Capítulo 5

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Capítulo V

Por Lin Dami

Certa que havia encontrado as respostas do porquê naquela tarde abafada pós monções da noite, dirigia rumo às montanhas de Seoraksan poderia dizer metaforicamente - obviamente, e preciso deixar isso claro - que perdi a cabeça.

Certa que havia encontrado as respostas do porquê naquela tarde abafada pós monções da noite, dirigia rumo às montanhas de Seoraksan poderia dizer metaforicamente - obviamente, e preciso deixar isso claro - que perdi a cabeça

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Ele sempre e eu digo sempre, sempre! Com a quantia de significados que essa palavra representa, ele sempre deixava uma pista! Eu diria uma isca que me despertou, me fisgou. Prendeu minha atenção, eu mexi, remexi, contornei, observei - atentamente, cabe ressaltar- e mordi! Caí na isca armada para mim, mas se ele a armou era porque me queria e muito! Afinal, um caçador faz isto não é? Deixa a isca para a presa, a qual deseja, cair em sua armadilha. Eu me deixei cair! Eu quis ser pega! A verdade? Eu precisava ser pega! Agora, eu sou toda dele!

Por ele, para ele e para ser dele faria tudo novamente e nem mesmo o clima desolador que a torrencial ventania de verão deixou no ar foi capaz de deprimir minhas emoções. Em voz alta, a cada quilômetro dirigido, eu afirmava que fizera as escolhas corretas.

Meses antes, Seul

Na feira de livros usados em frente ao tribunal, eu folheava um livreto observando a figura do lobo mal na história dos sete carneirinhos. Ele me intrigava e respeitosamente eu o admirava - mesmo que de forma maldosa, tendo as piores intenções que em seu sentido literal era devorar aqueles cabritinhos- o lobo era incrível. Suas estratégias para conquistar seu objeto de desejo eram brilhantemente planejadas - embora não tão bem desenvolvidas. Ele demonstrava fervor, ânsia e desejo pela sua presa e aquilo sim, era louvável. Faria o que fosse preciso para ter o que desejava.

Senti minhas mãos apertando o livreto ao me deparar com aqueles pensamentos, que sabia eu muito bem, eram errôneos. O lobo mal era o vilão da história. Como sua versão seria admirável? Como suas atitudes poderiam ser brilhantes? Eu já havia me deparado com os mesmos pensamentos acusatório, uma ou duas vezes na vida, então porque estava eu mais uma vez ali desviando meu julgamento de caráter tentando encontrar algo bondoso num ser do mal? O melhor, era voltar ao que me dava segurança, a minha vida honrosa e que me direcionava a fazer o que era moralmente correto.

O horário do almoço estava chegando ao fim e eu devia voltar ao tribunal para assegurar a portaria. Paguei por uma garrafa de água na banca e engoli dois comprimidos que retirei do bolso em um único gole de água. Ajeito minha franja jogada lateralmente presa pelo boné. Com aquela farda eu sentia-me um anjo protetor cumprindo seu dever social. Um sorriso satisfatório desenhou-se em meus lábios, mas imediatamente meus pensamentos me acusaram como flashs que costumam vir e ir em minhas lembranças.

Quando eu morava em Seoraksan com meu pai, criávamos porcos e para que eles pudessem ganhar peso tínhamos que fazer um procedimento chamado "castração". Tratava-se de duas incisões por onde retirávamos seus testículos, e em seguida apertávamos o membro para esvaziar um líquido que causa mal cheiro na carne. Era algo que fazíamos sempre durante a lua cheia e na mesma época do mês tirávamos um fim de semana para acampar nas montanhas com um grupo de caçadores.

Um fim para RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora