HENRIQUE ROSENBERG
Um arrepio forte desceu pela minha coluna quando o Ruan sussurrou ao meu ouvido me orientando para tirar o alvo. Que está a nossa frente por poucos metros, nesses últimos dias o cubano está me ensinando a usar armas e como lidar com as mercadorias do seu pai, ele quer entrar na Famiglia. Ser filho de um associado não está mais satisfazendo, o Ruan quer mais. E eu? Quero ter mais contato com ele, desde o vi pela primeira vez senti uma sensação estranha, a mesma sensação que tive com o Rômulo. Eu não queria terminar o nosso relacionamento, mas infelizmente as circunstâncias nos obrigam.
― Agora consegue tirar no alvo? ― Suas mãos firmes apertaram na minha cintura ― Vamos, você consegue.
Sentia os seus lábios encostando na minha orelha, o meu corpo sente arrepio perto dele. Não quero ser considerado estranho vindo dele ou deste país, vou me assegurar no máximo possível para conter a minha sexualidade. Seria tão fácil se fosse um hétero, o mundo é cruel demais que são diferentes. Fiquei ereto, com o revólver de calibre 38, tinha o seu nome gravado nele. Mirei no alvo, o alvo era uma latinha de Coca-Cola cheia, fechei um dos olhos e atirei, incrível que pareça acertei o alvo.
Sem perceber abracei o Ruan, senti o seu corpo ficar tenso... Merda, Henrique! Se controla viadinho. Afastei-me, todo sem graça e olhando para outro lado.
― Desculpa, empolguei demais ― Tento consertar a situação ― E então, vai me ensinar a reconhecer as drogas?
Virei o corpo, peguei a sua mão e devolvi a arma.
― Quer sair hoje à noite? ― Perguntou olhando para os meus olhos ― Vai ter uma festa na casa de um amigo, bebidas e mulheres gostosas. Há dias, eu não como ninguém.
Arregalei os olhos ao ouvir isso. Já fiz sexo com o Rômulo, foi extremamente doloroso e rápido, me entreguei a ele antes daquela bomba entrar em nossas vidas.
― Pode ser! Eu adoraria, às que horas?
― Envio uma mensagem, fique de olho nas notificações.
― Pode deixar!
Nós sorrimos um ao outro.
Cheguei na residência nova, e fui direto para o meu quarto. Aos poucos estou gostando da rotina desta casa, exceto os fusos horários, joguei a mochila azul na cama. Fui na escrivaninha, sentei na cadeira e liguei o notebook, mamãe não sabe mas às vezes vejo as notícias sobre a gente. É inevitável, principalmente sobre mim, é terrível ler as mensagens dos alunos da escola onde estudava, ódio gratuito. Já sofri bullying antes disso, e agora, sofro de todo mundo. Vou direto para o Instagram, vejo as mensagens privadas, as maiorias eram dos garotos que infernizava a minha vida.
"Gostosinha, quero foder você todinha!"
"Libera o seu cuzinho para mim"
"Se entrar no Brasil, te arrebento sua aberração".
Ignoro essas mensagens, e vejo uma que é realmente importante para mim.
"Henrique, eu gosto de você. Porém, envolver com você foi algo perigoso, excitante e irracional, a minha vida virou de cabeça para baixo por causa daquela foto íntima. Ninguém quer contratar a nossa mãe, e nenhuma escola quer me matricular, estou sem rumo e dinheiro, mesmo que a sua mãe deu uma enorme quantia para gente. Está acabando, daqui a pouco vamos para rua e pedir esmola, e por isso que nós decidimos ir ao México por enquanto e tentar atravessar ilegalmente a fronteira. Eu sei que loucura é perigosa, mas infelizmente está difícil para nós morar no próprio país. E estou escrevendo essa carta para saber os motivos por que não entrarei em contato com você. Quero que seja feliz, e ame outro homem na sua classe social, assim terá menos dor e mais aceitação. Não me arrependo de nada de viver um romance proibido com o filho da patroa, seja feliz! Com amor, Rômulo!"
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ESPOSA PERFEITA - LIVRO 1
RomanceRafaella Cavalcanti cresceu no mundo de privilégios, sempre teve o que queria. Sempre foi uma boa filha e obediente, uma visita inesperada na festa de Ano Novo fez questionar o seu dever e as ordens do seu pai. Desde então, vive no prazer desconheci...