[Livro 02] [Dark Romance]
Ciente de que se envolveu além do que deveria, Ada Miyamura segue em seu jogo duplo, tentando equilibrar a vida policial e o relacionamento com Sora Ikari. Presa num jogo onde pode perder tudo em ambos os lados, ela tenta...
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17 de junho de 2019
As corridas iniciais sempre eram um tédio, portanto, Kuro ignorou todo o primeiro fim de semana do evento.
Quando a segunda-feira chegou, Las Vegas parecia um pouco mais calma. Se é que ele podia dizer que aquela cidade era realmente calma, visto que, bem... era Las Vegas.
De camisa branca com alguns botões abertos, bermuda cara e sapatos da Dior, Kuro colocou os óculos de sol da mesma grife enquanto almoçava sozinho num restaurante caro numa das mesas externas. O dia estava quente e o céu muito azul, sem uma única nuvem para atrapalhar. Era um dia bom.
— ...olha, amor! — A voz melódica surgiu não muito longe ali, chamando a atenção de Kuro por sua familiaridade.
Erguendo os olhos e baixando um pouco os óculos escuros, viu Trixie animada na chocolateria que ficava de frente para o restaurante. Ela estava um absurdo de linda! Usava shorts curtinhos e brancos, sandálias rasteiras e uma blusinha brilhante toda folgada. O cabelo preso num rabo de cavalo e quase nenhuma maquiagem.
— E a praga amarga tá junto — Kuro sussurrou e revirou os olhos ao ver que ela estava de braços dados com Jay King.
— Que isso? — Jay perguntou, olhando para a vitrine que Trixie apontava com um sorriso enorme.
— São trufas de chocolate, só que cada uma delas tem um sabor surpresa! Vamos comprar? A gente pode tentar adivinhar o gosto, é legal pra fazer joguinhos — Trixie sugeriu, rindo alegremente.
King esticou o pescoço e procurou pela etiqueta de preço, mas Kuro viu de longe que o semblante dele já não era dos melhores.
— Quatrocentos dólares numa bandeja de trufas? Nem fodendo — Jay falou, andando e arrastando a namorada junta.
— Jay, por favor! Só essa! — Trixie pediu, fazendo um beicinho enorme e muito bonitinho.
— Não, já te comprei aquela bolsa — Jay se desvencilhou do braço dela e continuou andando na frente, deixando a namorada para trás. Ela correu na direção dele. O tom dele era muito ríspido e desrespeitoso. — Porra, você tá insuportável hoje. Para de pedir tudo. Não sou teu pai, não!
Yukio observou o exato momento em que toda a alegria deixou Trixie de uma vez. O sorriso bonito dela sumiu por completo e ela voltou a ter o mesmo semblante que sempre tinha quando estava ao lado dele. Acuada, tristonha, como se fosse apenas ficar quietinha e não atrapalhar ninguém.
Kuro estava muito puto. Quem King pensava que era para fazer aquela garota chorar? Para murchá-la e fazê-la ficar toda tristonha? Era exatamente por aquele tipo de motivo que ele só se envolvia com mulheres casadas e tristes. Ele fazia o mínimo que os maridos delas não faziam.
Notando que eles se afastavam, desistiu da sobremesa. Deixou uma porção de notas embaixo do copo (muito mais que o necessário para pagar a conta) e decidiu silenciosamente seguir o casal. Iria usar todas as suas habilidades de yugekitai para vigiar de perto todas as coisas horríveis que Jay King fazia para a própria namorada.
