Capítulo 3

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Alice estava satisfeita com sua situação, sua empresa ia às mil maravilhas, agora ela tentava fechar um contrato com uma empresa espanhola para entrar no mercado internacional; sua vida pessoal também estava boa, como ela gostava de dizer "se fosse melhor estragava."

Ela tinha passado o dia na sede da empresa, que aliás tinha entrado na lista de grandes empresas farmacêuticas do país, e depois de uma reunião no fim da tarde ela correu para casa para se arrumar. Essa quinta-feira não era uma quinta-feira qualquer, era o dia que ela conseguiria fechar o desejado contrato com a empresa espanhola, que havia enviado dois representantes para um encontro.

Alice se arrumou e esperou na porta até seu namorado Paulo chegar para buscá-la, ela entrou no carro e começou a conversar com ele, tentando não falar sobre o jantar que os esperava. Os dois seguiram por quase todo o caminho conversando, Paulo gostava de falar de como eram os seus dias no hospital, Alice não se sentia intimidada por ele conseguir fazer uma conversa se dirigir para seu trabalho. Para ela o sucesso do namorado também era seu sucesso e ela gostava disso, Alice gostava da ideia de se relacionar com pessoas bem-sucedidas e conhecidas.

Ela se deleitava com seu status, afinal, a sociedade era movida por indivíduos influentes e era o que ela buscava: Influência.

A conversa seguiu normalmente entre os dois, que trocavam informações sobre seus respectivos trabalhos e que nenhum dos dois iria se lembrar mais tarde, até Paulo parar de falar repentinamente e voltar sua atenção para a música que tocava no rádio.

― O que foi? ― Alice perguntou, preocupada com a expressão que viu no rosto do namorado.

― Não, nada! É que essa música me fez lembrar de algo que ouvi hoje no trabalho. ― ele respondeu.

Ótimo, de volta ao assunto que ela estava acostumada.

Mas não estava tudo bem, o carro continuou andando e Paulo ainda olhava para o rádio em vez de olhar para a rua à sua frente.

― CUIDADO! ― Alice gritou apontando para a frente.

Paulo conseguiu desviar de uma pedestre que atravessava na sua frente no último instante, o carro balançou de um lado para o outro mas não aconteceu nada além disso. Ele estacionou o carro na primeira vaga que encontrou para poder se recuperar do susto, os dois respiravam pesadamente e se olhavam buscando talvez uma confirmação de que estavam bem.

― Será que... Não, deve ser coisa da minha cabeça. - Paulo murmurou.

― O que foi? Aconteceu alguma coisa? - Alice perguntou, tocando no braço do namorado, preocupada.

― Nada, de verdade. É que a mulher que eu quase atropelei parecia estar carregando um cartaz. No hospital hoje falaram de uma mulher com cartazes sobre o fim do mundo.

― Ah, deixa isso pra lá. A gente encontra pelo menos um desses malucos a cada esquina dessa cidade. - ela respondeu.

Paulo girou a chave na ignição, mas Alice segurou sua mão.

― Acho que a gente pode chegar lá a pé agora, segundo o mapa não estamos longe.

E foi o que fizeram, os dois saíram do carro e andaram até o restaurante. Quando chegaram e deram seus nomes, um atendente os levou até uma mesa. Os representantes da empresa espanhola já os estavam esperando. A expressão que Paulo dirigiu para Alice ao se sentar em uma mesa com dois completos estranhos dizia que não era aquilo que ele esperava, ela fingiu que não a percebeu e começou a conversar com os dois estrangeiros.

Todos na mesa acabaram se envolvendo na conversa, os estrangeiros e a empresária, porque tinham negócios a tratar e Paulo tomou para si a função de descontrair o clima de vez em quando e todos foram gratos por isso.

O jantar seguiu, a negociação foi rápida entre os representantes das duas empresas, eles já tinham chegado a um acordo antes da sobremesa e os espanhóis se despediram quando terminaram seus pratos, disseram querer deixar o casal aproveitar o resto da noite.  

Te vejo no fim do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora