[Livro 02] [Dark Romance]
Ciente de que se envolveu além do que deveria, Ada Miyamura segue em seu jogo duplo, tentando equilibrar a vida policial e o relacionamento com Sora Ikari. Presa num jogo onde pode perder tudo em ambos os lados, ela tenta...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Nova York
01 de agosto de 2014 — sexta-feira
O sol estava raiando sobre a cidade que nunca dorme, e Evie novamente se destacava por seu estilo teatral e alternativo.
Sentada na moto preta, ela acendeu um cigarro e continuou esperando. Os óculos escuros redondos permitiam que os olhos dela corressem por todos os cantos daquela rua sem que os outros soubessem exatamente onde ela olhava.
Tinha alguma coisa errada.
Desde a suposta morte de Jay King, Evie esperava que a Phantom dominasse Nova York. Em teoria, o local era um antro de boas corridas de rua e muito visado, mas os Skulls pareceram se organizar novamente sob as ordens de um suposto "Asher King", um irmão mais novo de Jay que nunca aparecia em público.
Evie não sabia de nenhum irmão mais novo da família King, e suspeitava que aquilo não passava de uma cópia barata da história de Sora Ikari.
Como nova capitã da Canis Major, ela era responsável pelas finanças, mas tinha seus próprios demônios para lidar, então vivia entre o Japão e os Estados Unidos. Mesmo que tanto tempo já tivesse se passado, alguns fantasmas ainda voltavam para assombrá-la.
— Achei que ia ter que viajar até Las Vegas pra te encontrar de novo — Evie falou assim que avistou a mulher e soprou a fumaça do cigarro.
Ela caminhou na direção dela com seu típico traje de verão.
Quem visse a mulher de meia idade, óculos escuros, chapéu de sol e um belo vestido florido poderia imaginar que se tratava apenas de alguma esposa trófeu rica, mas a ordinária era tão suja quanto uma ratazana, e mesmo depois de deixar a liderança da Phantom, perseguiu Evie por muito tempo.
— Nova York é uma cidade tão agradável — ela sorriu e suspirou. — O que veio fazer aqui?
— Não se faz de sonsa, sua baranga — Evie respondeu e pegou a mochila que carregava nas costas, em seguida, tirou do interior um saco branco de tecido e entregou.
Abigail desceu os olhos até ele e segurou, quando abriu, viu a enorme quantia de dinheiro lá dentro e sorriu.
— Ah, é claro. O pagamento pelo meu silêncio — ela riu baixinho.
— Tem o dobro do que você me pediu. Eu já paguei tudo o que eu te devia, agora vê se me deixa em paz.
Evie franziu o cenho, mas Abigail não parecia disposta a largar sua fonte de renda, então tirou os óculos escuros e o pendurou pela perna no decote do vestido.
— Eveline, você deveria tomar mais cuidado. Eu ainda tenho todas as provas da sua traição.
Evie fechou a cara no mesmo instante e fuzilou a mulher com o olhar. Ela sentiu o sangue ferver e desejou profundamente sufocá-la ali mesmo. Tantos anos lutando para manter tudo em segredo, e Abigail parecia determinada a brincar com ela.
