Cosmonauta

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Uma mês se passou e Izuna ainda não havia conseguido emprego, as agências não o chamavam, lojas que pediam funcionários não o chamavam, até lugares que nem experiência exigia, não o chamavam, as desculpas sempre eram as mesmas “Seu currículo é bom demais para nosso quadro, você precisa tentar algo melhor” Izuna jamais imaginou que sua formação em conjunto com a profissão que seguiu por anos fossem atrapalhá-lo em conseguir um emprego comum. 
 
Nesse momento, Izuna estava sentado preenchendo mais uma interminável ficha no balcão de uma outra agência de emprego. Após o preenchimento ele aguardou alguns minutos, trinta para ser mais exato até que uma das entrevistadoras o chamou e lá foi Izuna para mais uma rodada de perguntas que o fizeram sair daquela agência da mesma forma que entrou, desempregado. 
 
Não estava passando dificuldade, o trabalho de Tobirama ajudava a manter tudo em ordem, o dinheiro não era problema o que havia se tornado um problema para Izuna era o fato de ele ver que chegaria o momento que dependeria de Tobirama para sustentar tudo, era ver que chegou em uma situação na vida onde se quisesse comprar uma roupa nova para si ou precisaria mexer nas suas economias de emergência ou pedir para seu marido. Tobirama não se importava em dar as coisas a Izuna, não mesmo. Mas o orgulho do menor era muito forte, afinal ele era um Uchiha. Não queria depender de ninguém. Por mais que fosse casado com Tobirama e tivessem uma conta em conjunto, ele não queria apenas pegar o que seu marido colocava ali, ele queria ajudar a aplicar, a fazer aquela conta crescer e não diminuir por seus caprichos. 
 
Mas nenhuma empresa lhe dava uma nova oportunidade. 
 
Quando a noite chegou e Tobirama retornou de mais um dia de trabalho, ele encontrou a casa escura, chegou a pensar que Izuna não estava ali, talvez tivesse conseguido um emprego de início imediato afinal, mas a realidade não era essa quando acendeu a luz.

Ele viu que seu marido estava deitado no sofá, encolhido e foi até Izuna que fungou com a aproximação do marido e se virou para ele.

O coração do albino se partiu em mil pedaços ao ver a face à sua frente coberta por lágrimas. Izuna estava chorando, e a julgar pelos olhos inchados e vermelhos estava chorando a um bom tempo. O menor se ajeitou, mas logo foi confortado pelos braços fortes do marido que o envolveu e o trouxe para perto de si. Um abraço apertado entre ambos se fez presente naquele momento. Tobirama nem precisava perguntar o que tinha acontecido, ele sabia. Izuna não era o tipo de pessoa que ficava parado por tanto tempo. Tobirama sabia como aquela falta de emprego o afetava mais do que a qualquer outra pessoa. 
 
— Nem um mísero mercado me aceita, Tobi. Eu não consigo nada, eu sou inútil!. — Disse Izuna enquanto escondia o rosto no ombro do marido e voltou a chorar em desespero. 
 
O Senju abraçou mais forte o marido e disse em um tom de voz mais baixo que o comum. — Você não é um inútil amor, apenas esses lugares que são. Mas você vai encontrar um lugar que lhe dê o merecido valor meu pequeno, você vai. — Ele afagava os cabelos do marido enquanto o abraçava. 
 
— Não vou. — Murmurou izuna
— Vai sim amor. — Disse o Senju
 
Izuna olhou para o marido mais uma vez e o olhar do menor o partiu mais ainda, o desespero no olhar de Izuna era claro, o desemprego o afetava muito. E o Senju tocou o rosto úmido de Izuna tentando secar inutilmente as lágrimas dele enquanto com cuidado escolheu as palavras que se seguiram. 
 
— Por favor Zuna, deixa eu te ajudar com isso. 
 
— Não, Tobirama. — Disse o Uchiha choroso porém decidido. — Eu não quero sua ajuda ou do meu irmão. — Disse izuna e fungou mais uma vez e ao ver que Tobirama insistiria nisso Izuna se desvencilhou do abraço e se levantou dizendo que ia preparar a janta deles, e sem dar chances para o Senju, Izuna se levantou e foi para a cozinha e disse naquele tom ainda choroso. — Vai tomar banho e venha jantar. 
 
O Senju se levantou e ficou olhando para as costas de Izuna na cozinha, mas conhecia Izuna muito bem para saber que se persistisse, a sala deles viraria um campo de guerra e a situação de Izuna apenas iria piorar. Então o Senju seguiu para o banho, era o melhor a fazer. 
 
Passou alguns minutos e Tobirama desceu as escadas mais uma vez, e foi até a cozinha e questionou se Izuna precisava de ajuda e o menor apontou para a geladeira e pediu para o albino pegar algumas laranjas para fazer um suco. O menor estava terminando de fritar um bife, mas um som chamou a atenção de ambos. 
 
Quando Tobirama tinha subido para o banho, Izuna ligou a tv para que não ficasse tão silenciosa a casa, e agora passava uma programação de calouros que Izuna nem prestava a atenção. Mas o som que chamou a atenção do casal foi um som que tocava em uma programação de emergência, quando alguma notícia extraordinária precisava ser transmitida naquele momento, as poucas vezes que ouviu aquela programação se lembrava que a maioria eram tragédias. 
 
E de fato era mais uma. 
 
O casal ficou paralisado olhando para a tv e quando o nervoso âncora disse o motivo daquela programação de emergência o casal ficou incrédulo. " O cosmonauta Alexei Petrov está em um momento histórico, a primeira transmissão moderna, ao vivo de solo lunar será realizada dentro de segundos. "
 
Aquela notícia era o anúncio de uma catástrofe para os EUA. Madara estava com uma bomba nas mãos, apenas com o título daquela matéria, mas a bomba se tornou ainda mais catastrófica quando a transmissão iniciou e as palavras provocativas do cosmonauta veio. 
 
" É o fim do sonho americano. O solo lunar foi reconquistado e eu dou esse passo pela Rússia, pelos Russos e cravo aqui a nossa bandeira, por todo o modo de vida marxista leninista."
 
Uma mensagem curta, direta e catastrófica. Pior que um ataque terrorista era um russo trabalhar em silêncio e aparecer em solo lunar em uma transmissão ao vivo para o mundo inteiro. Uma clara provocação de posse no distante. Posse de um solo que desde 1969 quando Neil Armstrong e Buzz Aldrin estiveram lá, era americano. Um solo que foi conquistado em meio a infame Guerra Fria travada entre EUA e URSS estava agora sendo tomado por um trabalho espacial furtivo dos russos que conseguiram enganar até mesmo a NASA. Mas como a NASA deixou isso passar assim, o que diabos estava acontecendo?! 
 
Um único ato poderia fazer o período da Guerra Fria voltar. O simples fato de um cosmonauta pisar na lua, seria motivo para guerra, ele transmitir isso e ainda cravar a antiga bandeira da união soviética em solo lunar era um motivo ainda maior, e se não bastasse a provocação finaliza com a menção do modo marxista leninista, que nada mais é do que a ideologia comunista, o modo que a união soviética vivia no período da guerra fria, antes da rússia ser o que é hoje.
 
O retorno de duas coisas eram iminentes. Não importa se era Madara na presidência ou qualquer outro. 
 
Uma nova guerra poderia nascer mas a corrida espacial retornaria com tudo, afinal não é do feitio americano ser passado para trás, muito menos em rede mundial por antigos inimigos.
 
No exato momento em que o celular de Tobirama tocou ambos voltaram a realidade, Izuna voltou a cuidar da carne que quase queimou e o Senju atendeu o telefone. 
 
— Pronto. — Disse o albino 
— Tobirama preciso de você na USAF, agora. Estou indo para lá — Disse o general em um tom de voz extremamente preocupado e era possível ouvir o som da porta do carro ao fundo, indicando que ele definitivamente estava saindo naquele momento. — Ah, e fardado. — Complementou como se tivesse esquecido desse detalhe
— Chego em alguns minutos. — Disse o Senju e desligou a chamada Izuna ficou o olhando subir as escadas e já até imaginava o que era. Tobirama era um militar, ou seja, trabalhava para o governo americano e era óbvio que uma notícia desses afetaria no trabalho dele. Izuna desligou o fogo e tampou todas as panelas e foi até a sala e ouviu o som dos pés do marido batendo contra a madeira da escada indicando que ele estava apressado. 
 
Seu marido não estava na farda que sempre usava, estava na camuflada, pelo menos isso significava que ele ficaria na base, mas também podia significar que ele pilotaria qualquer um dos aviões da base Andrews, e se uma guerra de fato eclodisse, seu marido é um capitão, logo seria enviado a guerra. Isso desesperou Izuna e o fez abraçar Tobirama tão forte ao ponto de não querer soltá-lo mais. 
 
— Calma amor. — Disse o Senju abraçando o marido e logo fez Izuna olhar para ele e o albino sorriu e disse. — Não se preocupe, está tudo bem. Foi apenas um chamado de emergência, logo eu estou aqui, tá bom?! — Disse o albino sem saber se era verdade isso ou não, mas disse para tranquilizar Izuna que já não estava em um bom estado. 
 
O menor acenou positivo sabendo que seu marido não sabia se aquilo era mesmo verdade. — Me mantenha informado. — Disse o menor. 
 
— Com certeza manterei meu pequeno. — O Senju sorriu e selou os lábios de Izuna. 
— Eu te amo, por favor amor, se cuide. — Disse Izuna e recebeu um sorriso de seu marido que o abraçou forte e mais um selar de seus lábios ocorreu dessa vez de um modo mais demorado. Porém Tobirama precisava ir, e foi o que fez foi ao carro e seguiu em direção a base em Maryland, deixando Izuna na porta de casa acenando para ele.
 

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