― Rafaella, você está bem? Por favor, fale alguma coisa. Reaja.
Gael Miller está desesperado, ouço vozes à minha volta. Não só ele, e sim Catarina ao meu lado segurando a minha mão firmemente, sentia os seus lábios no meu rosto esquerdo e dizia que estava tudo bem, o pesadelo já tinha acabado. Porém, eu não conseguia nem mexer os meus dedos das mãos ou nos pés, estava em choque. Só conseguia chorar silenciosamente e sentir dores no meu corpo.
Meus olhos embaçados fitaram o Gael, conseguir pronunciar uma frase inteira sem gaguejar:
― Cadê o Henrique?
Quero ver o meu filho, quando penso ou fecho meus olhos às memórias vêm do Heitor espancado. Afundando o seu punho fechado em seu rosto juvenil e escutando o osso se quebrar, um som horrível de escutar, de uma mãe deveria escutar.
― Rafaella... infelizmente ele está em coma. Levou bastante pancadas na cabeça, e o seu diagnóstico é traumático craniano.
― LARGA ELA SEU MONSTRO!
Ele jogou o próprio filho para longe, chutando-o a sua cabeça. Sangue saía em sua boca, Heitor fazia repetidas vezes sem intervalo. Daqui escutava os ossos se quebrando, era um o som angustiante de escutar.
― NÃOOOOOOOOOO!
As lembranças novamente vêm à tona. Sinto uma dor no peito tão forte, um gosto amargo na boca e raiva, tudo por causa de uma pesquisa insignificante. E quase causou a nossa morte, se não fosse a Maria Cecília. Maria Cecília... Lembro-me, os tiros e ela apontando a arma para mim. Por quê?
― Maria Cecília e o Heitor? Cadê eles?
― Estão mortos, Maria Cecília matou o Heitor e ela foi morta por policiais, algum vizinho denunciou por causa das gritarias e pedido de socorro.
― Mamãe? Está tudo bem! Vocês estão salvos, e longo longo o Henrique estará conosco.
O rosto da Catarina entra em foco, fiz um pouco de força no braço para tocá-la. Lágrimas deslizavam sem parar, demonstrando que está feliz ao me ver viva.
Um soluço escapa entre os lábios, estou fazendo de tudo para não chorar como um nenê recém-nascido. Catarina puxa para perto dela tentando me tranquilizar passando a mão nas minhas costas, fazendo carinho. Tão gostoso, minha adorável filha. Jamais vou perdoá-los por tirar o meu convívio com ela, por outro lado, também tenho uma parcela de culpa. Se eu esperasse o Gael, escutasse a sua versão naquela conversa. Com certeza a história seria outra.
A porta do aberto é aberta, Miguel entra. A sua aparência está desleixada e com semblante cansado, assim ele vai assustar os pacientes ou errar diagnósticos. Sou compreensiva, a sua vida está de cabeça para baixo, abandonado pela esposa, cuidar das filhas sozinhas não é fácil ver duas irmãs e o cunhado destruindo a vida um ao outro.
―Têm repórteres dormindo na calçada. Está parecendo um lançamento de um filme - Ele me viu ― Rafaella!? Está acordada, quase uma semana dormindo. ― Se alegrou e veio até a mim. ― Você está bem?
― Um pouquinho! Como estão as coisas?
― Complicado, mas não se preocupa. A Bianca está cuidando de tudo, e também da sua empresa.
― O que eles estão falando sobre o caso?
Miguel olhou brevemente para Gael, antes de responder a pergunta. Suspirou.
― Você dormiu longos dias, é melhor você evitar por enquanto os problemas de fora. E pensar sobre a saúde do seu filho que ainda está estável, sem previsão de ele acordar. Mas, estamos muito positivos sobre o seu quadro.
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ESPOSA PERFEITA - LIVRO 1
RomanceRafaella Cavalcanti cresceu no mundo de privilégios, sempre teve o que queria. Sempre foi uma boa filha e obediente, uma visita inesperada na festa de Ano Novo fez questionar o seu dever e as ordens do seu pai. Desde então, vive no prazer desconheci...