Capítulo XVII
Por Jun Woo
Desde a noite chuvosa minhas feridas infecionaram e pareciam regredir numa melhora. Eu realmente estava destruído! Meu corpo não só doía como também sangrava em algumas partes. Eu tinha febre e suores noturnos. Vincenzo pagaria caro demais por ter me deixado naquele estado! Ele e todos que o seguiam como marionetes! Aqueles miseráveis de merda!
A senhora que me ajudava cuidou das feridas novamente enfaixando-as e controlando minha febre.
- Preciso dizer porque realmente fico muito chateada com você!
-O que? - me surpreendo com a audácia- Acha que pode se ressentir de mim? Acha que me importo com o que você sente? Só sare essas feridas logo porque tem alguém que vai pagar caro por isso!
-E você por acaso pensa que isso é culpa de um outro alguém a não ser você?
- Eu não cometo erros! Foram os outros que se deixaram ser chantageados, subordinados...foram fracos e me colocaram nessa situação!
-Então novamente a culpa é sua por confiar em quem não devia! Em pessoas que de fato não queriam o seu bem! -ela diz em tom sério. Suas palavras voltaram carregadas de ensinamentos sobre ética, moral e como ser alguém descente.
- Isso não me interessa... já disse que esse assunto me causa enjoo!
- Você não percebe que tudo que fez de mal aos outros está voltando pra você?
Aquela senhora queria irritar-me, causar-me lembranças de uma outra pessoa com o mesmo pensamento, uma outra que também tentou me ajudar e no fim acabou me deixando.
- Era pra você estar bem melhor hoje! Não deveria ter saído na tempestade.
-Eu não saí na tempestade! Começou a chover quando eu já estava para fora!
- Que seja! Não devia ter saído, não devia estar novamente com essas feridas tão vivas assim. E está com febre de novo!
-Te recompenso depois ou te mato e te enterro nessa casa mesmo se preferir! Que vida infeliz você deve viver! - exclamo estressado.
-A sua certamente deve ser a mais feliz!- exclama fazendo calar-me.
A ironia em suas palavras me confrontava. Estava carregada de verdade. Minha vida não era a melhor de todas. Eu havia perdido tudo e talvez ficaria com sequelas daquelas tantas feridas. Eu deveria ser grato por ela estar ajudando-me?
Durante aquele resto de tarde senti meu corpo amolecer com a febre que não queria cessar. Eu piorei e causei infecções saindo na chuva e dormindo com as feridas úmidas. A senhora vinha ao quarto e fazia compressas para aliviar já que os comprimidos pareciam não estar fazendo tanto efeito. Naquele dia eu realmente percebi o quanto eu precisava de ajuda se quisesse me recuperar, percebi o quão indefeso eu estava e constatei que eu teria morrido se não tivesse sido resgatado. Se aquela senhora não tivesse feito o que fez eu não estaria ali podendo ter outra chance de viver - e me vingar. Meu corpo entrava em letargia a cada palavra.
Em alguns momentos cochilei e acordava com a senhora no quarto me monitorando. Acordava tendo a sensação de estar delirando e voltava a dormir. Meu corpo não queria responder a minha vontade de ficar acordado. Em um desses momentos lembro de segurar em seu braço e falar:
-Eu agradeço! - falo enquanto ela observa-me calada. - Agradeço por ter me resgatado e me dar uma nova oportunidade!
-Eu fico feliz! Fico aliviada por você! Mas como eu já havia dito, não é pra mim que se destina sua gratidão!
-O que? - pergunto confuso sentindo o cansaço causado pela febre me deixar sonolento novamente.
- Agora que você se sente agradecido, você pode dizer isso a pessoa que te resgatou! -comentou saindo do quarto. - Ela acabou de chegar!
O sono me tomou e dormi concluindo que havia mais alguém. Alguém que era quem havia me resgatado. E era esse "alguém" que havia me tirado da armadilha de Vincenzo. Era a esse alguém que eu deveria ser grato. Grato pela minha vida!
...
Data de publicação: 15/03/2024
Espero de vdd que estejam gostando.
Agora podemos esperar o encontro desses dois finalmente?
E me digam, vcs esperam ver esse vilão sendo mais cruel ou querem um lindo e romântico final feliz?
M♡
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Um fim para Recomeçar
RomanceUma das características de um psicopata é não preocupar -se com os sentimentos alheios, não importar-se se estará ou não ferindo seja física ou emocionalmente alguém. Nesse perspectiva concluímos que alguém assim jamais poderia se apaixonar, tão pou...