v i n g t - d e u x

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Na cidadezinha de Kamakura, Kuro caminhava de um lado para o outro em frente à enorme estátua de Buda

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Na cidadezinha de Kamakura, Kuro caminhava de um lado para o outro em frente à enorme estátua de Buda. Com o celular na orelha, não se aguentava de agonia.

Alô — a voz de Trixie soou do outro lado, fazendo Yukio respirar aliviado pela primeira vez em dias.

— Por Deus, mulher, por que não me atendeu? — Ele falou, não queria soar rude, mas ficou desesperado, mesmo Jez tendo assegurado que nada tinha acontecido com ela no ataque.

Kuro... me desculpa — ela soava triste.

— Eu não queria ser grosso com você. Desculpa — ele suspirou. — Trixie, como você está? Eu fiquei preocupado quando soube do ataque.

Eu estou bem. Não aconteceu nada comigo — ela deu uma risadinha. — Na hora que o tiroteio começou, os soldadinhos me levaram pro banheiro e me esconderam lá. Foi assustador, mas eu estou bem.

Soldadinhos... Kuro deu uma risadinha ao escutar a forma como ela se referiu aos seguranças do Hinxton. Ele fechou os olhos e inalou o ar puro da cidade, finalmente sentindo-se tranquilo em saber que Beatrice estava bem.

Yukio nem precisava perguntar para saber que Jay King a largou no meio do tiroteio e salvar a própria pele. Na verdade, ele preferia nem perguntar para não passar tanta raiva.

— Já voltou pra Nova York? — Kuro perguntou, colocando a mão no bolso e observando de longe a menina de doze anos de idade correndo pelo parque com seu brinquedo de bolhas de sabão. Por mais que já fosse uma pré-adolescente, ela ainda adorava bolhas de sabão.

Sim. Eu não falei com você esses dias porque o Jay estava sempre por perto.

Ele não estranhou minhas ligações?

Não. Salvei seu número como de empresa de cobrança e mudo de tempos em tempos. O Jay não duvida quando são dívidas. Eu realmente tenho muitas — ela riu com a piadinha, mas Kuro não. Ele franziu o cenho e respirou fundo.

— Eu estou resolvendo umas coisas, mas vou pra Nova York assim que for possível. Me manda seu endereço.

Não é arriscado demais?

— Pro King? Com certeza — Kuro cruzou os braços. — Me manda seu endereço. Quero te ver.

Ele respirou fundo enquanto Trixie prometia enviar o endereço por mensagem para que ele tivesse por escrito, pouco tempo depois, a mulher de cabelos castanhos presos num coque se aproximou.

— Trouxe seu ikayaki, Yukio — a mulher falou, entregando o espeto com a iguaria para ele.

Kuro... tem alguém aí com você? — Trixie perguntou assim que escutou a voz feminina do outro lado do telefone.

— Colega de trabalho — ele se afastou da mulher, acenando com a mão e indicando que voltaria em breve. Ela apenas concordou com a cabeça enquanto ele se afastou.

Cardeal - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora