Family Issues | Malufca

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Último de hoje pessoal

·Narrador

Emily estava deitada no sofá de sua sala com fones de ouvido no volume alto enquanto batia as pontas dos dedos contra o sofá e cantava baixinho sem ao menos perceber. Carol, que procurava por Priscilla entrou na sala vendo a mulher, Carol estranhou na hora, a última vez em que ela viu Emily cantando foi quando elas estavam na casa chango e ela estava mordida de ciúmes de Malu com Dani.

Priscilla entrou na sala esbarrando em Carol.

- Oi, amor, eu queri... - antes de terminar a fala Priscilla percebeu que Emily cantava - Deus, isso é terceira guerra mundial - murmurou vendo a amiga cantar.

- O que deu nela? - Carol perguntou escutando um suspiro vim de Priscilla.

- Malu passou o dia inteiro com a Dani - Priscilla falou.

- Mas elas só foram comprar bebidas para a gente - Carol falou, afinal havia sido ela quem pediu a Malu para ir comprar bebidas, e Dani se ofereceu para ir com ela.

- Carol, caso não saiba, a Emily não sabe lidar com seus próprios sentimentos, esqueceu que é por isso que enfiamos ela na terapia? - Priscilla perguntou de forma retórica.

Carol olhou para a ruiva antes de voltar a sua atenção para Emily, a forma como ela cantava era linda, mas mesmo assim odiava cantar, e só o fazia quando estava magoada ao ponto de não se importar com as memórias que vinham junto a melodia saindo de sua boca.

- Por que ela odeia tanto cantar? - Carol perguntou para Priscilla não entendendo isso.

- Pelo mesmo motivo que odeia tocar piano, porque foi algo que o pai dela a obrigou a fazer - Priscilla falou tristemente - E quando ela não fazia direito, ele lhe dava castigos cruéis. Cantar a faz lembrar disso.

Carol olhou nos olhos de Priscilla vendo a dor nos olhos que tanto amava, a ruiva já havia presenciado uma dessas cenas, ela estava escondida no armário de Emily quando aconteceu, e Priscilla teve que lutar para não deixar seus soluços escaparen e piorar as coisas para S/n, era doloroso lembrar, e mais doloroso ainda saber que não era a primeira vez, ou a última.

A Borges decidiu por não perguntar o que acontecia, ele percebeu o quanto aquilo machucava Priscilla, e ela se perguntou como Emily se sentia, se aquilo magoou Priscilla apenas por ver, o que fez com Emily? E como ela aguentou isso durante tanto tempo?

Espere, espere, segure-se em mim
Hold, hold on, hold onto me

Porque eu sou um pouco instável
'Cause I'm a little unsteady

um pouco instável
A little unsteady

Espere, espere, segure-se em mim
Hold, hold on, hold onto me

Porque eu sou um pouco instável
'Cause I'm a little unsteady

um pouco instável
A little unsteady

Mamãe, venha aqui
Mama, come here

Aproxime-se, apareça
Approach, appear

E papai, estou sozinho
And Daddy, I'm alone

Porque esta casa não parece um lar
'Cause this house don't feel like home

Se você me ama, não deixe ir (esperar)
If you love me, don't let go (hold)

Whoa, se você me ama, não deixe ir (espera)
Whoa, if you love me, don't let go (hold)

A voz de Emily levemente rouca ao cantar, mostrando o quanto estava empenhada em descontar seus sentimentos e frustrações nas letras daquela música, mostrando a dor que acompanhava a linda voz, o rosto sereno e o punho batendo contra o ar, olhos fechados pressionando fortemente. Carol se impressionava cada dia mais com Emily, talvez somente agora, a morena percebesse a força da mais velha.

Foram dezoito anos no inferno e ela ainda estava de pé, apesar de toda dor que a acompanhava, ela ainda sim se mantinha de pé, lutando contra seus próprios medos, e no final lutando contra si mesma, por medo de se tornar alguém que ela odeia e despreza.

Malu chegou a casa com Dani, as duas carregando sacolas com bebidas, elas estavam rindo e conversando, mas a voz rouca que cantava dolorosamente chamou a atenção das duas, elas andaram até a sala vendo Capri paradas olhando para uma Emily, que dava tudo se si em uma música que chegava a tocar o coração de qualquer um. Malu deixou as sacolas no chão fazendo um pequeno barulho, que chamou a atenção do casal.

Sem esperar por um questionamento de Priscilla que já abria a boca para falar, Malu andou em direção a Emily, quando chegou perto dela, a mais nova se sentou no colo da Alencar fazendo ela se assustar e parar de cantar abrindo os olhos e impulsionado o seu tronco para cima, se sentando no sofá com Malu em seu colo.

Emily olhou para Malu confusa e estava prestes a fazer um questionamento quando a mesma a abraçou passando seus braços pelo pescoço da mais velha e rodeando a cintura de Emily com suas pernas, Malu descansou sua cabeça no ombro de Emily que ainda estava um pouco confusa, mas que mesmo assim abraçou a mais nova de volta.

Carol tratou de puxar Priscilla, pegando as sacolas que Malu deixou no chão e levando para a cozinha, Dani olhou para as duas garotas no sofá e suspirou seguindo o casal Capri.

- Você está bem? - Emily perguntou e começou a fazer uma leve carícia nas costas de Malu.

A mais nova apenas concordou com a cabeça e apertou Emily ainda mais no abraço, Emily passou suas mãos por baixo da camisa grande e larga que Malu usava, o contado das mãos dela entrando em contato com a pele nua de Malu a fez estremecer acima dela.

- Gosto quando me toca - Malu comentou ao sentir os dedos de S/n deslizarem por suas costas.

- Por que? - perguntou, Malu levantou a sua cabeça para encostar a sua testa a de Emily.

- Me sinto especial, você me toca com tanta delicadeza, como se eu pudesse quebrar a qualquer momento e você tivesse medo, mas ao mesmo tempo curiosidade - falou baixinho e descansou sua mão sobre a bochecha esquerda de Emily.

- É porque você é especial - afirmou abraçando a cintura de Malu por baixo da blusa e a puxou para mais perto de si - Ou ainda não tinha percebido isso? - perguntou brincalhona.

- Não tem como não perceber quando se trata de você - Malu passou a língua pelos seus lábios ressecados e olhou nos olhos de Emily vendo um brilho de admiração ali.

As duas compartilharam de um doce beijo, apenas um encostar de lábios que foi o suficiente para fazer seus corações palpitarem juntos, em uma só sintonia, como se estivessem conectados um ao outro, como se fossem um só.