𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐒𝐄𝐑 𝐎 𝐏𝐈𝐎𝐑 𝐁𝐄𝐓𝐀 𝐃𝐀 𝐄𝐒𝐂𝐎𝐋𝐀, minsung

3.5

Mentiras se espalham mais rápido do que a verdade.
── HAN JISUNG.

👾

Todo mundo está me encarando de novo e isso está me deixando bastante desconfortável, ainda mais que uma sensação ruim está se infiltrando pelo meu corpo ── como uma espécie de premonição esquisita. Estamos no refeitório em um canto para não chamar atenção, mas parece que isso só piorou as coisas.

── Han Jisung! ── vejo uma alfa de cabelos negros correndo até a minha mesa. ── Você ficou sabendo?

── Lá vêm fofoca, o que aconteceu Yuna? ── coloco um dos meus comprimidos de vitamina na boca, tomando suco em seguida para ajudar.

── Tem um boato sobre você na escola, eu fiquei sabendo no time das líderes de torcida. ── a mais nova se senta na minha frente.

── O que inventaram dessa vez? ── Seungmin revira os olhos continuando a comer a marmita que meu irmão fez pra ele, coisa que eu achei muito fofa.

── É sobre os seus bebês...

── SOBRE MEUS SOBRINHOS? Quem foi a vagabunda da vez? Eu vou ir lá acabar com a mentira pela raiz. ── Felix interrompe a garota surtando, pronto para sair andando dali, mas eu seguro seu pulso.

── Quieto cão de caça. ── falo calmo para o australiano, que revira os olhos deixando a raiva momentânea de lado. ── Pode continuar Yuna.

── Bom, elas estão falando que os bebês são do seu ex e ainda estão chamando o Minho de corno na maior cara de pau, uma até falou que pegaria ele depois de todo mundo ficar sabendo! Acho que estão tramando algo para separar vocês, se quiserem eu vou no jornal da escola pedir para a Yeji massacrar as garotas numa notícia exclusiva! ── a morena fala convicta, fazendo os dois ômegas ao meu redor começarem a surtar.

── Obrigado por contar, não precisa pedir nada para a Ye por mim! Você já fez um favor me contando. ── sorrio para a mais nova que sorri de volta, se levantando e indo embora em seguida.

── O que vamos fazer agora? Se o Minho ficar sabendo, pode acontecer muita merda. ── Lee fala em como completo desespero.

── Eu vou processar elas! Bater é para os fracos, o negócio é extorquir dinheiro. ── Seungmin cantarola me olhando. ── O que vamos fazer Sung?

── Nada, não vamos fazer nada.

── O que? Como assim? ── eles quase gritam, ainda por cima em uníssono.

── Eu não traí o Minho, então não tenho nada para me preocupar. As pessoas de hoje são burras o suficiente para espalhar um boato sem nem saber se é verídico, fora que é óbvio a armação do Donghyun. ── termino meu suco antes de olhar para eles. ── Vamos sentar e esperar, não é como se pessoas falando mal de mim fossem fazer minha vida cair aos pedaços.

── Admiro seu psicológico. ── Seungmin bate palminhas acompanhado pelo outro ômega.

── Raça absoluta. ── o loiro deita a cabeça no meu ombro. ── Se bem que eu queria brigar com alguém, quero treinar meu golpe especial.

── Que golpe? ── Seungmin ergue a sobrancelha.

── Bote da naja, basicamente uma espécie de voadora que o Christopher  inventou e o Changbin aperfeiçoou. ── Felix sorri orgulhoso, fazendo eu e o outro ômega rir.

( ... )

A porta da frente se abriu, acontece que eu cheguei da escola na hora do almoço e o Minho só apareceu agora ── deve ser dez horas da noite. Vejo a figura do meu alfa passando pela entrada da nossa sala e vindo até mim com uma caixa colorida e um sorriso no rosto, aí tem coisa.

── Demorou ein. ── fecho os olhos sentindo ele deixar um selar na minha testa, logo abro os olhos de novo vendo ele se sentar do meu lado no sofá.

── Desculpe te fazer esperar amor, meus pais começaram a enrolar a conversa mais do que o normal. ── ele segura a parte de trás do meu pescoço para deixar outro selar em meus lábios, logo se afastando para dar mais dois beijinhos na minha barriga. Um para cada bebê. ── Eles estão ansiosos para te conhecer, até te enviaram um presente.

── Que presente? ── ergo a sobrancelha vendo ele me entregando a tal caixinha estranha, voltando a sorrir.

Abro a caixa com cuidado vendo um casal de bonequinhos começando a rodar como se estivessem dançando, seguido de uma música infantil mas fofa ── como se alguém estivesse tocando um piano com cuidado. O que combinou com o clima, já que as luzes estavam apagadas e o som da televisão estava quase no mudo.

── Isso é lindo. ── sorrio vendo as luzinhas da caixa, junto com alguns nomes escritos nela inteira.

── Passamos essa caixinha de música por cada geração, então eles decidiram dar para nós. ── Min me abraça de lado deitando a cabeça no meu ombro enquanto observava a caixa comigo. ── Eles tocavam a música sempre que eu começava a chorar, quando era só um bebê.

── Sabiam que na escola estão dizendo que eu te trai com meu ex é que os bebês são dele? ── corto o clima de uma só vez, fazendo o alfa se afastar com uma cara indignada. ── Vai bater nele?

── Oh se vou, espera só até chegar amanhã!

O mais velho torceu o nariz começando a tagarelar indignado, junto comigo ── dois fofoqueiros no mesmo lugar não combinam. De repente uma coisa peluda passa pelas minhas pernas pulando no braço do sofá em seguida, era nosso gatinho laranjado Soonie ── se não lembram, esse é o bichano que meu irmão trouxe quando invadiu o hospital no dia que eu caí. Sim, adotamos o animal.

Uma das melhores coisas que eu já fiz, já que gatos são melhores que humanos.

── Min eles já agendaram o jantar? Tenho que me preparar psicologicamente antes de conhecer seus pais. ── começo a fazer carinho no animal, que ronronou em resposta.

── Eles disseram que você pode escolher o dia que se sentir mais confortável, o lugar e a hora também. ── o Lee trocou de canal na televisão botando em um desenho infantil, se acomodando no sofá junto comigo. ── Quer que eu faça o jantar, ou você já comeu?

──  Já comi, mas estou com fome de novo.

── Vou lá cozinhar pra você então!