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Em legítima defesa eu arrasei naquela roupa!
── HAN JISUNG.

👾

Mal cheguei em casa e já quero ir embora.

Nunca ví um olhar tão desacreditado em toda a minha ── até então curta mas aproveitada ── vida. Meu irmão que se encontrava esparramado na poltrona estava há ponto de se levantar para me esganar, mas fazer o que, eu nunca falei que iria obedecer o mais velho.

Ou falei e não lembro? Quer saber tanto faz, eu já fiz merda mesmo.

── Han Jisung, me diz que isso foi mentira seu arrombado! Como que você faz isso com todo mundo da escola te olhando? Você quer morrer? Que idéia maluca é essa de se vingar de um alfa fazendo um desfile pela escola e ainda usando os alto-falantes sem autorização?! ── A cada frase ele trincada mais e mais a mandíbula.

── Olha, pelo menos eu consegui minha roupa de volta. ── solto uma risada sem graça mas paro ao ver que ele não entrou na brincadeira.

── Você quer que eu acabe contando pra mamãe? Soube que ela conhece um ótimo colégio militar interno. ── ele sorri desgostoso na minha direção tacando a carta que o diretor escreveu na mesa de centro.

Primeiramente é que algum tempo depois que eu fiz aquilo as ômegas que são praticamente cadelas do Minho foram contar para o diretor, o que nem precisava já que uma hora ou outra ele iria descobrir. Segundamente, quem ainda escreve cartas? Esse cara por acaso é um dinossauro que não sabe usar a internet?

Tá a letra dele é legalzinha mas caramba, parece que eu estou numa vila aleatória dos anos 500.

── Você vai receber uma punição da escola então eu vou aliviar sua barra aqui em casa mas que isso não se repita ou eu te arrebento! ── Hyun exclama passando as mãos pelos seus cabelos negros.

Pelo menos não vou receber uma punição em casa, meu irmão pode ser rígido mas sei que ele me ama. Com certeza isso deve ser drama, eu sei que ele sabe que quem começou isso foi o Minho.

Só espero que o lance do diretor não envolva ele, ou eu vou ter que matar quem me expos.

── Te amo irmãozinho. ── faço um coração pra ele ganhando em resposta um dedo do meio.

── Também sua praga, amanhã eu quero todos os detalhes do seu castigo dado pelo diretor. ── ele da de ombros prestando atenção em um comercial de shampoo na televisão.

── Você sabe que independente de você me perguntar ou não eu sempre desabafo tudo o que acontece com você. ── dou de ombros pegando meu casaco. ── Vamos ir fazer compras ou não?

── Vamos sim, nossa geladeira está mais vazia que sua mente. ── Hwang se levanta num pulo desligando a TV com o controle remoto.

Nem mencionei que ele fez as coisas de faculdade de manhã cedo só pra podermos fazer compras juntos de tarde, ele disse que eu poderia escolher algumas besteiras dessa vez ── mas eu sei que ele só diz isso pra que eu carregue as sacolas como um ótimo burro de carga que eu sou, nem sei o motivo de eu ainda aceitar ir.

Ah é, me lembrei. Eu sempre dou um jeito de colocar as coisas escondidas no carrinho, meu irmão lerdo do jeito que é nunca percebe. Boto finalmente meu casaco preto com a estampa do Batman e saio pulando igual a uma pipoca até a saída da frente, se eu estou animado? Imagina.

── Prepara o bolso que eu vou te falir camarada. ── paro animado ao lado da porta de entrada vendo o mais velho sorrir pela primeira vez desde que me viu hoje.

── Você cresceu só no tamanho sabia? Ainda parece uma criança quando vai sair por aí. ── ele tira o molho de chaves do bolso. ── Parece até um cabritinho, tá aí um bom apelido... Cabritinho!

── Nem vêm, seus apelidos me dão trauma. ── torço o nariz vendo ele saindo pela porta e logo o acompanho.

── Nem são tão ruins. ── ele tranca a porta da frente e logo se direciona para a parte da garagem.

── São tão bons quanto às suas piadas hyung. ── murmuro mas ao que parece ele escutou já que me olhou por cima do ombro antes de abrir o portão da garagem, maldita audição de alfa! Essa classe é muito apelona para o meu gosto.

── Então são ótimos apelidos cabritinho! ── ele pisca para mim que apenas reviro os olhos.

Hwang tira o carro da garagem e logo fecha novamente o portão, em questão de segundos nos dois estávamos dentro do carro indo para o supermercado. A única desvantagem desses bairro e que as coisas públicas ficam muito longe da nossa casa, pois o resto é maravilhoso.

Aqui é bem mais elegante do que o aglomerado ── lê-se favela ── que crescemos em uma parte nada privilegiada de Daegu. Por sinal foi assim que eu aprendi a me defender de alfas, crescendo no meio de uma guerra de facções mafiosas em uma comunidade desfavorecida pelo governo.

Assim que a mamãe conseguiu um emprego bom ── que no caso foi há alguns meses em uma empresa de moda ── nós procuramos um lugar bom para prosperar, acabando aqui nesse bairro bonito de Busan.

── Onde era o mercado mesmo? ── Meu irmão pergunta dando ceta.

── Acho melhor usarmos o GPS.

𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐒𝐄𝐑 𝐎 𝐏𝐈𝐎𝐑 𝐁𝐄𝐓𝐀 𝐃𝐀 𝐄𝐒𝐂𝐎𝐋𝐀, minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora