Now to rest, my love.

468 48 483
                                    

De manhã cedo, os olhos pesados de Harry se abriram por um momento, ouvindo o choro de Apollo através das paredes.

Com alguns segundos sendo necessários para realmente acordar e entender que precisava levantar, ele murmurou uma resposta.

-O papai está indo...

Harry gemeu como se Apollo pudesse ouvir, esparramando seu corpo na cama enquanto bocejava, esfregando os olhos sem muitos cuidados para afastar o sono.

Quando ficou de pé, cambaleou para fora do quarto e por entre o corredor até a próxima porta.

Apollo estava de pé ao lado da própria cama, soltando gritos e lágrimas ferozes em plenos pulmões.

Harry acenou para ele, abrindo os braços enquanto o tirava do chão com certo esforço.

-O papai está aqui, está tudo bem meu amor...

Ele murmurou, sua voz matinal grossa e áspera.
Apollo agarrou o pescoço dele quase que imediatamente, fungando com a cabeça contra o peito do papai e as pernas batendo em sua cintura.

-Você está bem, filho?

Ele o beijou, balançando ambos os corpos.

-Papai, você me deixou sozinho de novo! -choramingou-

E Harry respirou fundo com a resposta, estavam atravessando a fase onde a criança não se sentia segura longe dos pais ainda, principalmente para dormir.

A primeira coisa que Harry fez quando percebeu o comportamento do Apollo foi levá-lo à um profissional, que os instruiu a estabelecer diálogos com seus filhos para tentar entender o que se passava pela cabeça deles no período noturno.

-Filho, lembra que o papai te explicou que era hora de dormir e que nos encontraríamos de novo pela manhã? -caminhou até a grande janela- Veja, já é manhã!

Apollo até tentou se afastar do pescoço do pai para ver o brilho do dia. Porém, quando viu o céu nublado e a chuva fina caindo, apenas se afundou de volta em Harry para chorar mais um pouco.

-Tudo bem, isso não funcionou... -trocou o braço que o segurava, sentindo o peso da criança- Quer contar para o papai como se sente?
-Eu não... Eu... -tentou- Eu apenas não gosto de ficar sozinho.
-Você nunca vai estar sozinho, acredita no papai?

Harry então fez a criança olhar para ele, no fundo dos olhos dele.

Apollo:
5 anos.
Olhos esverdeados.
Cabelo castanho.
Covinhas nas bochechas.

-Acredito, papai...
-Maravilha, vamos preparar café da manhã para o senhor agora.

Franzindo o rosto enquanto descia até a cozinha, mais uma vez por conta do peso em seus braços, Harry atravessou a cozinha para esquentar leite e biscoitos para ele.

-Você vai se sentar aqui e o papai vai preparar seu leite e biscoitos, certo?

Ele disse sonolento, sentando a criança em uma das cadeiras da cozinha.

Apollo usava pijamas de dinossauro e tinha as bochechas coradas, o carinho entre eles era quase avassalador.

Com um olho na criança e outro na comida, o cardápio estava pronto.

-O papai preparou biscoitos, leite e banana como gosta. -olhou para Apollo- Qual você quer?
-Biscoitos papai, por favor. -Apollo respondeu-
-E a banana...
-Depois eu como a banana, por favor... -ameaçou chorar, olhos vidrados nos biscoitos-
-Tudo bem, alguns biscoitos e algumas rodelas de uma banana bem docinha...

End Of The Day - 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora