O celular de Izuna tocou três horas depois que Tobirama deixou o conforto do lar deles. Ao ver o número do marido o menor sorriu e atendeu. — Oi amor..
— Oi meu pequeno. — Disse Tobirama que estava atropelando as palavras e sussurrando, era claro que ele estava em uma posição que não poderia usar o telefone, mas mesmo assim estava. — Olha não posso falar muito, mas entra no site da USAF, mas tem que ser agora tá. Preciso desligar, tchau. Amo você.
Izuna nem teve tempo de falar nada e o marido desligou, Izuna então movido pela curiosidade disparou para o andar de cima e entrou no quarto que eles utilizavam como escritório, ele puxou uma das cadeiras de frente a uma escrivaninha, abriu um notebook e o ligou.
Tamborilava os dedos sobre a mesa durante os minutos que o aparelho levou para iniciar por completo. E então o menor acessou o navegador e colocou o endereço eletrônico quando a página carregou Izuna se levantou da cadeira colocando as mãos em frente a boca, não acreditava o que estava estampado na primeira página. Não era época, não era hora daquilo. Mas um sorriso não deixou de se alargar em seu rosto quando correu por aquele cômodo juntando tudo que precisava e se sentou diante do notebook mais uma vez.
Clicou no aviso inicial onde dizia "Junte-se a USAF e faça parte do sonho americano,sem burocracias" e em outra parte do anúncio deixava claro a mensagem. "Ação emergencial, vagas em diversas áreas e limitadas"
E ali abriu uma nova página repleta de campos para serem preenchidos, campos esses que Izuna foi os completando um a um. Em um processo normal essas inscrições abriam uma vez a cada 2 anos, e aquele ano já havia tido e Izuna reprovou. O procedimento normal era a inscrição e se passasse na inscrição marcavam a prova de conhecimentos gerais, linguagem americana, cálculos, conhecimentos militares, entre outras áreas técnicas para depois de alguns meses, passando na prova vinham os testes físicos e de resistência, e após uma profunda investigação em voluntariado e dados pertinentes a vida pessoal do candidato e só então ingressa na escola de aviação da USAF para se tornar um cadete e escolher a área da aviação desejada.
Essa teria todas essas etapas mas tudo seria muito mais rápido, afinal a ação era emergencial, tanto que assim que finalizou o cadastro já recebeu de imediato a data da prova e seria dali algumas horas. Izuna teria apenas algumas horas para estudar, a prova estava agendada para às 11:30 da manhã do mesmo dia. E agora eram exatamente 1:00 da manhã, ou seja, Izuna ia virar a noite estudando, mesmo que já tivesse muito conhecimento de tudo, ele estudava.
O menor correu pelo quarto pegando seu documento necessário, imprimiu a página da inscrição e se debruçou sobre seus livros e virou a noite estudando.
As 7 da manhã Izuna se deitou para tirar um cochilo renovador de 2 horas, as 9 quando o despertador tocou ele foi para o banho, se arrumou, fez e tomou um café da manhã reforçado com direito a omelete e as 10 ele saiu de casa, chamou um carro de aplicativo que o fez chegar na base de Andrews às 10:40 devido ao trânsito. Ao chegar ao local notou que tinha muita, mas muita gente ali ele se espremeu entre os outros candidatos como deu para entregar sua documentação na recepção que pegou e o mandou aguardar que a entrada para as salas já seriam liberadas.
Essa liberação veio às 11 horas em ponto, e todos seguiram para as salas indicadas no comprovante de inscrição que foram reservadas para os fins das provas, todas ficavam em um segundo prédio da USAF que era destinada a treinamentos de novos cadetes.
Ao chegar na porta daquela sala Izuna entregou o comprovante da inscrição a um militar que estava na porta, esse estava usando a farda semelhante a de Tobirama, assim como todos os militares que encontrou pelo prédio, o homem alto e corpulento apontou em direção a uma das mesas no interior da sala e Izuna se sentou na mesma. Parecia uma sala de aula comum, de um vestibular qualquer. As cadeiras eram envolvidas com um tecido azul no acento e no encosto, a mesa que era embutida na cadeira era branca, a frente havia um quadro, não negro(verde) como nas escolas mas um quadro branco que estendia-se de um lado ao outro daquela sala. As paredes eram brancas sobre a parede ao fundo havia duas bandeiras, uma dos Estados Unidos e a outra da própria USAF .
Em frente ao quadro branco havia uma mesa comprida onde o militar que estava na porta estava colocando os pertences dos candidatos em embalagens separadas com os documentos na abertura transparente da embalagem para mostrar quem era o que.
Às 11:15 o militar saiu da porta pois viu que sua sala já estava completa, todos estavam ali e ele explicou brevemente sobre o motivo da convocação para os que foram convocados, vulgo indicados e da inscrição repentina para os que assim como Izuna, se inscreveram, indo atrás dos sonhos.
— Bom dia senhores. Eu sou o Major Sanders sou responsável por uma das unidades de asas rotativas em nossa base e hoje vou ser o aplicador dos testes. O nosso presidente abriu as inscrições e realizou as convocações em conjunto com a defesa americana em todas as áreas de nossas forças, aéreas, exército e marinha. Pois precisamos dos senhores com máxima urgência devido aos recentes acontecimentos. Desejo uma boa sorte a todos vocês e em breve gostaria de lhes dizer bem vindos, senhores e senhoritas. Ele se completou ao verificar que haviam mulheres por ali também, o que era raro.
Ás 11:25 a porta se abriu, e Izuna se encolheu na cadeira ao ver seu marido entrar naquela sala com aquela farda que era semelhante a dos demais, mas que deixava seu marido, para si, extremamente sexy. O garoto precisou se livrar rapidinho dos pensamentos impuros, mas foi mais difícil isso acontecer quando seus olhares se encontraram. O albino percebeu o modo de Izuna e interiormente riu por saber exatamente o que Izuna pensava sobre ele fardado daquele jeito, mas externamente ele apenas puxou um leve sorriso no canto dos lábios, completamente imperceptível, apenas Izuna reconhecia aquele gesto que era um sorriso contido do marido.
Tobirama entregou ao militar da sala uma das embalagens que tinha nas mãos e logo deixou o ambiente novamente. Izuna concluiu que a convocação do marido na noite anterior se devia ao fato das provas, todos os militares, bom a maioria, incluindo ele, estavam trabalhando naquilo. E deveria ter virado a noite naquilo já que a cara de Tobirama era de puro cansaço, assim como a do major que agora abriu a embalagem deixada para ele por Tobirama.
E as 11:30 em ponto o major distribuiu as provas que era o conteúdo da embalagem.
As questões de linguagem e de cálculos foram respondidas primeiro, sem seguida Izuna passou para o conhecimento geral e deixou o conhecimento militar e político por último.
Izuna não teve pressa para responder às questões, ele fez tudo com calma e mantendo a mente tranquila. Se conseguisse passar naquela prova, seu sonho estaria mais perto. Agora eles precisavam de novos militares, não iriam exigir tanto como era anteriormente. Era a chance de Izuna não ser reprovado por sua estatura.
E ele não iria desperdiçar essa chance.
Às 14:45 Tobirama retornou àquela sala mas não foi apenas uma passagem dessa vez, ele entrou naquela sala e assumiu o lugar do major após um simples gesto que indicava que o general estava o chamando. Seu olhar percorria pelo local olhando candidato por candidato, e ao chegar em Izuna se demorou mais, notando o garoto sorrir e logo Izuna desviou o olhar para a prova e o olhar do albino continuou.
Às 15:00 ele ainda estava ali, mas seu olhar focou em um candidato ao fundo da sala, na cadeira atrás da qual Izuna ocupava. Esse candidato olhava demais para Tobirama, o comportamento do garoto estava suspeito, mas podia ser apenas impressão e deixou para lá e voltou a olhar os demais. Mas notou a movimentação incomum do mesmo candidato de antes e pegou no pulo ele espichando o pescoço para tentar olhar as respostas de Izuna.
O Senju revirou os olhos por ter que se levantar dali, ele seguiu para a fila do candidato, quando parou ao lado da mesa atrás da sua, Izuna sentiu a presença de seu marido assim como o leve cheiro do homem que era um resquício do cheiro do creme que havia passado a noite após o banho, um cheiro de amêndoas e baunilha com um leve toque amadeirado, um cheirinho que Izuna adorava.
O capitão estendeu a mão em direção a prova do garoto atrás de Izuna, o candidato segurou a folha entre as mãos e murmurou um "não, por favor uma chance, senhor". Como ele não entregou o albino retirou a prova da mão do garoto.
— O fato de você estar aqui hoje já é considerado a sua chance que você acabou de desperdiçar. — Respondeu o Senju em voz baixa mas autoritária e o garoto se levantou e foi com o Senju até a mesa, Tobirama conferiu o nome do garoto na prova e buscou os pertences dele ali e assim que entregou, o garoto deixou a sala e Tobirama voltou a se sentar e vigiar os que continuavam na sala.
O major retornou a sala uma hora depois de deixá-la e Tobirama explicou brevemente o ocorrido e logo deixou aquele local .
O tempo passou e o major pegou mais três tentando colar e os colocou para fora, porém não tão sutil como Tobirama. E Izuna foi um dos últimos a finalizar a prova faltando cinco minutos para o horário limite da entrega, às 17:00.
Ao sair da sala encontrou o marido na porta de uma das salas mais adiante conversando com uma mulher fardada também, essa Izuna nunca tinha visto, ela era bonita, muito bonita, sua pele era morena, seus olhos esverdeados que contrastavam com a pele, a farda larga não escondia o corpo esbelto da mulher que tinha os cabelos presos, ela era uma perfeita combinação em tudo, não pode negar que sentiu um calafrio percorrer sua espinha em ver seu marido conversando com ela, seu coração bateu de um modo frenético e uma leve raiva interior lhe dominou.
Tobirama é um bom marido, nunca deu motivos de desconfianças, nunca o traiu nem sequer olhava diferente para outras mulheres ou até mesmo homens, a cada dia o albino deixava claro que pertencia a ele com seus gestos, suas atitudes, seus olhares. Izuna confiava plenamente em Tobirama.
Mas Izuna não confiava nas mulheres. Nenhuma. Já chegou a sentir ciúmes da antiga vizinha deles em Atlanta pelo simples fato de ser uma mulher a estar conversando com seu marido, não importava que era uma senhorinha simpática com os seus 70 anos, Izuna era ciumento e não controlava isso.
Izuna não confiava nadinha nas "Maria Militar" que ficavam conversando com o SEU marido. E era disso que ele tinha ciúmes, era isso que incomodava Izuna. Mesmo até onde não tinha nada, ele via "Maria militar" "caça homens casados" entre outros apelidos que Izuna dava para essa raça.
Isso despertava o ciúmes do garoto.
E foi isso que fez ele desarmar o sorriso que tinha quando iria seguir até seu marido, mas mudou a cara e o rumo quando o viu conversar com aquela "maria homem bonito e casado". Depois que Izuna passou por eles, o albino o viu seguir em direção ao corredor onde ficava as escadas do prédio e o elevador.
— Eu preciso fazer uma coisa. — Disse o Senju e a mulher assentiu e voltou para o posto dela. Enquanto isso, ele apressou o passo e seguiu pelo corredor e chegou a tempo de segurar o braço de Izuna antes que ele entrasse no elevador.
— Espera. Eu saio daqui a pouco, Izu. — Disse o Senju. — Como foi a prova?
Izuna se soltou da mão do marido e o fuzilou com o olhar, e Tobirama compreendeu aquele olhar, era apenas o ciúmes de Izuna mais uma vez. E ele até ficou fofo quando respondeu todo bicudo cruzando os braços. — Bem, eu acho. E você, trabalhando muito com a "Maria Militar"?
Tobirama revirou os olhos mas respondeu. — Sim, desde ontem a noite não parei e hoje o dia inteiro correndo para cima e para baixo com a Major Stacy para ajeitar tudo isso, mas não só com ela, com os outros também, porque o general me designou responsável dessa área de prova. — Disse apontando o corredor em que ficava a sala que Izuna prestou a prova onde haviam mais 7 outras salas das quais só mais uma tinha candidato ainda.
Izuna se sentiu incomodado por despejar o ciúmes no marido depois de uma madrugada e um dia claramente cansativo do mesmo. E fazendo um bico mais manhoso ele murmurou um "desculpe" que fez o albino sorrir e bagunçar o cabelo do menor. — Só desculpo se você topar comer um lanche daqueles bem cheios repletos da "proteína gordura" com grãos de milho caindo pelo prato e o hambúrguer bem frito escorrendo óleo. Como você diz, um lanche bem porcaria.
O menor riu com o que o albino disse e deu um soquinho no peito de Tobirama . — Credo amor, mas tá bom, mas só hoje e sem óleo escorrendo! — Disse Izuna apontando o indicador para Tobirama e logo sorriu travesso ao dizer. — E tem que ter muita maionese, muito catchup e acompanhado de uma coca cola bem geladinha.
— Fechou! — Disse o capitão.
Izuna olhou para os lados e se certificou que estavam só eles ali e roubou um selinho do marido, que sorriu após o breve encostar de lábios seus com os do menor. — Eu te amo meu pequeno. — Disse Tobirama.
— Eu também amo você, meu gigante. — Disse Izuna e roubou outro selinho de Tobirama esse um pouco mais demorado. E logo o Senju entregou a chave do carro para Izuna. — Me espera lá, eu já vou tá bom?! Só terminar as coisas aqui, tem uma pessoa ainda fazendo prova.
Izuna assentiu e após mais um selinho eles se despediram, Izuna seguiu para o elevador e Tobirama voltou ao corredor e viu o último candidato deixando a sala e então ele fez seu trabalho de recolher a prova de todas as salas e deixar na sala segura da USAF onde o turno noturno iria conferir todas aquelas provas e começar a agendar a nova etapa dos que passaram.
Depois de tudo pronto o general dispensou Tobirama assim como todos os demais que tinham trabalhado desde a noite passada, inclusive ele próprio. Assim que o albino chegou ao estacionamento seguiu diretamente ao carro onde encontrou seu marido no banco do motorista, como seria óbvio, e ouvindo uma música de sua banda favorita, Aerosmith. Ele cantava junto a música "Cryin", depois de ter se dopado de "Dream On" que ouviu umas 3x seguidas enquanto Tobirama não chegava.
— Yeah, our love, sweet love, ain't love till you give your heart away — Cantava Izuna fingindo estar em um grande show, agora apontando para o Senju que entrou no carro e se sentou no banco do carona.
— Oh God, Izuna San eu sou um fã histérico e eu te amo AAA . — Disse o Senju com uma voz fina e puxou Izuna para perto o calando com um beijo e logo após os lábios se separaram ambos riram daquele pequeno e descontraído momento entre ambos.
— Vamos meu fã histérico, coloque o cinto. — Disse Izuna apontando para o corpo do Senju que ainda não havia posto o cinto e assim que colocou Izuna fez o mesmo e então entre risos pelas brincadeiras bobas que se seguiram Izuna deslizou o veículo sobre a estrada rumo a lanchonete onde iriam comer seu delicioso lanche engordurado repleto de proteína gordurosa. Aquela maravilhosa porcaria.
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For All Mankind TobiIzu
Science FictionTobirama é capitão especial da Força Aérea Americana(USAF/Forças Armadas) formado em Biologia e estudante de astrobiologia. Izuna piloto de aviação de uma companhia privada, formado em engenharia e ainda em busca de seus sonhos. . . História publica...