Anne
Anne cuidou do seu cabelo selvagem, o quer dizer que demorou quase uma hora entre definir os cachos mecha por mecha e o secar com o secador para não molhar o travesseiro.
Quando chegou no quarto, Joe falava no telefone. O seu rosto não é exatamente feliz, mas o moreno nunca distribui sorrisos por aí. O homem tem um rosto duro, porém é seu rosto de sempre, carrancudo e fechado.
__ O que você está fazendo? - ele tem no colo um papel rabiscado.
Sem dizer algo, ele a deu o papel, mas sua atenção ficou na outra pessoa do outro lado da linha. Anne leu os três primeiros itens da lista e o olhou com um meio sorriso.
__ Como você é pretensioso querido. - disse se movendo para sentar no seu colo.
__ Eu não diria pretensioso, desesperado...? Talvez. - fala tirando o celular do ouvido por alguns segundos.
As mais de Anne passaram pelo peito desnudo e seguiu a trilha de pelos negros abaixo do umbigo, ele olhou atentamente para suas mãos. Mas uma linha tensa se fez em sua testa, e ele voltou a se concentrar no telefone.
O que a preocupou.
__ Quem é? - pergunta.
__ Erick. - responde, sua voz está seca.
Anne percebeu que não tiraria muito dele, então espero antes de iniciar um interrogatório. Ela olhou para a janela embaçada, chovia faz um tempo, ela gostava de chuva, embora odiasse o frio. Ela até podia assistir televisão para matar o tédio, se não estivesse queimada. Mas estranhamente Anne se sentia em casa, como se tudo estivesse igual á meses atrás. Bom, nem tudo igual. Naquela época, a negra estava sozinha e pensava que uma relação levaria alguns meses ou anos para consolidar. Vendo joe, entendeu que basta uma conexão forte e dias ou meses não fazem diferença alguma.
_ Você está perturbando seu amigo num domingo a noite, não podia esperar até amanhã? - pergunta entrelaçando seu pescoço com os braços ao finalizar a ligação.
__ Eu estou expirado, segunda eu teria esquecido quase tudo. - diz.
__ Você fez uma lista. - ela o lembra.
Joe alisou a barba, uma mania que ele faz ao estar irritado ou pensando em algo.
__ Eu tinha outro assunto para conversar com Erick. - ele demora um pouco para dizer.
__ E que assunto seria esse?
Houve uma linha tensa em sua testa, antes dele passar a mão no cabelo e a olhar sério. Seu coração agitou com o seu silêncio.
__ Não está sendo muito para você, está? Sobre tudo, a adoção...?
Anne estava esgotada, mas nunca pensou sobre Joe. Até porque ele era o mais forte dos dois, mas ela o olhou compreensiva depois dessa interpretação.
Joe protestou expelido o ar pela boca irritado.
__ Eu decidir estar com você, a sua bagagem se tornou minha quando a beijei pela primeira vez. - diz, mas sua voz não passa de um grulhido raivoso.
Anne o fita surpresa para o quanto irritadiço ele está e cruza os braços.
__ Eu te perguntei porque não parecia bem, mas agora estou curiosa porque está com raiva. E lembre-se que não se contraria uma grávida. - ela olha para o homem com um olhar que diz "eu sei que tem algo de errado, então fale"
__ Bom, você tem dito muito isso ultimamente. - Joe diz ironicamente.
__ Eu estou com enjoos e fazendo junções de comidas que não existem. Mas eu descobrir que as pessoas são mais tolerantes e bondosas com grávidas. Se acostume, eu vou dizer muito isso querido. - ela o olha arteira, ela tinha uma ideia do motivo do seu mau humor.- agora me fale, como vão as coisas em casa?
Ela percebe ele enrijecer embaixo de si.
Hummm, ele mumurra parecendo não querer conversar. Seu nariz roçou no pescoço da jovem, e o moreno afastou o roupão que a negra usava para beijar entre seus seios.
Anne arqueia as costas com a carícia, mas se esquiva por saber que o moreno estava tentado a distrair.
__ Você não me respondeu, o que está acontecendo de verdade?
__ Você faz parecer fácil, ou será que eu quem sou fácil demais? - ele a olha sorrindo.
__ Querido não se ensina uma mulher a seduzir, temos isso dentro de nós. Apenas aperfeiçoamos a técnica. - sacode os ombros. - fale. - em se acomoda melhor em seu colo para o ouvir olhando em seus olhos.
Ele suspira pesado por ver que não venceria essa.
__ A minha mãe está muito abalada ao saber sobre o meu pai, outro estaria aliviado. Ele sempre a maltratou, mas a questão é que ela ficou mais depressiva. Stella tentou que ela se mudasse para o apartamento dela, mas ela disse que só se mudaria se fosse para morar comigo. - Joe a olha um tanto receoso para a outra, todos sabem que as duas mulheres não se aguentam.
Automaticamente Anne abriu a boca surpresa, ela estava disposta a ter alguém como Ellen debaixo do mesmo teto que ela?
__ Se é o melhor para ela ter você por perto... - ela dá de olhos, embora seja nítido em seu rosto que não está feliz.
__ Mas você vai ficar desconfortável. - ele diz relutante.
Anne sorriu por ele se preocupar com ela.
__ Eu não vou colocar o meu bem estar acima da saúde da sua mãe amor, alem disso não sabemos o estrago que seu pai fez com o psicológico dela. Não é inteligente deixá-la sozinha nesse momento.
Ela não ia impor que Joe escolhesse entre ela e a mãe, não a ama ou algo do tipo. Mas se Joe e Ângelo conviviam se odiando, ela acha que pode tentar.
__ Estar claro que Ellen precisa de ajuda. - Ela o beija e se levanta.
Como cogitou que o outro precisava de um tempo só, ela foi para o banheiro antes pegando um moletom do maior. E como não o quanto de espaço era necessário, ela se sentou sobre o vaso e aguardou alguns minutos. Até pensou em descer para conversar com senhora Jones se não fosse tão tarde.
Ela sorriu ao lembrar que o moreno evitava a mais velha, ser chamado de gostoso era uma coisa, ter sua bunda apertada por uma senhora era outra.
Ao bisbilhotar pela fresta da porta, Joe estava parado em frente ao banheiro parecendo atordoado. Ele havia trocado sua roupa de dormir o que a fez franzir a testa.
__ Você não disse que ia sair. - ela saí o olhando desconfiada, mas foi o olhar de pesar dele que a pós em alerta. - o que foi?
O homem olhou para o celular em suas mãos e depois para ela.
__ Ligaram do orfanato, Bella... - o moreno hesitou.
__ O que tem Bella? - seu coração acelerou.
Porém ele não a respondeu, ele a envolveu num abraço que aumentou a angústia de Anne.
__ Joe, por favor, o que houve com Bella? - ela o olha suplicante.
Ela sustentou o seu corpo no dele quando suas pernas fraquejam e seu corpo amolece com suas próximas palavras.
__ Levaram ela, levaram a Bella Anne. Eu sinto muito. - sua voz sooa culpada.
Mas a negra mal o ouve, a sua vista escurece e o quarto não passa de formas borradas. Talvez tenha tido uma queda de pressão, porque Anne desmaia nos braços do homem.
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APRENDENDO A AMAR -Amores Improváveis
RomanceAnne nunca se sentiu amada, foi deixada na porta de um orfanato ainda quando bebê. Anos depois consegue um importante emprego numa grande revista de moda, ela larga tudo para ir atrás do seu sonho. Só não contava com o mal tempo ...e é claro aquele...