q u a r a n t e

376 83 74
                                    

— Te peguei, Miyamura — foi o que Elliot murmurou quando viu Ada entrando no prédio com seu vestido de noiva

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Te peguei, Miyamura — foi o que Elliot murmurou quando viu Ada entrando no prédio com seu vestido de noiva.

De início, não a reconheceu, pois a mulher escondeu o rosto de cada uma das câmeras, mas bastou uma boa imagem da perna dela na fenda do vestido e a mancha de nascença se fez presente.

É claro que ele não tinha acesso oficial às câmeras, portanto, não conseguia saber quem estava passando o crachá para entrar no prédio, mas os fins justificaram os meios.

Ele tinha achado estranho aquele maldito nerd bem organizado ter acumulado tanto trabalho e resolvido resolver justamente no dia em que a segurança estava mais fraca. Não tinha como provar se ele estava envolvido na traição ou não, mas sabia que o Comissário Sakamoto não confiaria mais em Hayato Iekami depois daquela denúncia.

Mas como toda boa cobra ardilosa sempre age de dois lados, ele ligou para Otto no mesmo instante. Elliot já tinha contado a verdade sobre Ada Miyamura para ele algum tempo antes, mas pediu para que ele segurasse até o momento mais adequado para a revelação.

O plano funcionou com perfeição: Ayaka, a antiga policial que vazava informações para a Canis Major, casada com Souta Matsui, foi quem fez a denúncia diretamente para a Orion. Ela não estava no casamento, mas bastou uma ligação para gerar o caos. Com um Kenshin Seki louco e gritando para os quatro cantos sobre a identidade de Ada, não viram outra alternativa a não ser moverem-se para algo.

Sora não teve tempo de reagir, apenas seguiu com a Orion. Apenas agiu como Sirius.

Movidos pela raiva da traição, Kenshin não tardou em receber a informação vazada de Ayaka e ter sequestrado a pessoa que Ada tanto amava, tanto queria proteger.

— E agora, Miyamura? Cadê sua arrogância? — Elliot ria, divertindo-se com a situação.

[...]

Na escuridão do galpão do porto, Ada caminhava quase cega.

Salvo por uma lâmpada quase queimada, ela apenas podia ver um rastro no chão onde a poeira estava claramente arrastada junto a um rastro de sangue que a fez engolir em seco. Ela agarrou mais firmemente a arma e tocou a mão no peito, sentindo ali o pendrive com suas provas.

"Tinha que ser só com o Sora" choramingou em pensamentos, sabendo que aquela revelação pública, principalmente para a Orion, seria desastrosa. Ela precisava explicar em detalhes, provar sua lealdade, ou então... terminaria exatamente na situação em que estava.

Chegando nos fundos, escutou o som da água vindo do lado de fora. Encontrou uma porta de metal entreaberta e a empurrou devagar, encontrando a luz da noite e dos distantes faróis iluminando o deck abandonado.

Antes da chance de dizer qualquer coisa, sentiu a frieza de um cano de arma tocando entre suas escápulas.

— Sablier Rouge.

Cardeal - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora