v i n g t - e t - u n

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Amanheceu num dia nublado em Tóquio

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Amanheceu num dia nublado em Tóquio.

Pela janela da sala, Satoru bebia seu café, que nem com todo açúcar do mundo parecia ficar doce. O amargo das notícias o tinha destruído por completo. Olhou para o quintal, via os cachorros brincando, mas parecia que as palavras não faziam sentido na cabeça dele.

"O Hinxton foi atacado. Era uma ordem de morte para Ada, mas Yuna foi atingida por engano" a voz de Jez não saía da mente de Satoru, e ele sentia como se o ar fosse tóxico, como se o oxigênio o queimasse de dentro para fora.

Ele não teve coragem de ligar a televisão naquela manhã. Sabia que o noticiário estaria notificando um dos maiores desastres da história de Las Vegas (se não o maior em número de vítimas). E ele sabia que Yuna era uma delas. Satoru queria chorar, queria dormir e acordar no dia seguinte com a notícia de que tudo aquilo não passava de um mal entendido.

— Bom dia — Osamu falou, surgindo das escadas enquanto se espreguiçava.

— Bom dia — Satoru respondeu, a voz amarga e dolorida.

Osamu passou direto para a cozinha e começou a preparar seu café. Satoru decidiu que era melhor esperar que o amigo se alimentasse antes de receber a notícia que com certeza acabaria com seu apetite.

Além disso, Satoru sabia que no momento em que ele falasse, o mundo de Osamu se destruiria por completo. O mundo acabaria ali. Aqueles eram seus últimos minutos de paz.

— Que cara é essa? Ainda não tem notícias do Dario? — Osamu perguntou, sentando-se na poltrona de frente para o amigo.

Kawakami respirou fundo e apoiou a xícara na mesa de centro. Esperou até que o outro comesse o último pedaço de pão e suspirou.

— O Hinxton foi atacado ontem à noite — ele falou, notando a surpresa surgir nos olhos de Osamu.

— Quem atacou?

— Blackburn e... alguns membros da Hidra.

— Quem é Hidra?

— É o que estamos tentando descobrir, mas parece que há um grupo de inimigos fortes o suficiente para se levantar contra a Canis Major e a Orion — Satoru contextualizou. — Foi um ataque cruel.

— Mas... tá todo mundo bem?

Satoru respirou fundo e se sentou ao lado do amigo. Osamu sentiu a garganta arder e os olhos se enchendo de lágrimas. O lábio inferior tremeu e a respiração dele ficou muito mais pesada.

— O ataque foi comandado pelo seu irmão, Taurus — Satoru contou, as lágrimas já escorrendo pelo rosto. — As ordens eram para matar Ada, mas...

— Satoru... quem eles mataram?

— Osamu, eu sinto muito — ele não aguentou e começou a chorar, puxando o amigo para um abraço forte.

Cardeal - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora