1.4

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Por via das dúvidas chute o saco dele e depois saia correndo sem olhar para trás.
── HAN JISUNG.

👾

Fim da aula, minhas mãos estão suando, sinto um nó se formando no fundo minha garganta ── eu não deveria estar tão ansioso mas é inevitável, alfas são imprevisíveis. Os ômegas tinham ido juntos para casa, eu avisei ao meu irmão que teria coisas da escola para resolver ── então ele não ficaria me esperando, porém com certeza estaria atento ao seu telefone.

Pra que ligar para a polícia quando se tem Hwang Hyunjin como hyung?

Eu tô na frente do portão da escola, no sol quente esperando esse filhote de quenga aparecer ── juro que se ele demorar mais um pouco eu entro lá e arrasto ele pelos cabelos. Como se lê-se meus pensamentos, o garoto saiu de dentro daquele hospício ── com um terrível sorriso malicioso modelando seus lábios. Aí senhor, que vontade de socar esse garoto.

── Ansioso Hannie-ah? ── ele tenta passar o braço pelos meus ombros, mas como uma lacraia eu instintivamente desviei.

── Ansioso pra me livrar de você? Com certeza, eu não vejo a hora. ── começo a andar pela calçada sem olhar pra cara de pilantra dele.

── Minha casa fica para o outro lado. ── eu escuto ele rindo na mesma hora que eu paro de andar, do nada sinto meu braço sendo puxado para seu lado.

Agora ele segurava meu pulso enquanto me guiava para seu barraco, eu tentei me soltar mas até que o bichinho é forte ── poderia gritar por socorro falando que ele é um tarado que quer me sequestrar, mas com certeza o povo dessa rua iria achar que só somos dois adolescentes retardados.

Estava quase na hora do almoço, minha barriga tinha uma espécie de dragão rugindo à procura de comida ── o que a fome não é capaz de fazer, né família?!

── Tá com fome? Vamos parar pra comer aqui. ── o alfa para na frente de uma cafeteria.

── Tô sem grana. ── dou de ombros voltando a andar.

── Eu pago.

── Vou te falir. ── dou meia volta indo para dentro do lugar, não vou negar comida grátis, afinal é de graça. Se ele confundir isso com um encontro, ou uma maneira de se aproximar de mim pra tentar me pegar, ele pode já ir se arrependendo. Disse e vou repetir: Tudo por comida grátis.

Assim que entrei no lugar percebi alfas em todos os cantos, nenhum sinal de alguma pessoa ômega ou beta. Saí da estrada do inferno ── lê-se, caminho para casa do Lee ── para cair em um ninho de cobras, que ótima forma de continuar o dia. Entenderam a irônia queridos?

Todo mundo estava observando eu e o alfa andando pela cafeteria, para no fim se sentar nos fundos do local ao lado da janela ── preciso dizer que o Minho deixou o cheiro dele mais forte? Nunca presenciei um alfa sendo territorial antes, mas pela cara do Lee eu estou vendo um agora.

── Acho melhor sairmos daqui. ── ele se senta do meu lado deixando a mochila no sofá/banco da nossa frente.

── Só depois que eu assassinar minha fome, você disse que ía pagar então agora aguenta. ── pego o cardápio sentindo seu braço passando por trás do meu pescoço. ── Tira o braço daí antes que ele seja arrancado.

── Têm algumas alfas olhando para nós, não quero que eles venham aqui. ── ele rosna baixo olhando para algum lugar, ainda com o braço na mesma posição. ── Fora que eu gosto de ficar assim com você Hannie-ah.

── Aproveitador do cacete, eles estão cuidando da vida deles. ── fecho o cardápio chamando a garçonete com a mão.

── Você tá comendo pelas minhas custas e eu que sou o aproveitador? ── ele ergue a sobrancelha com um sorriso, deve estar se divertindo com a situação.

── Vai jogar na cara que você está pagando agora? ── tento me levantar mas ele me puxa de volta, quase que eu caí em cima dele.

── Eu tô brincando, apenas relaxa. ── ele me abraça de lado, coisa que fez uma careta de nojo aparecer no meu rosto. ── Sabia que até com essa cara você fica bonito?

── Cadê a garçonete pra me salvar? ── ignoro seu elogio observando o resto da cafeteria.

Eu não sei lidar com elogios, então só mudo de assunto ou fico desfigurado olhando para um ponto fixo. Eu chamo essa segunda tática de: cara de peixe morto, sempre funciona.

── Ficou com vergonha é? ── ele encosta o nariz no meu pescoço dando uma fungada funda, fazendo com que milhões de borboletas rasgassem meu estômago. ── Tá usando perfume?

── Que porra é essa?! ── empurro o garoto ainda sentindo um frio no estômago, Minho claramente ficou confuso mas eu duvido que ele está mais desorientado do que eu.

Antes que ele pudesse falar algo a garçonete chega na nossa mesa com um sorriso largo em seu rosto, ela deveria ser uma alfa com no máximo uns trinta anos de idade.

── Boa tarde, o que vão querer? ── ela tira um bloco de notas de seu bolso, esperando alguém falar algo para anotar.

── Me vê uma dose de veneno. ── me afundo no banco com a cara queimando, motivo? Sei lá.

𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐒𝐄𝐑 𝐎 𝐏𝐈𝐎𝐑 𝐁𝐄𝐓𝐀 𝐃𝐀 𝐄𝐒𝐂𝐎𝐋𝐀, minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora