[Livro 02] [Dark Romance]
Ciente de que se envolveu além do que deveria, Ada Miyamura segue em seu jogo duplo, tentando equilibrar a vida policial e o relacionamento com Sora Ikari. Presa num jogo onde pode perder tudo em ambos os lados, ela tenta...
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Ada não hesitou em puxar o gatilho.
Ela nunca hesitava.
Com a mira quase perfeita, acertou no antebraço do Urso Branco, gerando um ferimento de raspão na bochecha de Sora, fazendo-o derrubar a arma no único milésimo de segundo em que ele afastou o dedo do gatilho.
O homem deixou Sora cair no chão e Ada disparou mais vezes, mas o Urso Branco rapidamente pegou a arma com a outra mão e disparou contra ela três vezes. Desviando dos tiros, Ada entrou em um rápido estado de choque ao perceber que não era uma arma com dezesseis tiros.
"Carregador estendido" pensou "possui mais tiros, mas a cadência é menor".
Não podia vacilar. Ela com certeza tinha mais disparos, mas o Urso Branco estava perto demais de Sora. Bastava um único tiro na cabeça e tudo chegaria ao fim.
Com o corpo tomado pela adrenalina e pelo feroz instinto de proteção, Ada correu na direção do adversário, disparando de forma a afastá-lo de Sora. Por estar sob uma chuva de disparos, ele não podia simplesmente focar em atirar no rapaz adormecido. Mesmo que estivesse parado, Ada não dava brechas para que a atenção do Urso se dividisse.
Assim que o alcançou, o Urso largou a arma e desferiu um soco na direção dela. Sorrindo, Ada ajoelhou na areia, rasgando a calça e ferrando os joelhos, mas aproveitou para bater com a coronha da própria arma no joelho do adversário, sentindo o osso da patela rachar-se levemente com o golpe.
Nenhum dos dois tinha mais munição e ambos sabiam disso, mas Ada também sabia que Sora tinha uma arma escondida na cintura. Se conseguisse chegar até ela...
— Vem aqui — o Urso falou, agarrando-a pelo tornozelo e puxando-a pela areia.
Ada soltou um gemido doloroso, mas aproveitou o impulso para desferir alguns golpes um tanto fracassados. Ela o agarrou pelo pescoço, mas era largo e forte demais, então rapidamente deu um soco curto e seco na garganta, fazendo-o tossir e vacilar.
Ela se afastou o suficiente dele para poder se colocar de pé novamente. Posicionou-se na frente de Sora, protegendo-o com a própria vida enquanto o Urso Branco se colocava em postura de luta.
— O demônio traidor vai defender a ratazana criminosa... que lindo — ironizou, ainda com a voz carregada de sotaque sérvio fortíssimo.
— Você fala demais — ela respondeu, partindo para cima dele.
Trocavam socos sem parar. Apesar do Urso Branco ser muito forte, Ada era a elite da elite. Aguentava as porradas que ele desferia, e devolvia em igualdade de violência. Levou um soco no rosto, sentindo a dor gritante do ferimento que com certeza tinha aberto um corte no lábio, mas não tardou com os olhos fechados, abriu-os novamente e revidou com um grandioso murro na mandíbula do adversário. Percebeu-o vacilar e aproveitou a oportunidade para dar outro, e outro, e outro.
