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Camila Cabello Point Of View

Leio atentamente cada palavra afim de relembrar algumas matérias que estudei na minha formação, esse caso do Kai está sugando todas as minhas forças me fazendo suar muito em tratá-lo, mas creio que iremos conseguir.

A psicologia para psiquiatria são áreas totalmente diferentes, apesar de existir funções parecidas entre si. A psicologia costuma olhar para os problemas psicológicos pela perspectiva filosófica, social e comportamental do indivíduo, buscando compreender as causas. A Psiquiatria atua pela visão médica, identificando os transtornos e prescrevendo os medicamentos adequados.

Eu como psicóloga não posso receitar qualquer tipo de medicamento e nem dar um diagnóstico, já um psiquiatra sim, é por isso que trabalhamos juntos num conjunto eficaz para dar o melhor atendimento e buscar os melhores resultados através de nossos serviços. Trabalhamos juntos pois em muitos casos essa junção serve para complementar um ao outro, e com isso ajuda mais no tratamento das queixas do paciente sejam quais forem elas.

Essa união é muito importante, apesar de que em muitos locais onde há essa junção, um anula o outro e no final ninguém ajuda o paciente, pois não há uma troca de informações, nem vontade de realmente realizar o seu atendimento. A partir do momento que vira uma competição, não há trabalho que possa ser exercido corretamente.

Todos os profissionais responsáveis pelo caso de Kai estão reunidos na sala de reunião neste instante estudando mais sobre e conversando sobre nossas próprias opniões profissionais. Acredito que essa forma de tratamento está sendo sim bastante positiva, estamos nos dando bem e juntando conhecimento para tratar o garoto.

— Posso dizer que o nosso plano de assistência está dando certo, apesar de demorado, finalmente estamos vendo resultado. Fico muito aliviado, ele realmente me preocupou. - Doutor Matthew Monaghan diz, desviando o olhar de seu livro, e olhando para mim. Ele é o dono da maior parte do hospital, temos uma ótima sociedade divido em partes favoráveis para cada um, porém alguns possuem mais privilégios do que outros ao terem maiores porcentagens, o que as vezes traz farpas soltas por não aceitarem seus lugares, como por exemplo, Doutor Arthur Shapiro e Karen Potts.

— Bom, estamos trabalhando rigorosamente para trazer Kai a realidade, o plano assistencial é continuar a utilizar métodos precisos que são muito simples. Como: Estimular a participação nas atividades recreativas e em grupo, assisti-lo em suas necessidades e apoiá-lo durante os episódios de delírio e alucinação, auxiliar na alimentação e na higiene e entre outros. - Falo, tirando os óculos fazendo todos me olharem. Me ajeito na cadeira, deixando a prancheta com os relatórios em cima do colo e colocando meu livro em cima dela.

— Dentro dessa semana começamos a usar algumas técnicas que foram de grande ajuda. As crises estão diminuindo, e quando ocorrem, usamos técnicas  como por exemplo: Deitá-lo em decúbito dorsal, em colchão duro, o uso de geléia eletrolítica nas têmporas para facilitar a transmissão da corrente elétrica e proteção da língua e articulações escápulo-umeral e temporo-mandibular durante as crises. - Karen diz, nos passando o seu relatório.

— Ótimo, estão tirando o protetor da língua e colocando o paciente em decúbito lateral para prevenir aspiração da saliva? - Doutor Monaghan pergunta, olhando para ela fixamente aguardando resposta.

— Sim, senhor. - Responde um pouco tensa. Ele passa muita seriedade e as vezes soa um pouco rude, parecendo até assustador para alguns, mas não sinto medo dele, e nem me sinto nervosa ao ouvi-lo falar. Ele costuma fazer com que você se sinta duvidoso sobre o que faz, para perceber sua reação e ver se está mesmo tão confiante do seu próprio trabalho. Sim, é um joguinho psicológico ridículo, mas a Karen cai.

Welcome (Camila/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora