Welcome (Camila/You G!p)

C34

Camila Cabello Point of View

— Temos umas das melhores festas de carnaval, é simplesmente uma das mais lindas que já vi na vida. Lembro de quando era criança e meus pais me levavam para as ruas para ver a banda tocar, os passistas desfilarem com toda aquela música alegre e os sorrisos contagiantes. - S/n comenta, andando de mãos dadas comigo pelas ruas. — Aqui é conhecido por ser o berço do jazz que teve origem na cultura popular e na criatividade das comunidades negras daqui. Mas a cidade vai muito além de jazz e festas, temos vários pontos turísticos legais que deixam os que vem de fora encantados, essa aqui é a parte mais bem vista do estado. - Ela continua explicando. — Essa cidade sofreu todo tipo de trauma natural e humano, o mais grave com o furacão Katrina e que, após 300 anos de história, hoje até que floresce abundante, com vida cultural intensa, além de uma arquitetura única, é de se aplaudir em alguns quesitos.

— Você gosta daqui? - Pergunta curiosa.

— Bom, não é o meu lugar favorito. - Respondo com desdém. Realmente não sinto conexão com Nova Orleans, apesar de eu ter vivido momentos especiais aqui, foi um lugar de muitos traumas. — Estamos em Frenchmen Street, é a rua onde os locais vão ouvir música boa já que a Bourbon Street está sempre lotada de turistas... - Continua a falar enquanto observo o bairro bonito com casas coladas uma na outra e bares elegantes, como nos temos antigos. — Os bares são ótimos, a comida é boa e a música maravilhosa. É possível assistir aos shows do bar, pagando uma bebida e dando gorjeta pros músicos. Não há cobrança de couvert artístico, nem consumação mínima. Existem shows pelas ruas também. Aqui é um lugar meio sombrio e estranho, pelos cantos dos becos você encontra feiticeiros e vampiros, alguns fazendo voodoo e outros arrumando encrenca.

— Você disse vampiros? - Pergunto curiosa.

— Sim, somos conhecidos de uma forma um tanto bizarra, a cidade possui diversas histórias sobre fantasmas, espíritos e outras tradições sobrenaturais que assombram a história de Nova Orleans. É estranho. Sobre os vampiros, em 2015 foi feito um estudo sobre e apenas aqui foram encontrados ao menos 50 vampiros. Mas, ao contrário do que se pensa, eles não são monstros que vagam pela noite, e sim, pessoas normais que dizem ter um problema de saúde que os fazem beber sangue, seja humano, seja animal. Nova Orleans possui muitos atrativos que a tornam um destino incrível, no entanto, muitas pessoas a procuram motivadas por uma característica pouco convencional: a cidade é considerada a mais mal-assombrada do mundo

— Que medonho, eu não fazia ideia disso. - Olho para ela assustada que ri ao ver minha reação.

— Relaxe, são só lendas, se deve ter medo dos vivos. - Comenta sorrindo.  — Bom, tem bastante coisa mas, resumindo, é isso.

— Eu achei a arquitetura muito bonita, as casas são diferentes e ao mesmo tempo tão conhecidas, parece que já estive aqui, me dá a sensação de estar voltando aos séculos passados. A sensação de estar aqui é boa, é uma cidade e tanto, estou gostando de conhecer.

— Na minha adolescência eu vinha exatamente para esse bar altas horas da noite, rolava músicas incríveis e dançávamos a noite toda, meus amigos adoravam uma gandaia, então viviam aqui, já eu quase nunca os acompanhava mas quando decidia sair, só saia daqui carregada. - Acabo rindo olhando para o bar bonito e sofisticado. Andamos por mais alguns quarteirões. — Tem uma estação de bonde ali na frente, quer ir? - Me olha.

- É sério? Vamos! - Ela ri de minha animação, seguro sua mão sendo guiada por ela observando todos os detalhes do lugar, quero gravar na mente cada parte, cada significado que faz parte de sua história, pois é importante para mim conhecer suas origens, ver o lugar em que ela cresceu. Estou amando estar aqui, adorei conhecer seus pais e me aproximar deles um pouco, me sinto inclusa pois eu quero participar da vida dela mais do que tudo, quero que saibam de mim, que saibam que sou alguém importante na vida dela e não apenas um mero detalhe. E pelo que vi S/n sempre deixou ciente para eles que eu existia, que tinha alguém. Isso me deixou ainda mais feliz.