v i n g t - c i n q

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Mônaco

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Mônaco

Sentada no divã próximo à janela, Ada estava mergulhada em profunda melancolia, observando a noite da cidade acontecer bem diante dos olhos dela.

Não estava privada de sair, apenas não queria. Ficar trancada naquele hotel era como um castigo, mas ela não queria fazer muito mais além disso também. Malhava os membros superiores com os halteres que conseguiu e era assim que passava boa parte do seu dia quando estava sozinha. Por vezes tinha a companhia de Evie e Saori, mas andava tão mal humorada que evitava as garotas pelo bem delas.

Respirou fundo e apoiou os braços no batente da janela, depois ficou fazendo trancinhas nas pontas do cabelo com os dedos. Céus! O cabelo de Ada nunca esteve tão longo.

— Uh? — Expressou ao escutar alguém abrindo a fechadura do quarto de hotel dela.

Ada se colocou de pé, apoiando o peso na perna boa e segurou um vaso na mão. Ela estava forte o suficiente para sair na porrada com alguém, mas não podiam nem pensar em triscar na gaiola da perna dela. A dor seria absurda.

Entretanto, todo o ar hostil foi embora quando ela viu a silhueta de quem realmente entrou no quarto, e largou o vaso em cima da mesinha, correndo com dificuldade na direção dele.

— Sora! — Expressou, quase choramingando.

— Calma, não corre! — Ele riu quando ela pulou no colo dele, passando a perna boa ao redor da cintura. Sora a segurou no colo, mas manteve o cuidado com o tornozelo em tratamento. — Não fica pulando assim, Kimi-chan. Vai se machucar.

Ela não respondeu, apenas o abraçou com toda a força e segurou a nuca dele contra o corpo dela. Com o rosto enterrado na curva do pescoço de Sora, o rapaz pode sentir o breve soluço do choro escondido dela.

Ele se sentou na cama, ainda com a namorada no colo e acariciou as costas dela. Quando Ada novamente ergueu o queixo, estava com a pontinha do nariz vermelha, e a profundidade azul em seu olhar parecia turbulenta e angustiante, assim como uma tempestade em alto mar.

Fizeram carinho um no outro por algum tempo, apenas apreciando o calor dos corpos em silêncio. Sora fechou os olhos e sentiu o corpo dela pertinho do dele, esfregou a pontinha do nariz na bochecha dela e sorriu. Estava com tanta saudade de Ada, com tanta vontade de ficar agarrado nela a noite toda.

— Você sumiu por semanas — Ada choramingou, ainda agarrada nele como se Sora fosse fugir a qualquer instante. Ele nunca a viu tão sentimental quanto naquele momento.

— Não vou sumir hoje, eu prometo, Kimi-chan.

Trocaram alguns beijos molhados de saliva e lagriminhas, mergulhados em saudade e dor no coração. Só queriam ficar um com o outro, ignorando que existia um mundo terrível lá fora.

Cardeal - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora