi que aconteceu para você ficar assim, minha filha? Me diga! - Me puxa nervosa, falando agoniada. Meus olhos se enchem de lágrimas, então me jogo em seus braços desabando de uma vez. Me sinto confusa, minha mente está embaralhada em diferentes emoções. Sinto dor, raiva, tristeza, culpa, saudade e... paixão.

Não é possível que ela tenha tanto de mim assim!

Só sei chorar, Lina tenta me acalmar mas, coloco para fora toda a angústia que sinto. Sei que, irei precisar resolver essa bagunça comigo mesma, mas, agora eu não consigo.

Welcome (Camila/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora