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·Samuel Alencar

Eu sentia as minhas costelas doerem, apenas esperava que meu plano desse certo, a enfermeira não me avisou se o meu avô atendeu, já que o meu pai estava no quarto, a minha mãe estava sentada ao meu lado, ela tentou segurar a minha mão mas eu desviei e virei o rosto para o outro lado.

A Emily tinha razão, a única coisa que ela sabia fazer era sentar e assistir, eu não entendia antes, porque ele nunca chegou a me bater dessa forma, a última vez que ele tentou a Emy estava lá, e me mandou correr, e eu corri o mais rápido que pude, me escondi no armário do quarto dela. No dia seguinte ela apareceu, eu acabei dormindo lá, ela sorriu para mim e disse que estava tudo bem, mesmo que seu rosto e seu corpo estivesse coberto por hematomas.

Espero que ela venha também, estou com saudade dela, faz quatro anos que eu não a vejo. Eu estava começando a ficar nervoso, mexia meus pés por baixo do lençol o tempo todo e também olhava para o lado de fora do meu quarto a cada cinco segundos.

- Será que dá para parar? - meu pai perguntou de forma firme, baixei a cabeça e parei de mexer os meus pés.

Quando levantei a cabeça novamente e olhou para fora, foi impossível não sorrir, meu pai olhou para a minha cara e depois olhou para trás vendo o meu avô ao lado de um homem de terno, atrás deles eu vi duas garotas, era a Emy e a Pri, meu sorriso aumentou.

- Mas o que está acontecendo aqui? - meu pai perguntou ao ver o meu avô, e então ele viu a Emily - Olha só quem voltou, sabia que não ficaria longe para sempre.

- Meio difícil ficar longe quando você faz meu irmão de refém - ela disse de forma sarcástica, ela estava séria assim como a ruiva ao seu lado.

- Olhe bem como fala comigo - ele tentou ir para cima dela, mas Priscilla a afastou e ficou a sua frente.

- Se afaste delas - o homem de terno colocou a mão no peito do meu pai, o afastando.

Meu pai bateu na mão do cara e tentou avançar, mas o homem se manteve no lugar, não mexeu nenhum músculo, Emily me olhou e piscou para mim, sorri.

- Samuel, você irá receber alta daqui a duas horas - o advogado falou diretamente para mim - Voltará para casa com Emily Alencar - eu sorri e olhei para a minha irmã que também sorria.

- Não pode fazer isso, ele é o meu filho - minha disse chamando a nossa atenção, minha irmã a olhou e eu pude ver a raiva em seus olhos.

- Você ao menos sabe o significado de ser mãe? - Emily perguntou a olhando, ela se aproximou da minha cama - Mãe é quem cuida, quem dá amor e carinho, e por esse ponto de vista, eu sou mais mãe do Samuel do que você - ela disse de forma firme.

Minha mãe ficou calada, ela não tinha uma resposta para aquilo, minha irmã me olhou e fez um carinho no meu cabelo, sorri e vi Priscilla se aproximar, ela bagunçou o meu cabelo e fez uma careta, me fazendo rir.

- E aí, cabeção? - a ruiva disse com um sorriso irritante nos lábios.

- Pelo menos você fez algo que preste e cuidou bem da minha irmã - falei para ela que fez cara de ofendida.

- Nossa, depois dessa pode ir morar na rua - ela disse cruzando os braços, eu ri junto a Emy.

- Você não pode tirar o meu filho de mim - meu pai falou chamando a atenção de Emily.

- Então observe - ela fez um movimento com a mão e dois policiais entraram no meu quarto.

- Robert Alencar, você está preso por agressão e maus tratos a menores - um dos polícias prendeu o meu pai que olhava com ódio para a Emily, ela não tinha um olhar muito diferente.

- E você nem pense em chegar perto do meu irmão - Emily disse para a nossa mãe - Assim que ele tiver alta, eu vou pegar as coisas dele e levá-lo comigo - ela comunicou.

- Diana, você não precisa mais estar aqui - meu avô falou e a minha mãe me olhou, ela estava triste, tarde demais para isso, ela baixou a cabeça e saiu do quarto.

- Emily você precisa assinar uns papéis para obter a guarda do seu irmão - o advogado falou mostrando uns papéis para ela.

- Claro, Pri? - Emily se virou para ela.

- Vai, eu fico com ele - a ruiva disse e me olhou - Eu faço esse sacrifício - ela bateu na minha nuca me fazendo rir.

Emily negou com a cabeça e saiu do quanto com o meu avô e o advogado, Priscilla se sentou ao meu lado e pegou o controle da TV.

- Posso te perguntar uma coisa? - perguntei a olhando e ela assentiu - A minha irmã gosta da Malu Camargo ou é só os fãs surtando? - perguntei e ela riu sem me olhar.

- O que você acha? - perguntou me olhando com um sorriso sugestivo.

- Depois desse sorrisinho, eu dou razão aos fãs - disse e ela concordou, Priscilla colocou um filme para nós dois assistirmos enquanto esperávamos a Emy.

Eu acabei dormindo no meio do filme.

·Narrador

Quando Emily voltou ao quarto encontrou Priscilla e Samuel dormindo enquanto a TV estava ligada, a garota sorriu olhando para as duas pessoas mais importantes de sua vida.

- Emy - Arthur apareceu ao lado dela tocando em seu ombro - Como vai querer fazer?

- Mande o Taylor a casa dos meus pais, peça para ele pegar as coisas do Sam, e levar tudo para a minha casa - Emily falou para o avô que concordou.

- Pode deixar, vou falar com ele agora, e já vou embora, tudo bem?

- Tudo, descanse. Precisa manter as forças - ele assentiu e saiu do quarto ligando para o motorista de sua neta.

Emily se aproximou dos dois e ajeitou o lençol que cobria o seu irmão, e depois ajeitou Priscilla na poltrona a fazendo deitar, ela desligou a TV e se sentou no sofá que havia no quarto.

Family Issues | MalufcaOnde histórias criam vida. Descubra agora