Julia gostou de achar aquele documento, não servia para nada, mas mostrou que ela estava certa, buscar por algo dentro do carro deu em algo. Algo inútil, mas ainda assim não foi completamente infrutífero.
Ela observava o mundo do lado de fora do carro se movimentar rapidamente, mesmo depois de estudar física na escola, ela ainda não compreendia como era possível que do ponto de vista de quem estava dentro do carro, o carro em movimento parecesse estar parado e o ambiente, que estava parado, parecesse estar em movimento.
Julia ficou sonolenta, pensou que devia ser um dos remédios que Paulo havia lhe dado. Em vez de lutar contra a sensação de estar caindo no sono, ela a abraçou. Dormiu melhor que nas últimas noites, provavelmente porque em nenhuma das noites ela estivesse medicada. Ocasionalmente ela quase acordava por causa da dor do braço, que ficava prensado contra a porta do carro, mas sem se esforçar para acordar, voltava a nadar nos sonhos de alguém cujo sistema nervoso teve sua capacidade de resposta à dor diminuída.
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Te vejo no fim do mundo
Ficción GeneralJulia, uma psicóloga com agorafobia (medo absurdo de lugares com muita gente) proveniente de ter presenciado a morte da mãe de seu namorado (na época), resolve sair de casa e encontrar as amigas em um bar. Quando ela está voltando para casa, um terr...