q u a r a n t e - e t - u n

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                          "Eu devia saber"

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                          "Eu devia saber".

"Eu fui estúpido"                    "De novo, de novo".

"Eu não devia ter te amado".

"Matei a mulher que amei".

"Eu sou amaldiçoado"              "Ela é minha maldição".

        "Ela nunca esteve ao meu lado".

"Sempre mentiu, sempre mentiu".

                                           "Quando ela começou a me amar?"

"Eu devia ter escutado?"

"Eu caí numa mentira"                           "Uma mentira, tudo mentira!"

"Mas ela queria me contar"                                                    "Remorso! Só remorso!"

"Será que era verdade? Alguma coisa foi verdade?"          "MENTIRA"

Durante uma madrugada inteira, a mente de Sora Ikari entrou em colapso.

Depois de fugir do porto, ele roubou uma moto e pilotou sem rumo, largando Kenshin para trás. Seki não deveria ter matado Naoto, ele não tinha ordens para matar, mas aquilo fazia alguma diferença? Sora estava se sentindo mal porque Kenshin matou sem ordens ou porque matou o melhor amigo de Ada?

Fazia diferença?

Tinha diferença?

Era só mais um policial, não era?

Sora já tinha visto Kenshin matar de formas muito piores.

Não muito tempo antes ele rasgou a garganta de um policial na frente de Ikari. Foi nojento, mas ele não se sentiu tão mal quanto com o tiro em Naoto.

Ikari apoiou as mãos na janela de vidro e encarou a cidade ainda banhada pela luz da madrugada. Estava no rooftop, no quarto mais alto do enorme prédio, observando Tóquio em silêncio, sozinho, com roupas ainda úmidas do oceano e uma arma com quatro tiros no carregador, Sora lutou bravamente por uma madrugada inteira contra sua própria mente.

Caminhou até o banheiro e abriu as torneiras da banheira. A água quente começou a embaçar as janelas e ele a encarou, lembrando-se de como Kimi-chan adorava banhos em águas quentes. E como ela odiava água gelada.

— Tudo foi mentira — murmurou. — Tudo foi mentira. Eu só vivi mentiras! A minha primeira mulher foi arrancada de mim e eu fui obrigado a matar a segunda — Sora começou a rir, o desespero tomando conta de si. — A segunda ia me matar. Ela ia... ou não ia? Será que era verdade? Ou era mentira? Era mentira!

Cardeal - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora