Capítulo XXVI
Por Lin Dami
À noite, aquecendo-se na lareira da sala, eu fingia que lia percebendo que já havia um bom tempo que JunWoo sentado à minha frente me encarava. Sua atenção estava voltada minutos para meu rosto e por mais que aquela situação fosse uma tortura - já que eu gostaria de encará-lo também e que ele com toda sua alma pudesse entender o quanto eu o queria - me mantive firme fingindo que lia enquanto meus pensamentos se perdiam em possibilidades apaixonantes até que sua voz finalmente quebra o silêncio misterioso entre nós.
-Então até quando me manterá preso sobre seu domínio? - perguntou sarcasticamente fazendo me revirar os olhos enjoada da duplicidade de suas brincadeiras.
- Eu não disse que está preso! - digo erguendo meu olhar para ele- Sob meu domínio aí depende de você, eu o domino de alguma forma?
- Quem sabe! - diz entortando a boca - Sendo policial você certamente conhece muitas formas de dominar um homem! Talvez se me mostrasse algumas, eu poderia dizer se estou ou não de fato preso em suas mãos!
-O que você quer? - pergunto um tanto estressada com suas palavras sugestivas, mas tão cheias de frieza. Se me queria, então fosse claro.
- Pelas minhas contas, estou há quase um mês me recuperando dessas feridas, mais o tempo que fiquei preso...meu corpo está cansado! Tenso!
O encaro cética. Ele realmente estava me propondo algo! Ele aproximou-se e colocou as duas mãos uma em cada lado da poltrona, aproximou seu rosto de mim e após encarar-me por alguns segundos diz:
-Posso ver que deseja o mesmo, então, por que estamos perdendo tanto tempo nesse joguinho bobo?
- Por que? - digo aproximando-me de seus lábios. Eu estava sedenta para beijá-lo. Seus lábios tortos me atraiam como um imã- Porque eu quero muito mais do que isso, eu quero o seu coração!
Ele permanece encarando-me enquanto meus olhos percorrem seu rosto sentindo que eu não teria mais controle em segundos, ele afasta-se bruscamente.
-Então, não queremos o mesmo! Eu realmente não posso dar o que você quer!
Ele saiu da sala e passou o restante da noite na varanda. Quando fui dormir ele ainda permanecia encarando a noite escura como um felino à espreita de um cervo. Vê-lo próximo, mas ao mesmo tempo distante de mim fez eu me sentir sozinha como somente havia me sentido na infância. O observei pela vidraça da sala e meus pensamentos desejaram estar com ele, ao seu lado sendo amada e desejada por ele. Mas, fechei a cortina e fui dormir.
Durante a noite sonhei com ele novamente. Um sonho um tanto confuso. Eu era o cervo e ele o felino que me observava, mas aquele bicho não queria me destroçar, não queria me ferir tão pouco matar-me. Seu olhar parecia cuidadoso como se preocupasse comigo, como se pudesse de alguma forma zelar pela minha vida.
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Um fim para Recomeçar
RomanceUma das características de um psicopata é não preocupar -se com os sentimentos alheios, não importar-se se estará ou não ferindo seja física ou emocionalmente alguém. Nesse perspectiva concluímos que alguém assim jamais poderia se apaixonar, tão pou...