Family Issues | Malufca

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·Emily Alencar

Abri os olhos lentamente ao escutar vozes, ao olhar para o meu lado Malu dormia tranquilamente na poltrona ao meu lado, estávamos a caminho do Canadá no meu jatinho particular, somente nós três, eu, Malu, Carol e Priscilla, o casal Capri não estavam em seu melhor tempo e quase não vinham na viagem, mas o Sam foi capaz de fazê-las mudar de ideia. Eu olhei para frente onde as poltronas onde Carol e Priscilla se mantinham.

As duas falavam baixinho, leves cochichos com os quais elas tomavam cuidado para não se tornarem alterados, vi Carol respirar fundo tentando manter a calma e então voltar a falar o mais baixo que conseguia, meus olhos se mantinham atentos em sua boca, talvez eu pudesse ler seus lábios, já que os cochichos apesar de audíveis não eram compreensíveis, mas infelizmente cheguei a conclusão de que eu não sei ler lábios, achei algo que eu não sei fazer, é frustrante.

Mesmo não entendendo muito bem, a minha atenção não saiu das duas mulheres, eu não sabia o motivo pelo qual elas estavam brigando, nenhuma das duas falou nada comigo, desde o dia da sessão de fotos de Malu essas duas vem se estranhando, Malu acha que Carol está brava com Priscilla por não contar sobre a sessão de fotos de Malu com Dani, já eu, acho que há outro motivo para isso, mas infelizmente arrancar algo dessas duas não vai ser tão fácil.

Vi Carol virar o rosto não mais olhando para Priscilla, a morena cruzou os braços com uma feição irritada, e eu aqui pensando que nessa viagem teria que me preocupar apenas com passar um tempo com o meu irmão e organizar o pedido de namoro para Malu, mas parece que também vou ter que cuidar de um certo casal complicado, Deus que me ajude, porque se tratando dessas duas, eu sinceramente preferia dar um abraço na Dani.

[···]

Ao chegarmos no aeroporto de Toronto, Canadá. Dois carro já estava à nossa espera, as duas namoradinhas brigadas foram as primeiras a sair do jatinho, eu chamei por Malu e pedi que ela fosse no carro com Priscilla, a mesma concordou parecendo saber de minhas intenções e também ela estava sonolenta demais para discordar.

Meus motoristas levaram nossas malas para os carros, como planejado Priscilla foi no primeiro carro com Malu e eu fui no segundo com Carol, apesar das duas serem muito difíceis, se tinha alguém que seria capaz de me contar o que aconteceu era a Carol, pelo menos era isso que eu achava, assim que eu entrei no carro e me sentei ao lado da senhorita Borges, ela me olhou com uma feição desconfiada, eu sorri fazendo ela revirar os olhos.

- Nem vem - ela falou e eu ri.

- Carol...

- Emily, não.

- Querida Smurfette, a pessoa a qual não lida com os sentimentos e foge deles como se fossem o próprio diabo sou eu e não você, então por obséquio, eu peço encarecidamente que você fale o que lhe aflige - falei e ela me olhou com o cenho franzido.

- Quando aprendeu a falar assim? Tá ficando doida? - ela perguntou fingindo preocupação e eu fiz uma cara de tédio.

- Não fuja do assunto, desembuche - mandei e ela suspirou, quando ela olhou nos meus olhos, eu vi seu olhar um pouco frágil.

- Acho que... Eu não sei, Emy. As coisas mudaram de repente, estamos mais afastadas - Carol começou e descansou a cabeça no banco do carro.

- E quando vocês começaram a se afastar? - perguntei para tentar entender o que acontecia.

- Foi a alguns dias, uma amiga da Priscilla pediu para ficar um tempo na casa dela, e ela concordou - eu apenas concordei em silêncio esperando que ela terminasse - Elas dormiram juntas, na mesma cama, sabe.

Eu fiquei um pouco confusa e com o pensamento de "é só isso?", mas então me lembrei do antigo relacionamento da Carol quando a namorada dela tomou banho com outra garota e alegou que não a traiu, aquilo com certeza machucou a Carol e talvez ainda tivesse alguem ressentimento desse acontecimento.

- Que amiga? - perguntei e ela me olhou demorando um pouco para responder, Carol respirou fundo.

- Elana - ela falou baixinho.

Depois disso ela não falou mais nada, Carol virou a cabeça para o outro lado e ficou encostada na porta enquanto mantia seus olhos focados no lado de fora. A Priscilla é sem noção mesmo em, a ruiva sempre teve certas brincadeiras com amigos, como ela brincava comigo e com a Bibi, mas ela tinha que se tocar que talvez certas brincadeiras machucassem a sua namorada.

Eu mato Priscilla Caliari, mas antes eu tenho que ouvir o lado dela, não posso ser injusta ao ponto de tomar decisões após escutar somente a Carol, mesmo sabendo que a morena não estava mentindo, eu adoraria saber o que se passava pela cabeça da ruiva ao aceitar dormir na mesma cama que alguém que não fosse sua namorada.

Não demoramos muito a chegar na casa que eu havia comprado, Carol e Priscilla ficaram em quartos separados, pelo que sei a Carol foi dormir já que não dormiu durante o voo, eu carreguei Malu até o nosso quarto, mesmo tendo dormido o voo quase inteiro a garota ainda estava lesada de sono. Assim que a deixei no quarto fui procurar por Priscilla, mas não achei a mesma.

Resolvi ligar para o Sam, avisar que havíamos chegado e conversar com ele sobre o que estava acontecendo, ela disse que eu tinha que manter a calma e escutar o lado da Priscilla, e por mais que pareça qur ela errou, a Priscilla nunca faria algo para machucar a Carol e que ela muito provavelmente não pensou naquela atitude da mesma forma que eu e ele.

Eu concordei e combinei de ele vir aqui amanhã para nós ver, ele prontamente concordou, mas infelizmente se recusou a trazer o namorado - ou quase isso - dele, de acordo com o mesmo, ele não queria que eu assustasse o garoto, eu me fiz de indignada e disse que torturaria o pobre garoto assim que tivesse a chance, Sam me repreendeu antes de desligar a ligação.