Capítulo 23

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GAEL MILLER

Quase no fim da tarde voltei para o casarão na colina. Fui procurar emprego nessas redondezas, não poderia ficar parado e ver Rafaella trabalhando feito doida. A patricinha não está acostumada com essa vida de mediocridade, sempre teve o glamour em seus pés, porém estou muito impressionado com o modo que ela está ingerindo a situação. Mesmo com o pé na lama, ainda mantém a sua vaidade em primeiro lugar. Dois empregos, e um deles é destinado a produtos de beleza e outros afins, está sabendo administrar o seu dinheiro, agora está sentindo na pele como é viver com dois salário mínimos todos os meses.

Por sorte, Rafaella não precisa trabalhar todos os dias, ela pode escolher um dos empregos agora. Com a minha faculdade de ciência contábil, advocacia e meus dois anos de treinamento no exército, fui consignado a proteger os dois herdeiros da família Ganzarolli e treiná-los, Enzo e Lúcio serão os meus pupilos. Ganharei muito bem, o trabalho é temporário. Entretanto, o dinheiro recebido vai ser muito bom durante esses seis meses.

— Rafaella? Cheguei! — Fecho a porta atrás de mim, a casa está em silêncio. — Rafaella?

Rafaella entrou na sala segurando uma panela queimada, acho que estava tentando fazer comida e falhou miseravelmente, com beicinho e com os olhos d'água aproximou-se de mim.

— Queria fazer macarrão com almôndegas e deu tudo errado!

Peguei a panela em suas mãos, olhei a situação, Rafaella deixou cozinhar demais e acabou queimando a massa.

— Gostou tanto do meu macarrão? — Olhei-a.

— Sim! Estava gostoso e eu quero comer de novo, pensava que fosse fácil. — Fez biquinho de novo. — Poderia fazer para mim?

Rafaella estava tão sexy com este vestido azul colado em seu corpo magro e esse avental branco com desenho de frajola. Está parecendo uma verdadeira dona de casa desastrada e eu, seu marido calmo e paciente. Nós poderíamos ser uma boa dupla, a riquinha e o pobre, mas a brasileira deixou isso bem claro ontem de ontem. O nosso relacionamento é baseado em sexo, sem compromisso e sentimentos nulos. E provavelmente o meu coração será quebrado e desiludido por causa dessa mulher. Sou masoquista desse desejo, só estou esperando a validade acabar e me tornar uma casca vazia.

— É claro que faço, meu amor! - Dei um selinho na sua boquinha. — E também tenho novidades, é temporário, mas vale muito a pena.

Entramos na cozinha, Rafaella logo sentou na cadeira de madeira. Fui no armário de cima e peguei um pacote de macarrão, substituí a panela e comecei. Tudo isso sendo vigiado pelo olhar dela, estou ficando excitado.

— Você é muito bonito pra ser americano.

Virei-me.

— Por que? Não acha os americanos bonitos?

Confirmou balançando com a cabeça.

— Eu acho vocês feio, sem tempero, tudo branco. Mas, você não, talvez você seja metade brasileiro que eu acho bonito. Sei lá...

Esperando a água ferver, puxei a cadeira e sentei na sua frente. Peguei suas mãos e beijei.

— Então eu sou privilegiado? Gostei!

Rafaella debruçou na mesa e me beijou, beijamos lentamente. Podia sentir o gosto do seu gloss de morango, agarrei o seu pescoço e aprofundamos ainda mais... Parei, se não comeria ela aqui e agora.

— É melhor pararmos! — Me afastei.

— Estraga prazeres! — Se irritou — Se não quer, pelo menos diga a novidade.

ESPOSA PERFEITA - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora