·Emily Alencar
Quando chegamos haviam carros nos esperando no aeroporto do Rio, Thomas era o meu segurança que tomava conta de algumas propriedades minhas por aqui, eu havia pedido a ele que trouxesse uns quatro carros para o aeroporto, os meus seguranças ajudaram a colocar as bolsas do pessoal dentro dos carros, nós íamos para uma das minhas casas que era perto da praia, Priscilla fez questão de falar para todo mundo e eu tive que mandar alguém arrumar tudo para nós receber.
- Senhora, a casa já está pronta para receber a senhora e seus convidados, a dona Kelly será a sua governanta e estará lá para o que precisar - Thomas me informou e eu apenas assenti e andei em direção ao carro.
Thomas abriu a porta para que eu entrasse no banco da frente, no carro em que eu estava ia Joãozinho e Juh Mazoco, Priscilla foi junto a Carol, Malu e Dani no carro atrás do meu, mais alguns foram no terceiro carro e o último levava as malas que não couberam nos três carros. O meu motorista deu partida para a minha casa, eu fui o caminho inteiro olhando pela janela.
Fechei os olhos tentando ignorar qualquer zumbido externo, minha cabeça começava a latejar, e eu não saberia dizer se foi por causa do whisky no vôo ou por causa da barulheira de buzinas e pessoas falando alto, o meu óculos escuros estava em meu rosto impedindo que o sol me causasse mais dor de cabeça.
Chegando a casa, os carros foram estacionados em frente a ela, desci do carro e andei para dentro da casa sendo acompanhada pelos outros, ao chegarmos na porta Kelly já estava à nossa espera, ela tinha um belo sorriso no rosto, quando cheguei perto dela, ela puxou a minha cabeça dando um beijo na minha testa, ela se afastou para olhar em meu rosto, com cuidado tirou meus óculos escuros olhando fixamente em meus olhos logo os colocando de volta.
- Entrem - ela chamou e todos entraram - Sejam bem-vindos, eu irei mostrar os quartos onde iram ficar, apenas vamos esperar os garotos trazerem as malas - ela falou com um sorriso no rosto.
- Kelly pode mandar eles levarem as minhas malas para o meu quarto? - perguntei e ela concordou ainda sorrindo, dei um pequeno sorriso a ela e andei em direção as escadas.
- Quer algo mais, senhora? - ela perguntou.
- Uma aspirina seria ótima - falei ainda subindo.
- Eu já levo para a senhora - ela falou e eu fiz um barulho em concordância.
Fui até o quarto principal, que era o meu, entrei e fechei a porta, fui em direção ao closet vendo que havia algumas roupas minhas ali, todas intocadas e com um cheirinho gostoso. Peguei uma calça e um top, e uma calcinha, andei até o banheiro e me preparei para tomar um banho morno, molhei a cabeça para ver se isso aliviava um pouco da dor, mas não adiantou muito. Terminei meu banho e me vesti deixando meus cabelos ainda molhados.
Ouvi uma batida na porta e fui até ela abrir, Thomas estava do outro lado com a minha mala, eu havia trazido apenas uma, pois tinha roupa aqui.
- Obrigada, Thomas - agradeci e peguei a mala.
- Disponha, senhora. A dona Kelly pediu que descesse, ela fez um chá para a senhorita - ele comunicou.
- Ok.
Thomas saiu e eu levei a mala para dentro do closet, sai do quarto e desci as escadas, quando cheguei no andar de baixo não tinha ninguém, caminhei até a cozinha onde encontrei Kelly fazendo o meu chá, me sentei no banco do balcão e fiquei a olhando, ela me olhou e sorriu.
- Lembro quando o seu avô te trouxe aqui pela primeira vez, parecia um gatinho assustado, eu não entendia no começo, mas conforme fui passando tempo com você, eu fui entendendo - ela falou e me entregou uma xícara de café - Seu avô era um homem bom e gentil, mas também era solitário e guardava suas dores para si, e você infelizmente puxou aos dois lados dele - ela falou e me entregou um comprimido e um copo de água.
- Acha isso ruim? - perguntei e coloquei o comprimido na boca tomando água para ajudar a engolir - Que eu me pareça com ele?
- Em parte, sim - ela respondeu me olhando nos olhos - Guardar tudo para si nunca é a resposta, Emily.
Eu não disse nada, apenas peguei a xícara tomando o chá.
- Ele morreu sem nunca ter superado a morte da sua avó - ela falou e eu a olhei nos olhos - Ele sofria com isso todos os dias, muitas vezes o pegava bebendo enquanto olhava a foto de seu casamento, ele sofreu em silêncio e isso o destruiu.
Desviei os olhos para a xícara.
- Eu... Acho que sofrer em silêncio é melhor do que importunar as outras pessoas com pensamentos paranoicos - falei me lembrando de quando surtei e coloquei seguranças para vigiar o Sam, a Pri e a Carol.
- Foi exatamente esse pensamento que levou o seu avô a um câncer avançado o suficiente para matá-lo - ela falou e eu suspirei tomando mais do chá.
Kelly se virou quando o celular tocou, eu sai da cozinha com a xícara em mãos, quando cheguei na sala todos estavam lá conversando, me sentei na antiga poltrona do meu avô.
- Emy, tá bem? - ouvi Carol perguntar e a olhei, todos olhavam para mim.
- Apenas um pouco de dor de cabeça - respondi e voltei a tomar o meu chá.
Olhei para Malu que me olhava com um olhar desconfiado, eu sustentei o olhar e depois desviei para olhar Priscilla.
- Vão querer pedir algo para jantar ou posso pedir a Kelly que faça algo? - perguntei e todos se olharam pensativos.
- Vamos pedir algo, acho que ela já teve muito trabalho - Carol respondeu por todos e eu concordei terminando de tomar o chá.
- Emy, aqui tem piscina, né? - Priscilla perguntou.
- Nos fundos - respondi.
- Já sei qual vai ser a nossa atividade de amanhã - a ruiva disse sorrindo.
- Achei que íamos na praia - Dani falou.
- Eu também achei - Malu concordou.
Me levantei com a xícara vazia em mãos e andei de volta à cozinha.
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Family Issues | Malufca
FanfictionEmily tem um passado conturbado do qual ela está presa, e vem se crucificando por isso a muito tempo, mas numa tentativa de viver a sua vida, ela aceita a proposta de uma amiga, entrar para a casa chango, e lá ela vai ter que ligar com a sua paixão...