CATARINA MILLER
― Catarina? Abre a porta, pequena. Por favor! Eu te imploro.
Vincenzo estava atrás da porta, implorando para eu sair. Fui raptada quando saí do hotel, estava indo junto com o meu pai para dar apoio moral para Rafaella. E neste instante, antes de entrar no carro, fomos surpreendidas pelo Lúcio e Enzo, e os seus homens atrás deles com seu semblante indecifrável e pronto para matar, única palavra do Lúcio Ganzarolli. Poderiam fazer uma chacina, corpos empilhados, gargantas cortadas ou membros decepados, eles não brincam no serviço.
― Seu filho da puta! Mentiu para mim, estragou a minha vida e a do meu pai, pela sua ganância.
Quando o avião pousou no solo italiano, foi surpreendida pelo Vincenzo na pista de decolagem com homens da organização. No início, quando o vi, queria matá-lo com as próprias mãos, nada de armas. Só as minhas unhas em seu rosto, filha da puta. Da sua traição, ganância, poder e dinheiro, foram esses que tiraram o convívio da mãe biológica, eu teria uma vida normal e feliz, nada de restrições. Nada de me esconder dentro de casa, e o papai jamais entraria nessa Famiglia, agora estaríamos juntos como uma família comum como todo resto. Mas, tudo isso, foi tirado de mim.
Meu coração foi partido em milhões pedacinhos, o amor que sentia por Vincenzo evaporou. Saiu do meu sistema, e essa criança que pensei que era o fruto do nosso amor. Virou uma pandora, uma maldição, que preciso tirar urgentemente dentro do meu ventre. Será que o Vincenzo sabe disso? Sabe desse filho ou filha? Esse azar. Olho-me no espelho, vestida de noiva... ele sabe!
― Catarina? Abre essa porta caralho. ― Era voz do Lúcio. ― Rápido, não tenho o dia todo. O padre tem outro casamento para realizar, faz essa birra no outro dia.
Batidas, e mais batidas. Sorte minha que essa porta é forte suficiente para aguentar a sua violência.
― Não fala assim com ela, Lúcio!
― Olha só, Vincenzo, a ideia foi sua de vocês se casarem, agora aguentar. ABRA A PORTA!
Podia escutar as dobradiças da porta se mexerem com a tamanha violência que o Lúcio Ganzarolli está causando contra a porta. Só queria fugir daqui ou acordar, voltar no tempo e reescrever a minha vida inteira. Como no filme "O efeito da borboleta"
― Cadê o meu pai? Onde vocês o levaram?
Não o vejo desde que eles me forçaram a entrar no carro separado, foram dois dias atrás.
― No sótão, onde os traidores ficam. ― Vincenzo respondeu.
― Meu pai não é traidor!
― SAIA DAÍ GAROTA ESTÚPIDA. - Esbravejou furioso.
Sem voltas ou escolhas:
― Quero vê-lo antes, agora.
Ouve algum momento de silêncio, estavam surrando.
― Tudo bem! Temos um acordo! Agora abra a porta.
Respirei fundo, encarei a maçaneta. Abro, revelando Lúcio e Vincenzo, vestido para o casamento.
― Está linda, Catarina! ― Elogiou o Lúcio. ― Que pena que o seu pai não participará da festa, conhecendo ele, o Gael iria se emocionar.
Cínico
― Quero vê-lo!
A todo custo evitava olhá-lo, mas podia sentir o seu olhar queimando na minha pele. Saio do quarto com a cabeça erguida, comecei a andar mesmo com esse vestido bufante prejudicando os movimentos. No corredor encontrei a Camerla Ganzarolli muito bem vestida, aposto que tem um dedo sobre este vestido ridiculamente grande. Estou parecendo uma princesa Daiana, a ignoro também, desço as escadas e encontrei mais membros dessa família. Antônio e Francesco estavam fumando e conversando quando me viram, abriram os sorrisos, daqui a pouco um novo membro entrará na família. Vou ao sótão, chegando lá, me deparei e não pude conter o choro preso na minha garganta.
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ESPOSA PERFEITA - LIVRO 1
RomanceRafaella Cavalcanti cresceu no mundo de privilégios, sempre teve o que queria. Sempre foi uma boa filha e obediente, uma visita inesperada na festa de Ano Novo fez questionar o seu dever e as ordens do seu pai. Desde então, vive no prazer desconheci...