Capítulo 58

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CATARINA GANZAROLLI


1 MÊS DEPOIS

Olhei-me no espelho, minha barriga está enorme com este vestido florido. Vincenzo comprou para mim para usar no baile de máscara, será o nosso primeiro evento como marido e mulher, o nosso casamento foi muito comentado entre eles por causa da rapidez e nenhum noivado foi anunciado. Era o Vincenzo Ganzarolli casar-se com uma herdeira prestigiada na Famiglia rica na Itália e não uma filha subchefe que não foi criada dentro das leis mafiosas, frequentei escolas, faculdades, e amigos comuns, todos esses anos morando e sendo vizinha do Chefe, nunca tive amigas nesse ramos. Papai fazia questão de me afastar de todos.

Peguei batom vermelho e passo em meus lábios, borrei quando senti os chutes dessa criança dentro de mim, nessa semana só tenho isso. Lyra não para de chutar, nem consigo dormir à noite, é horrível. Tirando o peso ganhado, glicemia alta, pés inchados e o rosto que está parecendo uma bola. Estou ótima, a sociedade romantiza demais a gravidez. É uma responsabilidade imensa de gerar um ser humano.

Está pronta?  Vincenzo entrou no quarto sem bater, é o costume dele. Já falei mil vezes, bata antes de entrar.

Quase, na verdade eu não quero ir. ― Ponho os meus brincos de esmeralda, presente de Lúcio. Estou imersa!

Seus olhos brilhavam ao me ver arrumada, estava indeciso se iria se aproximar ou não. Botei um limite do nosso relacionamento, os nossos assuntos são sobre a Lyra e nada mais, ainda estou magoada com ele e não sei se algum dia posso perdoá-lo o que ele fez.

Você está linda! E nós temos que comparecer a esse baile, ordem do Lúcio.

Suspirei cansada Tudo bem! Já estou pronta! Vamos fazer esse teatro.

Vejo através do espelho que o Vincenzo ficou magoado quando me refiro ao nosso casamento como teatro mal escrito. Dou um sorrisinho de canto, às vezes gosto de implantar esse sentimento dentro do seu peito e eu faço questão disso, é o mínimo.

Saímos de casa com o motorista particular, o baile de máscara é organização de Lótus, querem casar as suas filhas nas melhores famílias italianas. Meia hora de viagem, ignorando algumas pontadas no pé da minha barriga, chegamos no local que estão repletos de repórteres querendo tirar melhores fotos. Alguns convidados são associados, políticos, celebridades e os membros da organização. Saímos no veículo e demos o nosso convite para uma mulher bem-vista e que não tirava os olhos em cima do Vincenzo, fiquei enciumada e peguei o seu braço.

Finalmente entramos, na festa encontrei o Lúcio e ao lado dele uma bela mulher.

É Lilith Silva, filha do Enrico.  Vincenzo sussurrou ao meu ouvido.

O seu rosto bonito estava tampado pela metade, usando máscara no estilo O Fantasma da Ópera. Segurava possessivamente a cintura da sua prima e, olhando daqui, estava a perceber o desconforto da coitadinha.

Boa noite! ― Vincenzo cumprimentou. Lilith? Você está belíssima!

Realmente, essa Lilith Silva está belíssima com este vestido dourado e brilhante, usando um decote ousado valorizando os seus seios morenos e médios. E o seu nome é bastante incomum, que combina perfeitamente com essa jovem.

Demorou para chegar  Diz rude.

Revirei os olhos Não foi culpa dele!

Mulheres!  Rosnou, parece que alguém está putinho. Sempre estragando as nossas vidas.

Você é tão imaturo, Lúcio. Perdoe-me o meu primo, ele está de mal humor - Lilith estendeu a mão para mim Lilith.

Seus olhos são incrivelmente verdes.

Catarina, prazer em conhecê-la.

Depois disso, encontrei os membros da família Ganzarolli nesta festa. E também minha mãe, ela está maravilhosa com este vestido branco e preto, desenhado especialmente para ela. Soube que ela conseguiu comprar uma empresa numa rua bem localizada e estabeleceu os seus contatos importantes, daqui a pouco a Rafaella surgirá nas cinzas. Após o casamento com Gael Miller, ela entrará de vez para Famiglia e será membro da família Ganzarolli. Por sorte, Henrique e Laura não entraram no esquema, não são filhos legítimos e sim enteados. Ao contrário da Lyra, porém, ela não será uma peça importante para este jogo de xadrez.

💍

Escovando os meus dentes, senti as primeiras contrações. Debrucei-me sobre a pia quando uma delas atingiu em cheio, quase caio no chão. Comecei a orar e chorar baixinho, chamei o nome do meu marido.

VINCENZO!  Berrei, piorou tudo. No mesmo instante que a porta se abriu, Vincenzo correu para me ajudar. Vai nascer!

Agarrei a sua mão e apertei com bastante força, saímos no banheiro e sentei na cama, ainda bem que estou vestida com uma roupa reconfortante. Coloquei as mãos sobre as pernas e comecei a respirar fundo, Vincenzo foi para o quarto da nossa filha para pegar os documentos e as roupinhas, em poucos segundos ele voltou segurando uma bolsa rosa de maternidade.

Fica calma, e respira fundo.  Me ajudou a levantar.

Senti algo vazando, olhei para baixo, poça d'água presente. Olhei para o Vincenzo e comecei a chorar, estava com medo. Ele simplesmente beijou a minha testa e falou algumas palavras de conforto.

Vamos para o hospital!

Vincenzo dirigia pelas escuras de Milão feito louco, incrível que pareça às 02:00 da manhã tinha carros na avenida frustrando o meu marido e me deixando com raiva e dor ao mesmo tempo. Vinte minutos depois chegamos ao hospital, indo em alta velocidade e passando em sinais vermelhos, os médicos já estavam esperando a gente. Fui colocada na maca, corremos contra o tempo, entrei na sala cirúrgica junto ao Vincenzo.

Vai dar tudo certo.

Sua mão alisava o meu rosto carinhosamente, minha roupa foi retirada e pós outra, um vestido azul e folgado. Minutos depois começamos o procedimento, vai ser parto normal, queria tanto que a minha mãe estivesse aqui me ajudando e auxiliando. Vincenzo está na minha frente se preparando, vai ser ele que vai colocar a sua filha ao mundo, uma contração se alastrou em todo o meu corpo.

AHHHHHHHHH  Berrei.

Outra contração veio.

Agora empurra, pequena.

Comecei a gritar e empurrar, a dor é imensurável, suava frio. Parecia algo estava me rasgando por dentro e por fora, nunca terei filhos, será a única filha. Vinte minutos depois, escutei o choro da Lyra e o alívio enorme, finalmente posso descansar. Vincenzo vem trazendo a criança já embrulhada com pano azul, se aproxima de mim sorrindo e com as lágrimas escorrendo, aproximou a Lyra perto do meu rosto. Pude ver o seu rostinho, é branquinha e com bochechas grandes.

Nossa, Lyra!

Estou cansada!

Virei o rosto e fechei os olhos.

Pequena...

Me deixe, estou com sono. E já tem o que queria, agora me deixe em paz.

Tudo bem!  Se afastou.

A decepção que sinto pelo Vincenzo é maior do que qualquer sentimento em relação à nossa filha. E não sei, se um dia vou enxergá-la como meu presente divino e ser uma mãe completa, afinal, nunca tive graças a ele.

ESPOSA PERFEITA - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora