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·Narrador

Emily e Priscilla estavam sentadas na sala de reuniões da empresa do avô de Emily, o homem havia chamado a neta para uma reunião, e como Priscilla estava na casa de Emily e ouviu a conversa insistiu em ir junto.

Elas esperavam o homem chegar, já haviam sido avisadas que ele chegaria em poucos minutos, o carro dele já estava na empresa e agora apenas o esperavam chegar no elevador, Emily estava ansiosa, ela não fora avisada do motivo da reunião.

Emily olhou para o seu relógio enquanto balançava as pernas, sua paciência estava indo embora, paciência essa que ela não tinha nos últimos dias, além da situação de Priscilla, que ainda estava meio mal com os acontecimentos, também tinha o fato de Malu ter voltado com a namorada.

Elas haviam tido uma briga e terminaram no dia em que Emily teve um ataque na casa, mas a poucos dias atrás, ela recebeu a notícia de que o casal havia emergido do inferno e que estavam mais unidas do que nunca.

E também fazia dois dias que não recebia notícias de seu irmão, por incrível que pareça, a única pessoa que não mudou em nada foi Carol, ela sempre ia até a casa de Emily para visitar Priscilla e implicar com Emily, como de costume.

Quando a porta da sala se abriu, Emily faltou soltar fogos, Priscila riu pela impaciência da amiga, chegava a ser engraçado ver fumaça saindo de suas narinas e ouvidos.

- Finalmente, estava esperando o que? A volta de Jesus? - perguntou de forma irônica ao seu avô que havia acabado de entrar na sala.

O homem a olhou com tédio, e logo desviou o olhar da neta para Priscilla.

- É bom vê-la novamente Priscilla, a última vez que a vi, tinha seus dezesseis anos - ele disse com um leve sorriso para a ruiva que sorriu de volta - Agradeço aos Deuses por ainda existir alguém que suporte a minha neta.

A cara de indignação de Emily fez Priscilla cair na gargalhada, o mais velho sorriu sarcástico para a neta que entortou a boca, Emily deu uma cotovelada em Priscilla que se engasgou com o vento, mas logo voltou ao normal.

- Está velho demais para fazer piadas - Emily disse para o avô, que se sentou à sua frente - Agora vamos ao que interessa, por qual motivo me chamou aqui?

- É sobre o seu irmão - o rosto de Emily ficou sério, Sam não a ligava a dois dias, não mandava mensagem, nenhum sinal de vida.

- O que aconteceu com o meu irmão? - ela perguntou um tanto desesperada, Priscilla segurou em sua mão e a apertou fortemente, sabia que o ponto fraco de sua amiga era o irmão mais novo.

- A dois dias o Samuel foi parar na emergência de um hospital com ferimentos graves de agressão - Arthur falou vendo a neta respirar fundo tentando manter a calma.

- A DOIS DIAS, POR QUE DIABOS NÃO ME DISSE ANTES!? - Emily gritou se levantando da mesa, mas nunca sem largar a mão de Priscilla.

- Eu apenas descobri ontem a noite, o Sam deu um jeito de entreter os pais, ele deu o meu número para uma enfermeira e pediu que me ligasse - ele explicava de uma maneira calma, tentava passar essa calma para Emily - E antes que pergunte, ele não mandou te ligar pois conhece a irmã o suficiente para saber que você teria um ataque - explicou fazendo ela ficar ofendida.

- Eu não...

- Você sim - tanto Priscilla quando Arthur falaram, Emily olhou para os dois e voltou a se sentar.

- Tá, vocês estão certos - admitiu - E onde está o meu irmão agora?.

- Ainda no hospital com os seus pais - a respondeu vendo ela arregalar os olhos.

- O QUE? POR QUE NÃO TIROU ELE DE LÁ? - dessa vez os outros dois presentes na sala taparam os ouvidos.

- Serviu de nada - Arthur falou olhando para as suas próprias mãos.

- Concordo - Priscilla falou tendo Emily revirando os olhos.

- Entenda, Emily. Assim que o seu irmão me ligou, eu contatei o meu advogado e ontem mesmo ele começou a trabalhar nisso, vamos buscar o seu irmão hoje - um brilho genuíno apareceu nos olhos de Emily.

- Não brinca comigo, vovô - pediu com medo daquilo ser mentira.

- Nunca brincaria com algo sério - assim que ele terminou de falar, Emily deu um grito e pulou em cima dele o abraçando.

- Quando vamos? - perguntou parecendo uma criança quando ia ao parque.

- Agora mesmo.

Emily olhou para Priscilla que sorriu.

- Vocês podem me deixar em casa? - Priscilla perguntou quando os três entraram no elevador, Emily a olhou confusa.

- Não vai com a gente?

- Acho que isso é coisa de família - explicou o seu ponto de vista.

- Mas, você é minha família - um sorriso bobo surgiu nos lábios de Priscilla ao escutar Emily falar aquilo.

Emily sempre deixou claro o quanto Priscilla era importante para ela, a ruiva era mais do que sua melhor amiga, era parte de si, uma parte essencial de si, a qual ela pretendia nunca deixar para trás. Emily não deixou escolhas, ela praticamente arrastou Priscilla com ela até o hospital, Arthur apenas ria das duas garotas arrumando motivo para brigar durante todo o caminho.

Ao chegarem em frente ao hospital, Emily acalmou os ânimos, não estava mais tão eufórica, porque somente quando estava na porta do hospital ela percebeu que teria que dar de frente com o seu pai, algo que ela não fazia a quatro anos.

Quando percebeu os ombros da amiga caírem, Priscilla segurou a mão dela fortemente tentando lhe dar forças, eles entraram no hospital, Arthur foi na frente, o advogado já estava no hospital e tratou de falar com o chefe do lugar para explicar toda a situação.

A polícia foi acionada, o advogado pediu que os três esperassem pela polícia antes de entrar no quarto onde Samuel estava internado, eles se sentaram na sala de espera por uns dez minutos, que foram como uma eternidade para Emily.

Assim que a polícia apareceu, os três foram liberados para entrar, a polícia ficaria a espera, estavam ali por precaução, ainda não podiam prender o pai de Emily sem provas concretas, por mais que tivesse o testemunho de Sam e Emily, junto ao de Arthur e Priscilla que presenciaram situações de pavor.

Emily não largava a mão de Priscilla por nada, aquele contato com a ruiva era a única coisa que a mantinha de pé no momento. Arthur andava a frente ao lado de seu advogado e o chefe do hospital, as meninas iam atrás calmamente, por mais que estivesse furiosa, Emily ainda tinha medo do pai, foi esse o motivo que a levou a evitá-lo por quatro anos.

Mas ela não poderia fugir para sempre não é mesmo, uma hora ou outra ela teria que enfrentá-lo, ela precisava lutar pelo seu irmão naquele momento, e isso era motivo o suficiente para mantê-la de cabeça erguida.

Family Issues | MalufcaOnde histórias criam vida. Descubra agora