"Não acredite em tudo que você ouve. Existe sempre três lados de uma história: o seu , o dos outros e a verdade."
Anne 🍁❄
Não sobrou resquício da neve passada, mas suas mãos congeladas era o mesmo que ainda tivesse coberta pelo gelo. Uma das coisas que teria de conviver e com o suéter e andar sempre bem agasalhada. Isso por que a cidade localizada entre a área montanhosa não era tão apreciadora do brilho do sol como Anne.
Soprou o ar quente por entre suas mãos geladas esfregando uma nas outras.
_ Por que eu sinto como se estivesse dentro de uma geladeira? - perguntou a outra que atendia amistosa um adolescente.
Conhecia aquele olhar apaixonado e chutava um palpite que as rosas que comprava seria dada a uma garota de sorte.
_ Por que estamos, a temperatura nunca sobe tanto para curtir um dia na piscina ou tomar uma marquinha de biquíni. Você vai acostumar. - ela diz depois de atender ao ruivo.
A negra soltou um gemido frustrado.
_ Nem no verão? - pergunta esperançosa de ter ao menos uma mínima fonte de calor.
_ Não do tipo que você faça uma limonada para se refrescar. - deu de ombros. - mas da para sentar numa cadeira é tomar sol sem pegar insolaração. - diz e dá um olhar de pena a outra. - linda, é o mais quente que terá, sinto muito.
Anne resmungou descontente, atrás do balcão, esperava o sino na porta tocar quando alguém entrasse. Cada cliente que chegava, ela suspirava de alívio, porque se estava ocupada, não havia brecha para pensar demais.
Ontem ela recebeu fotos, de uma pessoa que um dia já conheceu como a palma da mão. O rosto estava mais amadurecido e duro, mas alguns traços de criança ainda permanecia mesmo com os anos. Bella se tornou uma bela adolescente e Anne se sentiu péssima por não ter acompanhado o processo. Foi uma ameaça sutil de Marx para que a negra não esquecesse que tem os olhos na menina, com o envelope também veio um endereço com data e hora, e ela soube que o pai de Joe queria a ver pessoalmente.
_ Mas, então? está gostando? - Débora perguntou tirando a outra de seus pensamentos.
Hoje a mulher estava sem as tranças coloridas e sim com os cachos soltos e bem mais grande do que já deixou o seu crescer.
_ Não é assim lá grandes coisas, os clientes diminuem em épocas não comemorativas. Eu conto muito com os fixos, já deve ter reparado que não tem muito movimento pela cidade. - diz.
Anne reparou que a cidadezinha e quase parada, mas os moradores são gentis e comunicativos
_ Minha boca está doendo. - ela estica os lábios. - Acho que esgotei a cota de sorrisos por hoje.
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APRENDENDO A AMAR -Amores Improváveis
RomantiekAnne nunca se sentiu amada, foi deixada na porta de um orfanato ainda quando bebê. Anos depois consegue um importante emprego numa grande revista de moda, ela larga tudo para ir atrás do seu sonho. Só não contava com o mal tempo ...e é claro aquele...