Capítulo 19

3K 287 4
                                    


Anne

Não era um sentimento do qual controlava, e como se uma voz bem lá no fundo de sua mente alerta-se de não se prender demais a alguém. O que era uma simples nuvem cinzenta para alguns, era sinal de tempestade para Anne. Quanto mais calmo estava, mais destruição trazia.

_ Pare de andar, você está me deixando zonza. - ela sorrir, mas o outro sequer a olha.

Parou de seguir os movimentos repetitivos de Joe a uns minutos atrás após ter certeza que o silêncio era preciso. No entanto a tensão é palpável no quarto, não trocaram uma palavra o caminho todo. Não por falta de tentativas suas, mas o moreno foi monossilabico " em casa" a disse.

Ele estava tão sério, que a negra nem cogitou o corrigir e dizer que a casa era unicamente sua e a jovem era uma "hóspede".

_ Ok, desculpa. Eu nem sei porque eu te falei disso, eu sou a última pessoa que deve te cobrar algo.  E a sua vida, e eu não o conheço o suficiente para entrar nesse assunto com você, tudo bem se estiver zangado comigo...

Os passos pesados de Joe indo de um lado ao outro no quarto, cessam. E ele a olha cemicerrado.

_ Eu não estou zangado com você. - rosna.

_ Não está? - ela ergue a sobrancelha. - ignorar uma pessoa, e estar zangado para mim.

Ele passa as mãos no cabelo nervoso, não era a situação ideal, mas os lábios da garota sobem num sorriso. E fácil de saber quando o homem está descontente, ele quase arranca os cabelos na mão. Ela tem certeza se olhar bem, verá alguns fios em sua mão.

_ O que me dá raiva, e que é sempre sobre Kitty. Não importa o quanto as coisas estejam indo bem, esse assunto sempre volta. As pessoas podiam simplesmente esquecer disso. - ele diz e respira profundamente, se sentando ao seu lado.

Anne fica uns minutos interpretando as palavras e o desabafo nelas. Ela pensa o quanto difícil deve ser para ele, ter o passado frequentemente vindo a tona. Ela própria se contorce de raiva quando as pessoas trazem o fato dela ter sido órfão nas conversas. Muito interessadas em saber como é estar em um orfanato, como se isso a diferenciasse dos outros.

Porém Anne tinha que tentar algo, para saber com o que ela estava lidando. A resposta do moreno diria se ela estava sobrando ali, e se estivesse...

"Aquele não era o lugar de Anne."

_ Provavelmente eu vou piorar as coisas, mas... você ainda a ama? - ele a  fita assustado. -Você têm sentimentos por Kitty Joe? - pergunta.

O homem vira o rosto, e olha para a parede fixamente em silêncio. Anne sentiu uma pontada em seu coração, por mais que não tenha sido físico. O efeito foi o mesmo, ela ficou furiosa  consigo mesma por ter ficado cabisbaixa com a sua falta de resposta.

Anne une o pouco de dignidade que a resta e se levanta, ela alisa o vestido como se limpasse uma sujeira invisível. Mas era só porque não sabia o que fazer com as mãos.

_ Eu não serei a pessoa que você vai usar para esquecer a sua ex, acho melhor eu ir...

_ Pra onde? - ele a corta e a olha com preocupação, contudo o desgosto da negra foi por ele não ter dito nada para a impedir.

_ Eu tenho um dinheiro guardado, eu posso pagar um hotel por alguns dias e depois... eu me viro. - ela diz baixo, mas não faz ideia do que fazer depois que sair dali.

Ela fita a sua mala no canto do quarto, o homem tinha separado uma pequena parte do guarda-roupa para ela.  O que é engraçado, os dois estavam agindo como se estivesse mesmo em um relacionamento e não  tratasse apenas de sexo. Quando passa em pegar o objeto, sua voz corta o silêncio.

_ Eu a amei por muito tempo. - diz, a outra engole o incômodo com a revelação. - e pensei que nunca estaria livre desse sentimento... - seu sorriso é irônico. - eu não faço propostas sexuais a mulheres, e muito menos as trago para a minha casa. Na verdade eu não gosto que niguem me perturbe, mas você... - ele a olha ardentemente, o faz a outra abaixar a cabeça sem graça. -  eu te desejo como não acontecia a anos, foi assim ontem e hoje e amanhã. Não é o bastante, eu te quero cada vez mais. Eu não sei o que eu estou sentido, mas eu gosto de você Anne. - diz.

A negra não esboça qualquer reação, porque aquilo é muito para alguém ouvir. Joe não só disse que não nutria sentimentos pela loira, ele contou mais. É o mais louco disso, e que ela sentia o mesmo. Não era só desejo, tinha algo mais que a outra ainda não sabia definir corretamente. Mas os  braços do moreno, se tornou seu lugar favorito. Um toque e ela estava entregue a ele totalmente.

_ Eu preciso pensar sobre isso, eu não tenho uma resposta para te dar agora. Desculpe. - ela o olha sem jeito e temerosa que o outro fique desapontado depois ter aberto o que sente pra ela é Anne não ter nada para o dizer.

Porém Joe sacode os ombros e inclina em sua direção com um sorriso divertido.

_ Você não tem que dizer algo, isso não foi uma declaração boneca. - ele a beija. - eu disse que arrumaria um emprego para você, e eu vou cumprir a minha palavra. - a sua mão passa no pescoço de Anne e como esperado o seu corpo começa a esquentar. - fique o quanto você quiser, e enquanto isso podemos tirar proveito disso tudo. - sua voz carrega devassidão, como expectativa.

Anne entende ao que ele se refere, e sem timidez senta em seu colo. Podendo perceber o quanto o homem está excitado, ela olha para baixo e rebola devagar sobre o membro. Tirando uma respiração mais pesada do moreno.

_ Você parece animado. - ela sorrir com malícia.

__ O seu ciúmes me deixou com tesão. - ele responde e puxa a sua cintura para que não pare de mexer.

_ Eu não tenho ciúmes. - ela diz, mesmo que deconfie um pouco disso.

_ Ciúmes ou não, eu estou duro e vou te foder Anne. - ele diz antes dos dois trocarem um beijo intenso.

Joe a deita na cama e a negra não impede que ele tire suas roupas, eles estão construindo algo e a garota não se importar de verificar para onde o homem pode a levar.

APRENDENDO A AMAR -Amores Improváveis Onde histórias criam vida. Descubra agora