Anne
Por um momento som algum saiu da boca de Anne.
_ Você está bem? - perguntou. - Tava com uma cara ruim.
Ela assenti e sorrir amarelo, poderiam ter várias Kitty na pequena cidade. A mulher não tinha de ser necessariamente aquela Kitty.
_ Estou ótima. - Sorri em falso - Você disse Kitty né? -a pergunta levantou a suspeita da mulher que franziu a testa.
_ Sim. Você a conhece? - devolveu com outra pergunta.
_ Não. O nome me pareceu familiar, mas deve ser coisa da minha cabeça. - desconversa.- vocês fazem entrega? - a mulher sorridente voltou, parecendo esquecer sua estranha curiosidade a outra.
_ Passe seu endereço e hoje mesmo entregamos.
Contente em receber as flores naquele mesmo dia, passou para ela. Podendo ver o momento exato em que seu sorriso desapareceu do rosto negro, ficando seria desviando o olhar do seu.
_ Oh você é a namorada do Joe? - ela pergunta sem graça.
Anne tem um palpite do que aconteceu, mas confirma quieta com a possível revelação.
_ Eu sou amiga da irmã dele, Stela me disse que Joe havia conhecido uma pessoa. Fico feliz por vocês dois. - ela não olha nos seus olhos, por mais que tente fingir normalidade. - Meu irmão irá a tarde com as flores.
_ Obrigada. - Anne vira para ir, mas não chega a dá dois passos e volta. - Ela é aquela Kitty... não é?
A outra arregala os olhos, e a olha desconcertada e assenti constrangida.
_ Sinto muito. Você sabe que é muito melhor que ela, certo? Não se prenda a isso. - as mãos gordinhas tocaram as suas. - Eu só fui realmente feliz com meu marido quando quebrei as correntes que me prendia ao passado, algo me diz que precisa fazer igual. Eu e Stela somos boas amiga, então sei um pouco da história de Joe . Ela me disse que ele estava diferente, que sentia que você era a pessoa certa para o irmão. - soltou as mãos, a olhando com carinho. - Você viu, ela seguiu a vida dela... siga a sua ao lado de quem merece tê-la. - aconselha.
As mulheres trocam um olhar cúmplice, Anne pondera que não devia ter uma reação chocante com isso. A loira é linda e ex de Joe e ela é... a moça nem consegue definir o que eles são.
"Não é um problema meu". Pensa.
_ Conversamos a um tempo, mas eu não sei o seu nome... ?- Anne lembra de a perguntar antes de ir.
_ Merda esqueci completamente, sou Débora e você é...
_ Anne.
_ Adorei conversa com você, quando vir a cidade passe aqui, as vezes essa cidade e um tédio. É bom ter com quem conversar.
_ Também gostei de sua companhia, marco qualquer dia desse para vim. Até mais! - se despede.
Fora da floricultura, ela buscou por um pet shop.Tudo feito de forma aleatória, A mente dirigia num caminho conflituoso, não esquecendo a mulher de mais cedo.
"Aquilo modificaria algo na relação entre Joe é ela?"
[...]
Joe retirou as sacolas de sua mão, colocando-as no carro.
_ Achei que tinha dito que podia comprar o que quisesse. - olhou as quatro sacolas.
_ Tenho o que preciso, essas são o que consegui carregar, o restante entregarão mais tarde. - disse de forma fria, ela sabia que estava estranha.
Ela pensava que se o olhasse nos olhos, o homem podia tirar tudo que tentava esconder.
_ O quê você tem? - ele a encara atentamente. - se for pelo cartão, você concordou em usá-lo.
_ Não é isso, eu só estou cansada. Podemos ir embora? - olha para o moreno parado em sua frente com um rosto desconfiado.
_ Não é apenas cansaço, não ficaria desse jeito. - Diz e seus braços a traz pela cintura para ele. - Desfaz esse bico e me fale o que aconteceu boneca.
Ok, Anne pode ter dado um pequeno sorriso com o apelido estúpido.
_ Não aconteceu nada Joe, a minha vida está uma bagunça. E eu não posso evitar de pensar nisso. - mentiu e reparou nas duas moças que passaram por eles os olhando, a ruiva cochicha algo no ouvido da outra e elas riem.
Joe fecha cara para as mulheres, o que é suficiente para que elas apresse os passos.
_ As pessoas daqui tem como hobbie fuxicar a vida dos outros. - explica, ele então a beija. - não há algo a mais para me contar?
_ O quê eu teria para o contar Joe? - sorrir nervosa.
A negra se solta do seu agarre e abre a porta da caminhonete subindo desajeitada. Ele também o faz, mas se vira para a olhar.
_ Sei lá, você está estranha.
Ela fita a janela do carro, para não ter que fazer um contato visual com o outro.
_ Eu sou estranha Joe, você não pode levar isso em consideração.
Ela gosta do som de sua risada rouca.
_ A Charlotte provaria isso se ainda estivesse de pé. - zomba do seu antigo carro que nesse momento já devia ter virado ferro velho. - Você não daria um nome para o meu pau não é? - ele sorrir levando na brincadeira, mas o desfaz ao ver o rosto arteiro da outra. - Não, você faria?! - ele ergue uma sombracelha.
_ Você colocou uma ideia na minha mente, agora eu vou pensar em muitos nomes para o seu... brinquedo. - ela olha para sua calça.
__ Eu me imagino broxando com isso. - ele rir, Joe a fita e acarícia sua bochecha. - Por que está pensativa?
_ Não é um assunto meu... - ela o diz hesitante, mas como notou que não podia o enganar... a melhor forma de esclarecer aquilo era falando.
Ela lembrou de como a outra mulher era bonita, e estava... enciumada?
Mas como Anne pode ter ciúmes de alguém que não é seu?
_ E de quem é então? - ele questiona divertido.
__ Seu. - ela o olha hesitante
__ Meu? - pergunta confuso.
Anne pensa em como entrar naquela conversa, ela recorre novamente a janela. Do outro lado da rua havia um parque, alguns jovens estavam reunidos um pouco a frente em um papo acarolado em uma roda de amigos.
_ Eu vi uma pessoa na Floricultura...
- disse ainda observando os jovens._ Você a conhecia, alguém da sua antiga cidade? - ele a encara sem entender.
_ Não, não era ninguém da minha cidade. Eu vi Kitty, sua ex noiva. Ela é muito bonita por sinal. - sua voz sai arranhada.
O moreno a olha sério por alguns segundos, e vira o rosto. Ela observa que o homem apertar o volante com força e seu maxilar está trincado. Ele respira fundo uma duas vezes e coça a barba.
_ Tudo bem? - ela pergunta, e coloca a mão em seu ombro preocupada.
Ele recua o corpo para o lado com o toque, deixando a jovem chateada. E pensando que devia ter ficado em silêncio.
_ Vamos embora. - e tudo que ele diz.
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APRENDENDO A AMAR -Amores Improváveis
RomantizmAnne nunca se sentiu amada, foi deixada na porta de um orfanato ainda quando bebê. Anos depois consegue um importante emprego numa grande revista de moda, ela larga tudo para ir atrás do seu sonho. Só não contava com o mal tempo ...e é claro aquele...