Capítulo XX
Por Lin Dami
Mais tarde naquele mesmo dia, depois de levar uma bandeja com remédios e água para o quarto e medica-lo, voltei para área do lado de fora da cabana que dava uma vista incrível para o lago. Não fora por menos que eu escolherá aquela residência quando aos vinte anos tomei posse dos bens dos meus pais.
Verdadeiramente eu amava estar naquele lugar. Era como reconectar- me a quem eu realmente gostava de ser e por mais que a floresta, com seus cheiros, cores e sabores me lembrasse de dores do passado, estar ali me alegrava. Memórias boas de quando eu podia observar as árvores verdes e frondosas fazendo arte na natureza, colher frutas silvestres, preparar armadilhas e caçar pequenos animais me aguçavam os sentimentos. Eu me sentia viva.
Extremamente disposta a viver.-Que vista incrível esta! -a voz logo atrás de mim vinha de alguém que já estava a um bom tempo parado a me observar. Eu havia percebido sua presença e sabia que aquela fala tinha sua intencionalidade e duplicidade. Meu interior ansioso por palavras afetuosas vibrou.
Virei meu rosto devagar em sua direção e o encaro a me observar misteriosamente, mas de forma curiosa o silêncio de nossos olhares pareciam dizer algo.
Da minha parte eu queria apenas me render a Jun Woo, sem porquês e pra ques, já ele parecia tentar decifrar me o que sinceramente não era nada difícil. Eu estava ali exposta com todo meu coração - e corpo - para ser dele. Bastava pedir. Carinhosamente seria o ideal já que eu não aceitaria suas provocações tão facilmente. Ele teria que ser melhor! Era o mínimo!
Jun Woo caminha devagar e se assenta em uma das cadeiras próximas.
- Os remédios aliviam. - comenta ele achando uma posição confortável- Mas não tiram toda a dor.
-Sinto que tenha tantas dores!- confesso e ele concorda.
- Realmente, se puder eu gostaria de entender como me achou, como me trouxe para cá...vai me contar?
-Hum, eu imagino que queira. Realmente não se lembra de nada?
-Antes dessas dores começarem eu só me lembro de uma conversa com Vincenzo! - ele faz uma pausa como se lembrasse e seu tom de voz muda ficando agressivo - Aquele verme! Aquele Vincenzo Cassano! Mafioso de merda!!!
-Hum, e ...imagino que ele tenha a mesma raiva que posso ver estampada na sua cara! Afinal, pelo que sei você não foi nada bondoso com a gente dele também.
-Acha que eu merecia isso!? -questiona me.
-Se eu achasse isso, teria te deixado lá. Nao é?
- E eu sei? Você não me explicou nada ainda, mas em relação ao que me lembro por último... foi dessa nossa "lavação de roupa suja". Ah, ele também me prejudicou demais, olhe pra mim!
- Bom, que seja! Depois que você saiu da cadeia e sumiu, eu.. tentei encontra- lo!- digo desviando o olhar sabendo que estava confessando que o perseguia como ele mesmo dissera. Ele me encara sustentando o olhar enquanto eu vou contando lhe sobre como o resgatei sem conseguir encara lo diretamente. -Desconfiei que Vincenzo poderia ter te pego e resolvi investiga-lo e não deu outra. Na verdade fui pega de surpresa porque não fazia ideia do quanto ele podia ser cruel! -Jun Woo não esboça expressão até porque ele também já havia cometido atrocidades do mesmo calão - Depois que consegui retirá-lo da armadilha o levei para minha casa. Eu sabia que não poderia ser levado a um hospital, pois aqueles que te perseguiam iriam dar um jeito de te matar. Você precisava estar em um local sem antecedentes. Foi tratado por um médico amigo meu que não fez perguntas e passou todas as orientações de cuidado. No dia seguinte consegui uma ambulância hospitalar para trazê-lo até aqui em segurança. Ser policial te dá estes privilégios. Sem perguntas, sem questionamentos ou suspeitas.
-Sim. Imagino. Sem suspeitas... e o que é aqui? Esta é sua casa?
-Sim! Está em Seoraksan.
-E a senhora que estava aqui?
- Ela foi embora. Só precisei dela para cuidar de você por uns dias, mas nem agora ela fez isso direito!- digo vendo que acabara de cometer um erro na minha fala e torço para que ele não tivesse percebido, mas ele não era nenhum otário e percebeu.
- Nem agora? Ela por acaso teve outra oportunidade para cuidar de mim?
-Não...- tento disfarçar- Foi apenas um modo de dizer. Que ela não cuidou direito de você, e veja...- tento mudar o rumo da conversa levantando- me - Preciso trocar seus curativos. Você quer tomar banho antes? Consegue fazer isso sozinho?
Ele encara-me seriamente e torço para que aceite aquela fuga de assunto. Em seguida segura em meu braço apoiando-se para levantar.
-Eu consigo. Mas preciso de sua ajuda para tirar a roupa.
E então, meus pensamentos se perderam.
...
Data de publicação: 04/04/24
Não!!! Não cara....ele não disse isso?!?!
Pq eu escrevo e qdo leio tenho esse tipo de reação! Eu amo esse homem mdsssMas olhem, aí está mais um capítulo... e espero que gostem de mais esse!!!
Muitíssimo obrigada pelos comentários maraaaavilhosos que me divertem demais!!!Só me animam para dar lhes um final digno! E, por sinal....tem sido escrito!!!
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Um fim para Recomeçar
RomanceUma das características de um psicopata é não preocupar -se com os sentimentos alheios, não importar-se se estará ou não ferindo seja física ou emocionalmente alguém. Nesse perspectiva concluímos que alguém assim jamais poderia se apaixonar, tão pou...