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Não havia mais música tocando

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Não havia mais música tocando.

No momento em que sentiu Yuna caindo para trás, a música parou de tocar na cabeça de Yan. Ele só teve tempo de abraçá-la ainda no escuro, sentindo os respingos de sangue. Segurou-a pela cintura enquanto ela tentava se agarrar ao pescoço dele de forma firme, tentando não cair.

Ele se ajoelhou pouco a pouco, ainda no escuro. Não conseguia ver o que tinha acontecido, seu coração estava desesperado, e sua mente torcia para que não fosse aquilo que ele tinha pensado.

Quando as luzes se acenderam, o coração de Yan se partiu mil vezes e mais um pouco. Yuna tinha um buraco de bala no peito, e o sangue já se espalhava. Ele se ajoelhou no chão com ela ainda deitada. As pessoas ao redor começaram a se afastar com gritos finos, mas ele respirou fundo e apenas a acalmou enquanto a dor o consumia por dentro.

— Y-Y...an...— ela sussurrava, gemendo de dor baixinho enquanto chorava. Ele tirou a máscara dela gentilmente e depois a dele.

— Sh! Foi só um arranhão, meu amor. Você vai ficar bem — ele sorriu. Apesar da dor, não queria que sua garota se desesperasse. Ela agarrou o bíceps dele, engasgando com sangue, percebendo que tinha algo errado.

Yuna voltou a gemer o nome dele, chorando e choramingando, sentindo o abraço da morte pouco a pouco, mas ele apenas acariciou o rosto dela gentilmente enquanto notava a vida se esvair pouco a pouco do corpo da mulher que amava. Ele não queria que ela sofresse. Yuna não merecia sofrer.

— Tá tudo bem, meu amor. Tá tudo bem — sussurrou, acariciando o rosto dela. — É só um desmaio, eu estou aqui com você. Eu te amo!

— Y-Y...an... Yan...— ele acariciou o rosto dela novamente, sorrindo e beijando-a com gentileza.

— Eu te amo, meu amor. Eu estou aqui com você. Eu te amo... te amo... te amo...— sussurrou inúmeras vezes, observando a vida deixando o corpo de Yuna pouco a pouco, até que os olhos dela finalmente perderam o foco e Yan percebeu que ela estava morta.

Ele parou de respirar por um instante.

O mundo não existia. Todo o barulho parecia tão distante... ele ignorou quando a invasão começou. Ignorou a gritaria. Ignorou as pessoas correndo, visto que todos corriam para longe dele.

Yan gritou.

Um grito selvagem e cruel. O grito de um homem que tinha acabado de perder a única coisa que lhe importava na vida. O grito de um homem que perdeu a mulher que amava. A mulher inocente e que não merecia morrer. A mulher que dois minutos antes estava feliz e tinha aceitado se casar com ele.

Quando o tiroteio começou, Yan não tinha ânimo sequer para procurar o assassino de sua mulher. Fechou os olhos de Yuna gentilmente e secou as lágrimas dela com o punho de seu paletó. Em seguida, colocou-se de pé com ela nos braços.

Cardeal - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora