[Livro 02] [Dark Romance]
Ciente de que se envolveu além do que deveria, Ada Miyamura segue em seu jogo duplo, tentando equilibrar a vida policial e o relacionamento com Sora Ikari. Presa num jogo onde pode perder tudo em ambos os lados, ela tenta...
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27 de junho de 2019 - quinta-feira - Tóquio
— Eu vou arregaçar a cara daquela desgraçada! — Yoko comemorou, batendo as luvas uma contra a outra enquanto se preparava para a luta.
— Yoko, você sabe que não é uma lutadora de verdade, né? É uma policial em missão — Amelie olhou de rabo de olho, notando como a companheira de equipe estava motivada. Yoko parecia ter sangue nos olhos.
— É dia de dar porrada em vagabundo, Valentino, não fode!
A equipe policial inteira estava ali. Exceto por Maya, que não fazia trabalho de campo, e por Ada, por razões óbvias.
Estavam no vestiário de Yoko, preparando-a para a luta. Hayato não costumava estar presente, mas dessa vez tinha sido convocado para ajudar na coleta de informações.
O plano já tinha sido feito: Matsumaru era o treinador da adversária de Yoko, e também era ex-funcionário do clube de luta de Taurus. Ele era um homem parcialmente acessível. O boato é que algumas cervejas eram suficientes para que ele abrisse o bico e contasse até seus segredos mais sujos, mas era difícil se aproximar dele.
Yoko iria lutar. Hayato fingiria ser o novo treinador para poder se aproximar de Matsumaru. Naoto e Amelie buscariam informações escondidas nos cantos mais escuros daquele clube de luta.
Hayato foi o primeiro a sair do vestiário. Caminhou ao lado da médica (civil) e seguiu Yoko, que fora anunciada para entrar no ringue. A loira comemorava, batendo as luvas e erguendo os braços. Ela parecia estar aproveitando muito bem a nova missão.
— Foco na luta — Hayato sussurrou para a companheira. Ela assentiu com a cabeça e subiu para o ringue, passando por baixo das cordas de proteção.
Da parte mais baixa, Iekami varreu todo o ambiente com os olhos, ignorando a comoção e alegria do público, até que finalmente encontrou Matsumaru do outro lado do local. Era um sujeito de pouca altura, rechonchudo e com cabelo apenas nas laterais.
Podia não haver nenhum segurança fortemente armado ao redor dele, mas Matsumaru estava sentado num lugar extremamente visível para os funcionários.
— Ah... vou me foder inteirinho pra fazer isso — Hayato suspirou e ajeitou os óculos.
A luta começou.
[...]
Ainda nos vestiários, Naoto e Amelie decidiram buscar pistas. O vestiário de Yoko estava limpo, então silenciosamente se espreitaram para o vestiário da adversária.
Sozinhos e escondidos, reviravam cada mínimo cantinho daquele lugar, buscando qualquer coisa útil. Absolutamente qualquer coisa serviria para que eles ao menos tivessem um norte para sua investigação, mas a sorte parecia não estar ao lado deles.
