Capítulo 18 - parte 3

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Entro na casa do Lucas, e o tio Jhonny deitou ele no sofá.

Vou até ele, o levanto um pouco, e sento, colocando a cabeça dele sobre o meu colo.

-Eu já ia atrás de você. Só demorei alguns segundos porque achei que estivesse entrado aqui, e não saindo correndo por aí.

Me aconchego mais nos braços dele, sentindo o perfume doce e macio da sua roupa.

-Tudo bem Bruno, só foi um excesso de ansiedade que me gerou um ataque de pânico, eu não ia fazer nada demais. -explico a ele.

-Mas você nunca teve isso antes. -Bruno questiona.

-Sim. Mas sabia da probabilidade.

E minha mãe chega com um chá.

-Lucas, é de camomila, é bom pra você se acalmar. -minha mãe diz.

E não gosto do que acabei de ouvir, saindo do colo do Bruno, e levantando.

-Se acalmar? Como quer que eu me acalme se vocês e também os pais do Bruno foram a razão de tudo isso?

-Lucas se acalma. -e Bruno levanta, vendo que estou um pouco alterado.

-Não me mande relaxar mãe, quando você ficou calada quando o meu pai ficou dizendo coisas que nem eu vou entender.

-Lucas, respeite a sua mãe! -ele vem dizendo.

-Devo respeitar a sua forma como pai também? O seu distanciamento?

-Mas do que você tá falando? -meu pai faz cara de espanto.

-De você pai! De sempre não ter sido como o pai do Bruno foi pra mim. Um verdadeiro pai, que me dá abraços e me beija, e se preocupa muito.

-Lucas, seu pai sempre fez o máximo que pôde. -minha mãe diz.

-E por que máximo mãe? Por que existe graus de barreira nisso?

Eles ficam em silêncio.

-Vão, me expliquem agora. -e aguardo uns segundos.

-Não vão me dizer isso também né? Eu vou embora daqui, tou muito cansado.

E passo pelos meus pais sem querer saber mais de nada, e subo as malditas escadas até o meu quarto.

Começo a jogar roupas na cama enlouquecidamente e pelo chão também, pego uma mala que tem em cima do guarda-roupas e vejo Bruno entrando.

-O que você tá fazendo?

-Eu vou pra a casa da minha avó.

-Na outra cidade?

-Sim. -respondo, impulsivamente, sem pudor nenhum.

-Mas e a escola? E eu Lucas?

-Eu não quero saber disso agora. -digo enquanto jogo roupas na mala.

-Ei, para para. -e Bruno me agarra por trás, com o calor do seu corpo me levando ao abraçar, me virando para trás. O seguro como se fosse o meu bote salva-vidas, a minha válvula de escape, o meu alicerce, a minha salvação.

-Shhhhhi. Não precisa chorar, eu tou aqui tá bom? O seu grandão tá aqui, e sempre vai estar. -eu finalmente o acalmo.

Minha mãe entra no quarto, e vou até ela.

-Me desculpa mãe! Eu fui um idiota. -digo, e a abraço, chorando como na maioria do tempo ultimamente.

-Tudo bem Lucas. Nós e os seus tios temos uma coisa pra conversar com vocês depois. -minha mãe diz, e me deixa impactado.

-E o que seria? -eu pergunto, não fazendo ideia do que é.

-Vocês saberão. -e vejo medo na face da minha mãe, e uma cortina de fumaça sombria.

Volto pra o Bruno, e ele me dá um beijo na testa, retornando ao aquecedor que é o seu corpo, olhando minha mãe sair do quarto.

-Acabou não dando tempo de falar. Minha melhor amiga Carine ficou noiva, e me convidou pra o jantar dela hoje a noite, você pode ir comigo Bruno? Queria muito que fosse.

-E perder a chance de aparecer com você de mãos dadas pela primeira vez? É claro que eu vou. -ele responde, me deixando ver que jamais me deixaria ir sozinho, e o príncipe que o Bruno é, ao sussurrar suas palavras derramando brilho por elas.

-Ao menos tenho isso hoje. Tirando você Bruno, o meu aniversário tá sendo uma merda. -eu desabafo pra ele.

-Eu entendo meu magricelinho. -e me aperta em seus músculos, podendo sentir até os seus ossos. Isso é o que digo de contato carnal. O sinto tão forte perto e dentro de mim ao ponto de ultrapassar a pele, e sentir a textura dos ossos dele sobre os meus.

O meu melhor amigo héteroOnde histórias criam vida. Descubra agora