Segundo Teste

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Era sete horas da manhã quando Izuna se assustou, acordou com o barulho agudo e alto que seu celular emitia, mais que depressa ele se levantou sem se importar que não estava usando nada, ele só atendeu o celular e saiu como estava do quarto, indo para o corredor para não acordar seu marido que teve o dia anterior cheio e merecia um bom descanso.  
 
— Alô. — Disse ele com a voz sonolenta. 
— Izuna Uchiha? — Questiona a voz do outro lado. 
— Sim, sou eu.
— Sou a Joyce, eu falo do time de seleção da USAF. Estou ligando para informar que você passou na primeira fase, já lancei sua prova no seu cadastro caso queira conferir sua pontuação depois. Mas gostaria de confirmar se você consegue chegar aqui hoje às 9:00 para a segunda fase, que será o teste físico. — Disse a mulher. 
— Sim, sim claro. Posso sim! — Disse o menor empolgado. 
— Perfeito Izuna, no seu cadastro você vai encontrar o comprovante que deverá apresentar, boa sorte. — Após isso a mulher desligou e Izuna voltou para o quarto observou Tobirama ainda dormindo, conteve a vontade de acordar o marido para falar sobre o resultado, Izuna queria pular , por mais que sempre passou na fase das provas era sempre um alívio passar outra vez. Era essa segunda parte que sempre reprovou, o teste físico. O menor foi para o banheiro onde fez sua higiene pessoal, tomou seu banho quente e gostoso, lavou seus cabelos com todo o cuidado que mereciam os fios. 
 
Quando saiu do quarto estava usando um roupão branco sobre o corpo, buscou uma roupa e logo a vestiu, estava usando um jeans preto e uma camisa branca de algodão de manga curta, enquanto calçava o tênis na beira da cama sentiu uma mão tocar suas costas e ele olhou para trás encontrando seu marido com os olhos pequenos de sono, os cabelos bagunçados e com aquele peitoral esplendoroso a mostra. 
 
— Bom dia amor! — Disse Tobirama com a voz rouca pelo sono. 
— Bom dia meu raio de sol. — Disse Izuna animado e logo se inclinou para beijar o marido e assim que afastou os lábios Izuna sorriu e disse. — Eu preciso estar às 9:00 na USAF, passei na prova e agora.. — Izuna demonstrou preocupação ao morder o canto do lábio. — Agora é o físico. 
 
—Parabéns meu pequeno.— Disse Tobirama com um largo sorriso no rosto e ao notar a preocupação que surgiu no menor ele se arrastou na cama e abraçou Izuna e disse com a voz rouca próximo ao ouvido do marido. — Não se preocupe, você vai conseguir.  — Disse o Senju que beijou a testa de Izuna após as palavras. 
 
— Espero que sim amor. — Disse o menor. 
 
Tobirama olhou para o corpo do marido e disse ao apontar para o jeans dele. — Coloque um moletom, vai poder se movimentar melhor. 
 
Izuna olhou para si mesmo e depois para Tobirama, não reclamou pela dica e fez o que o marido disse, trocando o jeans por uma confortável calça de moletom preta. E logo ele pegou dois pares de tênis e mostrou para o Senju o All Star preto que ia colocar antes e outro tênis preto em um modelo esportivo com amortecedores que ele odiava usar. — Qual amor? 
 
O Senju apontou para o qual Izuna não queria que ele tivesse apontado, o esportivo e disse. — Você vai correr, saltar, escalar, vai ter que ser o esportivo dessa vez, amor. 
 
Izuna fez um bico mas calçou o indicado enquanto seu marido se levantou e foi em direção ao banheiro se espreguiçando todo, o Uchiha ficou com o olhar fixo na bunda nua do albino enquanto ele caminhava para o cômodo, mas logo que ele desapareceu na porta o menor sorriu e balançou a cabeça  em um modo negativo deixando as lembranças da noite invadirem sua mente, quando ele praticamente avançou em seu marido quando chegaram em casa e esgotou de vez as energias de Tobirama.
 
Era 8 horas da manhã quando Izuna estava tamborilando os dedos sobre a impressora que fazia vários barulhos mas não imprimia o comprovante que ele precisava. Isso o deixou nervoso e seu marido agora vestido a vontade, para quem teria a manhã de folga estava com dois copos de café na mão, entregou um a Izuna e o outro ele deixou sobre a mesa do computador. 
 
— Espera amor, deixa eu ver isso, tome seu café por enquanto. — Disse o Senju que puxou a impressora do lugar dela e mexeu nos cabos se certificando que estava tudo certo, após abriu o compartimento superior da mesma e encontrou o problema, uma pequena peça “misteriosamente” desencaixada, mas foi fácil consertar e então mandou a imagem na tela do computador para impressão novamente e assim que o papel começou a sair Izuna parecia mais aliviado e o Senju disse entre o sorriso sabendo exatamente o mistério da peça desencaixada. 
 
— Parece que alguém estava ansioso demais para esperar a última impressão feita aqui, ser liberada, sabe e puxou a folha antes do tempo. — O albino riu e Izuna deu um tapa no ombro dele o mandando calar a boca. 
 
E após a ordem o Senju beijou os lábios de Izuna e ambos sorriram um para o outro e o moreno ia agora puxar a folha antes do tempo, de novo, e o albino segurou a mão do menor e o olhou como quem diz "pode parar" o outro lhe olhou com um sorriso atrevido nos lábios e roubou mais um beijo do marido que agora levou a mão a impressora e retirou o papel no tempo certo, entregando para Izu. 
 
Quando deu 8:30 Izuna estava desesperado pelo atraso que não deveria ocorrer, ele pegou as chaves do carro e foi para a porta, o Senju perguntou enquanto estava acompanhando Izuna até o carro. — Não vai pela estrada agora, ou você vai ficar parado no trânsito. 
 
Izuna o olhou incrédulo, era o único caminho afinal. — Como assim amor, por onde então, tem outro caminho? — O Senju notou que Izuna não conhecia o outro caminho para escapar do trânsito, poderia ter configurado no GPS mas o nervosismo de Izuna podia fazer ele se perder no trajeto novo, e tinha um outro fator que seria bem mais fácil com Tobirama junto, então ele voltou para a porta de casa e fechou a mesma jogando a chave no bolso do shorts que estava usando e voltou para perto do carro. — Desliza para lá. — Izuna foi para o banco de carona e o Senju assumiu o volante. — Pegou tudo? — Perguntou o albino e Izuna confirmou com um aceno. 
 
Ele deu partida no veículo e seguiu pelas ruas residencias de Washington DC rumo a Maryland. 
 
Até o ponto de entrada de Maryland foi o caminho de sempre, a partir daí o Senju ao invés de pegar a estrada principal, como era de costume, seguiu reto, apenas a atravessou e entrou na zona residencial da cidade para fugir do trânsito, deu uma volta maior virando em diversas ruas que com o nervosismo, Izuna constatou que se perderia se tivesse de fazer o trajeto ele mesmo. 
 
Quando atingiram uma rua que parecia uma avenida principal da área residencial da cidade, o Senju acelerou ao ver que faltava 15 minutos para Izuna estar na base, como esperado, aquele trecho estava sem movimento o que permitiu a velocidade ir de 80 a 120km/h no velocímetro. 
 
Ao chegar em um ponto Izuna olhou para a estrada acima que formava uma trincheira ali, viu tudo parado, definitivamente ele não chegaria a tempo se tivesse ido por lá. 
 
Enfim virou em outra rua que aparentemente tinha só mato de um lado e um mato "particular" do outro lado, pois esse mato particular estava todo cercado por um muro extenso e alto que tinha vários km de extensão, tomando conta de uma quadra imensa, abrigava uma área extremamente enorme, que Izuna não conseguiu se localizar para saber o que era exatamente.  Após percorrer aquela rua que era praticamente deserta avistaram a frente uma cancela ao final daquele trecho que era vigiada por cinco militares armados até os dentes. O Senju aproximou o veículo do local e enquanto um dos militares se aproximou do carro o albino mexeu no porta luvas do carro e retirou o crachá dele dali e apresentou ao militar, por mais que quase sempre passasse por ali era necessário toda essa apresentação, fazia parte do protocolo. 
 
— E ele? — Perguntou o militar indicando Izuna e o Senju se limitou a dizer que iria fazer o teste e antes que viesse a pergunta do porque por ali, ele já disse que a estrada principal estava parada, por isso a escolha do caminho. 
 
O militar fez um sinal e a cancela foi levantada, depois que devolveu o crachá fez uma continência devido a patente militar de Tobirama ser superior a dos que estavam ali. Quando passou a cancela, seguiu um trecho em um caminho estreito entre todas aquelas árvores, que os levou diretamente ao local que agora Izuna reconheceu, a pista de decolagem da Base Andrews que o Senju seguiu, eles haviam entrado pelos fundos da USAF. 
 
— Como você acha que eu ia conseguir entrar aqui sozinho, Tobi? — Disse Izuna tentando buscar a resposta para a própria pergunta, se o próprio Tobirama tinha que se identificar para ir por aquele caminho, como ele acha que Izuna faria isso. 
 
— Eu ia ligar aqui e avisar que você ia entrar por aqui. — Disse o Senju fazendo parecer algo simples ocultando a parte burocrática que ficaria no telefone um bom tempo respondendo vários porquês, e enviando documentos que comprovem que Izuna era de fato seu marido, uma burocracia que levaria o trajeto inteiro de Izuna até chegar a base e ser liberado. Izuna desconfiou mas assentiu e então quando chegaram ao estacionamento principal ele soltou o cinto e Tobirama segurou o rosto do marido o fazendo o olhar. — Boa sorte meu pequeno, vai dar tudo certo está bem?!. — Ele sorriu a Izuna sorriu para ele mais uma vez e seus lábios se encontraram por um momento e o menor desceu do veículo e foi correndo para a entrada do prédio que precisava se apresentar enquanto Tobirama seguiu o caminho de casa mais uma vez. 
 
Izuna enfim chegou a tempo dentro da sala indicada, ali receberam orientações sobre o dia de testes que passariam na base e o militar que aplicaria o teste os guiou até outra área da base Andrews que Izuna não conhecia ainda, a área de testes o primeira ponto foi uma pista de corrida ali passaram boa parte da manhã alternando entre corridas de diversos km variados para testar o fôlego dos candidatos, após horas de corrida e anotações do aplicador seguiram para outras áreas onde foi feito testes de força, resistência, escalada, velocidade, agilidade entre outros. 
 
A cada etapa realizada o aplicador anotava algo na ficha de cada candidato, a pressão que estavam fazendo sobre os candidatos era enorme, demonstrando a pressa que tinham para concluir aquilo, o teste de aptidão física normalmente era um teste que duraria uma semana, mas pela pressa que necessitavas dos novos, o mesmo foi aplicado em sua totalidade em um único dia, exigindo muito de todos. 
 
Izuna agradeceu internamente por não ser teimoso com Tobirama e por fazer o que o marido disse sobre a roupa e o calçado que deveria vestir, pois de fato, jeans e all star teria sido uma tragédia. 
 
Quando Tobirama chegou a base para trabalhar durante a tarde ele questionou ao general sobre os novatos e foi informado sobre o teste intenso por qual estavam passando, e ele precisou resistir a tentação de ir ver Izuna mesmo que de longe, pois sabia muito bem que poderia desconcentrar o marido se aparecesse para vê-lo. E esse teste era o mais importante. 
 
O novo local para teste de resistência agora, era próximo às pistas de decolagem, em uma área verde e extensa com várias espécies de obstáculos espalhados pela mesma, uma bela piscina de lama, mais um paredão de escalada, redes, barras entre outras coisas. Por mais que o aplicador já tivesse os resultados prontos e já estivesse decidido dos que passaram, ele aplicou mais esses testes para finalizar. 
 
Era o finalzinho do dia já quando todos ali se sobressaltam com o som de uma sirene ao fundo, Izuna conhecia já aquele som e não deu dez minutos depois do som para ver sobre a pista quatro jatos alinhados que levantaram voo, um seguido do outro deixando o som estridente no ar abafando a ordem do aplicador de não se distraírem e prosseguirem quando as quatro aeronaves passaram em um rasante sobre o local do teste subindo, ganhando altitude e seguindo em frente. 
 
No jato que decolou primeiro estava Tobirama, após Touka, Gordo e outra pessoa do esquadrão seguiram juntos. Tobirama mexeu nos controles da aeronave recebendo as coordenadas da direção que deveriam seguir, as instruções que recebeu foi de interceptar um jato não identificado que invadiu o espaço aéreo dos EUA, eles seguiram para as coordenadas indicadas em 7 minutos estavam no local mas não havia nada. 
 
— Capitão, não tem nada aqui. — Disse Gordo através do comunicador do jato. 
— Eu percebi, que merda. — Disse o Senju e ajustou o comunicador com a torre da base. — Torre, sem visualização, não tem nada nas coordenadas indicadas e nem nos arredores. 
— Capitão Senju, confirmando 789.598 752. 149 é o que está aparecendo para mim. — Disse a responsável pelo acionamento. 
— Não tem nada, estamos nessas coordenadas. — Disse o Senju 
 
Na torre a mulher se desesperou por medo de ter feito algo errado e chamou o supervisor dela e explicou rapidamente a situação. O homem mexeu ali depois de avisar o Senju para permanecerem pelo local que ele ia ver o que estava acontecendo. Não levou um minuto e ele abriu comunicação em uma voz desesperada.  — Capitão Senju volte para a base imediatamente, todos vocês. Identifiquei anomalias nas coordenadas e rastreei o sinal verdadeiro, eles estão perto da base. 
 
— Merda! — Disse o Senju sem se preocupar com o palavreado. — Autorização para voô supersônico. — Disse o albino e imediatamente o supervisor autorizou e ao mesmo tempo esse supervisor do controle aéreo gritou no meio da operação da torre, os ordenando a recusar todos os pousos e decolagens e deixar o espaço aéreo livre e ao mesmo tempo ele foi até a mesa dele e ligou para o general que acionou imediatamente outra sirene que ecoou pela base.
 
O aplicador assim que ouviu a sirene gritou com os jovens ali. - Todos vocês venham comigo, agora! — Notando os rostos confusos ele disse às pressas. — Esse som sinaliza que estamos em risco, sob ataque.
 

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