ESPOSA PERFEITA - LIVRO 1

Capítulo 56

A semana passou voando, dias escuros viraram luz. Finalmente pude descansar, e curtir um pouco de paz ao lado da minha nova família italiana, quem diria que viveria outra fase da minha vida. Nesses últimos meses foram os piores, tive que engolir muito sapo e lágrimas para chegar até aqui, a morte do Heitor Rosenberg foi o choque para todo mundo e o descobrimento da corrupção, muitos políticos foram presos que estavam nos esquemas e alguns ganharam a prisão domiciliar, o Brasil é o país da palhaçada e hipocrisia.

Não aguentei os assédios e fui embora para sempre, a Famiglia Giacomo conseguiu a minha estadia para sempre. Até agora, estou engatinhando aos poucos com os meus negócios, tenho que estabelecer alguns contatos e contratos importantes.

O motorista particular estacionou o carro, desci no veículo e olhei em volta, é uma área residencial muito bela. Catarina está morando no bairro mais nobre de Milão, muitas mansões elegantes e maioria são residências dos membros da organização, pensava que existe só nos filmes e seriados, e agora estou mais ou menos trabalhando com a Famiglia. Talvez tenha sorte e entre numa sociedade onde as mulheres mais ricas frequentam, vamos ver a esposa do Subchefe da Famiglia Ganzarolli terá alguns frutos bons. Afinal, é a família mais rica e influente da Europa, o seu poder vai além do território italiano.

Subo as escadarias, antes de chegar no último degrau, a porta foi aberta. Apareceu uma governanta muito bem uniformizada, parece ser simpática, ou porque parece bastante com a vovozinha no sítio do pica-pau amarelo, com seus cabelos totalmente grisalhos e gorduchinha. Ela deu alguns passos para trás.

― A Sra° Ganzarolli está no jardim esperando a vossa senhoria.

― Obrigada!

Entrei no Hall da mansão, sofisticada. É iluminada, com o chão porcelanato que é tão limpo e brilhante que poderia ver o meu reflexo, lá na frente têm duas escadarias enormes que com certeza dão acesso no segundo andar onde ficam os quartos. A governanta mandou segui-la até na área verde, no caminho pude ver a decoração da mansão, a maioria da decoração é uma paleta de beges e marrom, os sofás e poltronas espalhadas pela sala são tecidos e texturas com toque macio.

De longe vi a Catarina tomando banho de sol, está na espreguiçadeira tomando um suco amarelo, talvez seja laranja. Desci as escadarias de mármore deslizando a mão no corrimão, ela sentiu uma presença e virou para trás, tirou os óculos escuros.

― Mamãe! ― Cumprimenta sorrindo. ― Venha sentar ao meu lado, tem tudo que precisar.

Apontou uma mesa pequena de madeira repleta de doces, bolos, pães e variando de sucos disponíveis para nós duas. Aceitei o seu convite e me deitei ao seu lado, Catarina ofereceu um chapéu e aceitei com bom agrado, peguei um prato de porcelana e botei alguns pedaços de bolos e docinhos, estava morrendo de fome.

― Como está você? O seu pai está preocupado com você e eu também, foram quatro meses longe de você, não sente remorso? Não foi culpa sua, é tão inocente quanto a mim.

― Eu queria ficar sozinha por enquanto, pensar um pouco sobre mim, casamento e o bebê que une a gente.

Sem a sua permissão, pouso a minha mão na sua barriga. Está imensa, completou oito meses de gestação, descobrimos pelo Lúcio Ganzarolli que é uma menina. Fiquei tão feliz, terei uma netinha.

― Qual será o nome da minha neta? ― Perguntei ainda acariciando a sua barriga, estava hipnotizada. Lembro-me muito bem da minha gestação, foi uma turbulência e depois veio uma sensação de paz ao ver o rostinho do meu Henrique.