𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐒𝐄𝐑 𝐎 𝐏𝐈𝐎𝐑 𝐁𝐄𝐓𝐀 𝐃𝐀 𝐄𝐒𝐂𝐎𝐋𝐀, minsung

1.8

Vai se hidratar, não tô com paciência pra fazer frase bonitinha hoje não.
── HAN JISUNG.

👾

Como cacetinhos eu vim parar nessa situação? Acontece que eu estou no banheiro da escola aos beijos com o Minho, que por sinal tá bem mais bruto que o normal ── como aconteceu isso? Bom, o vagabundo entrou no hutt e saiu caçando o bonitinho aqui pela escola igual um maluco. De todo mundo que se ofereceu pra ele sendo ignorado no caminho, o alfa foi logo atrás do beta aqui! Logo a pessoa que nem queria estar perto, sou um puta azarado.

Agora você me pergunta: Se você não quer ficar com ele, por qual razão estão se pegando? Bom meu pequeno gafanhoto, eu te respondo com a maior calma do mundo ── não faço idéia, só sei que foi tudo culpa do Felix e daquela língua de cobra dele.

Para contar direito o que aconteceu vou fazer um flashback digno de filmes americanos, imaginem um efeito ridículo com uma música estranha por favor.

Flashback on;

Banheiro, banheiro, banheiro! Acho que tomei chá demais, preciso ir em um banheiro o mais rápido possível. Faz um cinco minutos que eu consegui despistar o alfa, para aproveitar o resto do meu dia com calma ── agora estou caçando um banheiro que esteja funcionando na porra dessa escola, eles fecharam quase todos os lugares para que todos fiquem juntos no jardim.

Percebendo que o único banheiro que deve estar funcionando é o do vestuário masculino, eu vou indo usar ele mesmo ── depois de chegar, fazer tudo o que eu tinha pra fazer e lavar as mãos escuto a porta sendo aberta com tudo, dando a visão de um ômega desesperado.

── Graças a Deus! Você deu sorte, eu te achei primeiro do que o trem movido a carvão lá fora. ── disse o Felix botando as mãos nos joelhos tentando recuperar o fôlego, parece que ele correu uma maratona só pra chegar aqui. ── Seguinte, deu merda, muita merda, tipo muita merda mesmo.

── Como assim deu merda? Alguém morreu bebendo chá? ── seco minhas mãos antes de me sentar em cima da pia, naquela parte que mais se parece um balcão de mármore; não sei se vocês entenderam mas segue-se a vida.

── Longe disso, acontece que seu alfa entrou no cio, ou hutt, sei lá o nome dessa coisa. ── ele coloca as mãos na cintura fazendo pose de grávida, parecia bastante preocupado. ── O seu irmão está tentando segurar o Minho junto com mais cinco alfas, enquanto os professores protegem os outros ômegas.

── Até onde eu sei, não tenho nada haver com isso! Fora que o Minho não é nada meu. ── dou de ombros vendo o australiano fazer uma cara indignada, acho que ele não gostou da minha frase.

── Ah mas você tem haver com isso sim! Os alfas estão segurando ele juntamente pra salvar sua pele, o Lee está tentando ir atrás de você. ── ele aponta o dedo indicador na minha direção, com uma cara parecia com a que minha mãe fazia quando me dava bronca. ── Ele falou que quer passar esse período com o filho da puta do maridinho dele, vulgo você mocinho! Escolhe rápido, você foge daqui com a minha ajuda, ou socorre o garoto.

Começamos a discutir um com o outro sobre eu passar ou não uma fucking semana transando com o alfa, parece que o Felix é o ser que mais shippa nós dois em todo mundo ── ele já me deu treze motivos diferentes pra ficar com o alfa, caramba pra que tudo isso?!

── Eu sou virgem porra, se tem noção do quanto um alfa maluco daqueles pode ser bruto? ── o retruco indignado, mas ele apenas suspira batendo na própria testa. ── Mas é covardia deixar ele assim, soube que dói bastante... Porra, eu sou o ser humano mais fudido do planeta terra!

── Para de cu doce, a primeira vez de todo mundo é uma merda. ── ele dá um tapa forte na minha coxa, me fazendo grunhir de dor. ── Pelo cheiro de vinho, ele está perto daqui. Se eu fosse você fugia enquanto dá tempo, acho que ele conseguiu fugir dos outros alfas pra te procurar.

── Diga para minha mãe que eu a amo. ── faço drama vendo o baixinho soltar um riso nasal, essa víbora é fofa até sorrindo.

── Pode deixar que eu digo pra dona Han, mas é sério Jisung. ── ele coça a própria nuca enquanto fareja o ar, deve está tentando sentir aonde o alfa está ── Ajuda o garoto, não precisa ficar com ele depois que isso tudo acabar! É só uma ajuda, isso é normal.

── Só uma ajuda, só uma ajuda e nada mais. ── engulo seco segurando tão forte a borda da pia, que a ponta dos meus dedos ficaram brancas. ── Depois eu posso seguir minha vida ignorando ele certo? ── ele apenas concorda comigo indo até a porta.

Muitos betas e ômegas fazem isso depois de ajudar um alfa no cio, não parece má idéia.

── Isso é babaquice, mas sim. Você pode seguir sua vida como se nada tivesse acontecido, o que eu acho meio idiota. ── o ômega abre a porta ainda me olhando.

── Fala pra ele que eu estou aqui, vai que depois disso o Lee me esquece. ── olho para meus próprios pés suspirando fundo.

Não me julguem por ser assim, eu tomei trauma de alfas há muito tempo atrás ── acontece que eu fui alvo de um babaca que só queria ficar comigo por uma aposta, acabei sendo traído e ainda fui humilhado pelo resto da minha escola por longos quatro anos. Entenderam o motivo de eu não confiar nessa classe abo? Não? Foda-se, ninguém entende as dores dos outros se não passar pela mesma coisa.

Eu só sou assim pra evitar que aconteça de novo, simples.

Acabo tendo minha linha de pensamentos cortada, quando percebo a porta do banheiro sendo praticamente arrombada ── logo um Minho descabelado e com uma aparência bem maliciosa aparece. Ele estava com os olhos vermelhos e o cheiro de vinho ainda mais forte, acompanhado por um sorriso safado. Em passos largos e apressados ele caminhou até mim parando na minha frente, ficando entre minhas pernas e segurando minha cintura com força ── nem deu tempo de reagir, ou fazer nada.

── Hannie-ah! Me ajuda por favor. ── ele pede com a voz mais manhosa possível, enfiando a cara no meu pescoço sem fazer nada muito alarmante. ── Não vou fazer nada sem sua permissão, me ajuda... Se não quiser eu saio daqui, mas por favor...

Fecho os olhos tirando um pingo de coragem, que deve ter vindo da puta que pariu ── logo puxo o cabelo da nuca dele fazendo o garoto ficar com o rosto rente ao meu, beijando ele com vontade em seguida.