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O piano gentil tocava notas suaves e melancólicas, embora bastante agudas, remetendo a uma felicidade passiva e tranquila

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O piano gentil tocava notas suaves e melancólicas, embora bastante agudas, remetendo a uma felicidade passiva e tranquila.

No palco, Colombina dançava, sorrindo com suas roupas bonitas e exuberantes, todas trabalhadas num belíssimo tom verde esmeralda. Dançando sozinha numa sala de estar. Ela parecia em paz e perfeitamente mergulhada num mundo só seu.

Pela lateral esquerda, Arlequim se aproxima. Caminha em pequenos pulos, aproximando-se de Colombina com sua alegria contagiante. Seu traje todo bordado com losangos coloridos se destaca no cenário, parecendo ainda mais alegre e dando ainda mais cor à vida de Colombina. Os dois se unem numa dança contente. A música torna-se mais alegre e bem mais agitada.

Colombina e Arlequim se olham profundamente enquanto dançam, mergulhados em profundo amor e paixão. A melodia exibe a profundidade e a grandiosidade do sentimento deles. Giravam, dançavam, rodopiavam pelo palco conforme Arlequim lhe roubava curtos beijos, como se estivessem escondidos.

No meio da dança, os atores congelam no palco.

A música calma e melancólica aprofunda-se em notas pesadas. Era como sentir a tristeza em ondas sonoras. Pierrot adentra o local e senta-se no degrau mais alto da escada no canto direito. Está silencioso e tristonho, tipicamente com suas roupas em preto e branco, e a lágrima desenhada abaixo de seu olho esquerdo.

Colombina e Arlequim voltam a dançar. Pierrot assiste do topo da escada, silencioso e imóvel, apenas admirando a dança e o amor palpável do casal.

Repentinamente, todas as luzes do cassino se apagam. Tudo fica escuro.

Yuna agarrou o braço de Yan em sua cintura com medo. Alguns sussurros foram ouvidos. A música também acabou e só podia se escutar os sussurros e o som da chuva caindo lá fora. Todos pareciam confusos. Algo tinha dado errado?

— Medrosa — Yan sussurrou no ouvido de Yuna, abraçando-se à ela com um pouco mais de força. Ela deu uma risada envergonhada. Não conseguiam se ver por conta da escuridão total, mas ela tinha certeza que ele estava sorrindo.

O palco começou a se acender lentamente, no mesmo ritmo gradual em que a música voltou. Arlequim estava no centro do palco, sozinho. Ele parecia perdido. Onde estava Colombina?

Ele procurou pelos cantos, mas não encontrou. Ele chorou num berro silencioso, dramatizando a perda de sua amada. Pierrot também não estava em canto nenhum, embora apenas o público soubesse da existência dele. Arlequim chorou, chorou e chorou. Procurou por todos os cantos com sua música pesada e melancólica, mas não encontrou.

Novamente as luzes se apagaram.

— Vai chorar, benzinho? — Yan a provocou, recebendo um pisão no pé vindo de Yuna. Ele engoliu o gemido de dor e o xingamento.

— Foi só um susto da primeira vez. Todo mundo foi pego de surpresa — respondeu em sussurros. Empinou o nariz por um instante, se segurando para não rir da reação do rapaz.

Cardeal - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora