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·Emily Alencar

Nesse momento eu estava planejando uma viagem para o Canadá, eu estava sozinha em frente ao meu computador, apesar de não ter muito o que planejar para a viagem em si, eu queria fazer uma surpresa para Malu, falando nela, ela não estava mais aqui em casa, Malu voltou para a casa dela e eu fiquei aqui sozinha.

A gente ainda se fala quase todos os dias, mas não é a mesma coisa de tê-la ao meu lado. Enfim... Eu já falei com Priscilla e Carol, as duas aceitaram ir para o Canadá para visitar o Sam, e também para ajudar em minha surpresa para Malu.

Eu já havia mandado alguém preparar a minha casa no Canadá para receber visitas, avisei ao Sam que íamos para lá em poucos dias, eu só precisava resolver pendências na empresa antes de novamente deixá-la nas mãos de Olívio.

Quando terminei de fazer tudo isso, voltei a ler relatórios e mais relatórios, até que meu celular vibrou, eu olhei de relance vendo o nome da Carol, peguei o celular e desbloqueei, a mensagem de Carol falava "não surta" e tinha um link logo a baixo.

Por que eu acho que vou surtar com isso? Respirei fundo e entrei no link, demorou um pouco para carregar, mas assim que o fez vi que era de uma conta de fofoca do Instagram, esperei que a imagem carregasse o que estava demorando, acho que é um aviso para não ver. Foda-se.

Esperei até carregar e quando carregou me arrependi amargamente, era uma foto de Malu com Dani que aparentemente faziam uma sessão de fotos, a conta falava algo sobre a sessão fotográfica e questionava se o casal ainda existia, eu ri sem humor e desliguei o celular me levantando da cadeira, na mesma hora Olívio entra na minha sala e me olha de olhos arregalados.

- Tô de saída - avisei e ele me olhou com uma sobrancelha arqueada.

- Só não mata a garota - ele falou e me deu espaço para passar.

- Nunca encostaria um dedo em Malu - falei e ele segurou o meu braço.

- Não me referi a ela - ele disse e eu inclinei a cabeça para o lado.

- Não posso prometer - falei e me soltei dele começando a andar.

- E por que não? - perguntou um pouco atrás de mim.

- Porque odeio quebrar promessas - respondi e entrei no elevador indo em direção a garagem da empresa.

Olhei o horário no meu relógio de pulso, o ciúmes estava presente e era um peso a se carregar, e isso é um pouco novo para mim, quando eu namorava com Priscilla eu não era assim, e eu sempre achei que fosse dessas pessoas de boa que não liga muito para essa coisa de ciúmes.

Mas não, isso foi equivocado, eu sou o tipo de pessoa que surta por ciúmes sim, e apesar de confiar bastante nela eu ainda não gosto dessa história, assim que a porta do elevador abriu eu andei rapidamente em direção ao meu carro, quando eu abri a porta para entrar no carro minha cabeça parou para raciocinar, ela não é a minha namorada, não ainda pelo menos, eu não tinha o direito de brigar com ela por isso.

Respirei fundo acalmando as batidas fortes do meu coração, entrei no carro e logo sai da garagem com ele, pensei em ir para casa, mas eu precisava pensar, então tomei o meu caminho em direção a minha cabana, dirigi calmamente em direção a minha cabana, meu celular tocou algumas vezes, e os nome de Priscilla e Carol apareceram na tela, mas eu não os atendi.

Eu brinco muito com Carol e Priscilla falando que a cabana estava em reforma por causa da noite delas, não era totalmente mentira, eu havia mandado reformar a cabana, mas não por conta delas, eu apenas queria mudar algumas coisas nela. Depois de um bom tempo na estrada eu estacionei o meu carro em frente a cabana e sai do mesmo, acabei por deixar o meu celular dentro do carro mesmo.

Eu andei até a cabana e me sentei na escadinha que tinha para entrar, dali eu pude ver o balanço que eu havia mandado colocar, ele era igual ao desenho que o Sam fazia quando criança, ele sempre falava que quando fosse adulto ia me proteger do papai, e aí ele começou a desenhar a casa ideal que ele iria fazer com as próprias mãos para nós dois morarmos.

Sorri ao me lembrar disso, me levantei e fui para o lado de dentro da casa, estava lindo do lado de dentro, a reforma deixou esse lugar ainda mais bonito, fui em direção a cozinha, abri os armários para saber se havia algo, e para minha sorte tinha alguns enlatados e também tinha uma caixa de chá, peguei a caixa e fui fazer um chá.

Enquanto a água esquentava, eu peguei o telefone da cabana e disquei o número da minha secretária.

- Escritório de Emily Alencar.

- Alysson, sou eu, pode por favor passar todos os meus compromissos para o Olívio?

- Claro, senhora. Precisa de mais alguma coisa?

- Fala para o Olívio que eu estou bem, só isso.

Desliguei o telefone e fui novamente para a cozinha, a água já havia esquentado e eu peguei uma xícara e me servi. Voltei a me sentar do lado de fora da cabana, mas dessa vez em uma cadeira de balanço. Eu sei que pode parecer infantilidade eu me isolar apenas por isso, mas eu ainda não sei como lidar com os meus sentimentos e a forma mais fácil de fazer isso, é fugir deles, como eu sempre fiz.

Deixei a xícara em uma mesinha ao meu lado e desabotoei as mangas do pulso da minha blusa social, dobrei as duas mangas até o meu cotovelo e ao olhar para os meus pulsos eu pude ver as marcas dos cortes que eu havia feito a muito tempo, por sorte eu me arrependi e chamei a Carol, se não fosse por ela eu não sei onde estaria nesse momento.

Soltei um suspiro enquanto observava uma chuva fraca começar, eu amo esse lugar pela calmaria que ele me oferece, eu me sinto em paz aqui.

Family Issues | MalufcaOnde histórias criam vida. Descubra agora