[Livro 02] [Dark Romance]
Ciente de que se envolveu além do que deveria, Ada Miyamura segue em seu jogo duplo, tentando equilibrar a vida policial e o relacionamento com Sora Ikari. Presa num jogo onde pode perder tudo em ambos os lados, ela tenta...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
"Sun Tzu disse:
1 — De maneira geral, quem primeiro ocupar o campo de batalha estará à vontade. Quem chegar mais tarde ao local e imediatamente se atirar para o combate fá-lo-á já cansado.
2 — É por isso que quem sabe guerrear puxa o inimigo para o campo da peleja e não se deixa para ali ser levado por ele.
3 — Quem pretende fazer o inimigo vir de boa vontade terá de lhe oferecer vantagens. Quem não desejar que ele venha terá de o molestar."
As palavras do livro "A Arte da Guerra" de Sun Tzu, por alguma razão, soavam dentro da mente de Kuro.
Ele havia lido inúmeras vezes. Todos os treze capítulos eram tão frescos em sua memória quanto seu próprio nome. Ele aprendeu muito, e isso fez toda a diferença no seu desempenho como yugekitai.
Com uma mão no volante e os olhos na estrada, ele apenas escutava os ruídos do outro lado da linha telefônica, pois Sora Ikari estava ocupado colocando as coisas em ordem.
Assim que pisou no Japão e ligou o celular, Ikari ligou para avisar que havia entrado em contato com Shantall em Nova York e as coisas haviam saído completamente do controle. Quando Kuro escutou que Jay King bateu em Trixie, o corpo dele ardeu de ódio. Mas não era um ódio do tipo que se sai esmurrando e destruindo o que vê pela frente. Era um ódio muito pior.
— Ele vai trazer a Trixie para o Japão. Sora, fique de olho nos aeroportos — foi a instrução que Kuro deu, e o amigo prontamente colocou as gangues nas ruas.
Em silêncio, Kuro continuava com os olhos fixos na estrada, dirigindo numa velocidade altíssima em direção à Kamakura. Jay King não deveria estar muito longe, mas ele tinha algumas horas de vantagem, com sorte.
Durante muitos anos, Kuro se preparou para o dia em que descobrissem seu segredo. Ele era um homem que colecionou muitos inimigos, e sabia que cobrariam o sangue inocente quando tivesse a oportunidade. Ele já tinha tudo em mente, e só precisava chegar a tempo. Já havia ligado para Yukari arrumar as coisas às pressas. Àquela altura, as duas já deveriam estar com tudo quase pronto.
— Kuro, eu já coloquei as gangues na rua. Nós vamos procurar pela Trixie — Sora falou, soava quase desesperado do outro lado.
Sim, Yukio entendia.
Sora não tinha conseguido salvar Mizuki, então se sentia responsável, de certa forma. Ele apenas suspirou e sorriu de canto. Ah, como era bom ter amigos de verdade!
— Sora, obrigado por tudo — ele murmurou. — Não precisa mais se sentir responsável pela Trixie, mas se você ver a minha garota por aí, por favor, cuida dela.
— Kuro, o que você...? Tá abandonando a gente? O que tá acontecendo? Por que o King tá no Japão?
Ele ficou em silêncio, mas percebeu que precisava falar.
