Bruno
Olho o Lucas sair correndo e fico sem reação parado na porta de casa. Fecho a porta e olho pra os meus pais, com ódio cortante saindo por eles.
-Vocês percebem o que acabaram de fazer? -pergunto, numa voz odiosa.
-Mas filho nos não fizemos nada. -minha mãe fala se sentindo injustiçada.
-Ah não? E a cara que vocês dois esboçaram? -e aponto o dedo para os dois.
-Bruno na verdade nós já sabíamos. -meu pai fala.
-Ben.. -vejo minha mãe se virar pra ele e resmungar.
-Mas como assim pai? Eu só pedi o Lucas em namoro há poucas horas atrás. -eu estranho.
-Sua tia Alice nos ligou e contou pra sua mãe, e sua mãe me disse. -ele responde.
-E vocês vão dizer o quê? Que não gostaram também? -eu os interrogo, pondo as mãos sobre a mesa.
-Bruno, esse namoro de vocês não é apropriado. -o meu pai diz.
Na hora fico abismado, e minha face se indigna.
-Eu não sei qual é o problema de vocês, só sei que eu não tou nem aí pra nenhum de vocês. -e bato na mesa ao terminar de falar, e saio procurar o Lucas batendo a porta também. Eu realmente não me importo com mais nada, só com eu e ele, com nós, e com ele, sempre com ele, e sempre vai ser ele.
Lucas
Quando saio da casa do Bruno eu meio que perco um tanto da minha lucidez, e saio andando, sem ter ido pra casa.
A alguns minutos dali, já chegando perto da praça tenho uma tontura, e me dou conta que vou apagar, quando meu corpo fraqueja, e nesse exato momento alguém me pega.
Em meio a calçada estou deitado com a cabeça apoiada na perna da pessoa que está sentada no chão, e tento ver quem é, já que a minha visão está destorcida.
Ouço:
-Lucas, lucas, você tá bem? -e a pessoa me remexe um pouco, e minha visão começa a voltar, e é a pessoa mais improvável do mundo, o meu ex-namorado de uma semana, Carter.
Na hora penso, se o Bruno visse essa cena..
Volto a me reanimar, ao meu estado normal, levantando, e saindo da perna do Carter, esfrego a mão nos olhos.
-Carter, muito obrigado.. -e ele pega na minha mão, me ajudando a levantar.
-Senão fosse você ia cair no chão, e até bater a cabeça, muito obrigado. -digo, e o abraço, sem saber se ele gostaria disso.
Ele me abraça de volta.
-Mas o que houve Lucas? Você não parecia nada bem, e ainda não tá totalmente. -e noto o cuidado na fala dele.
Respiro. -É complicado. -e abaixo o olhar.
-Quer que eu te ajude a voltar pra casa? -ele pergunta gentilmente, e mal o posso negar uma ação tão altruísta.
-Eu aceito Carter, tou um pouco fraco. -e olho diretamente nos olhos verdes-esmeralda dele que não soube admirá-los enquanto podia.
E ele me apoia sobre o corpo dele, e me ajuda a me levar até a minha casa, que nem isso fiz, de levar ele até a minha casa quando estávamos namorando. Eu fui um babaca, e isso ninguém pode negar.
No caminho, que ficam a uns quinze minutos da minha casa, Carter fala:
-Eu sinto a sua falta. -e a cada palavra um calafrio me é acometido, da espinha até o vento frio que sopra por dentro do meu coração.
-Carter eu gostaria muito de conversar com você em outra oportunidade, afinal desde que terminamos não conversamos devidamente sobre o que eu fiz e você merece um pedido de desculpas com toda cordialidade.
Ele me lança um olhar ao eu terminar de falar isso.
-Eu aceito sem dúvidas nenhuma, quero muito ter essa conversa com você. -e sorri pra mim, com os seus lábios perigosamente carnudos e hipnotizantes.
Bruno
Vou até a casa dele, com certeza ele deve estar lá, embora tenha o perdido de vista no momento mesmo a casa sendo bem ao lado, só que o início é mais pra frente, o que me impediu de ver se ele entrou em casa.
Bato a porta, e ela se abre.
-Tia, o Lucas tá aí? -pergunto, preocupado.
-Não, ele não estava lá? -ela me responde, e já começo a perder o controle.
-Estava mas, houve uma coisa e ele saiu correndo, achei que estivesse aqui. -eu digo, começando a chorar.
E vejo a correndo de medo que invade as feições da tia Alice, e ela dá meia-volta e grita pelo tio Jhonny.
-Jhonnnyyyy..
-O que foi amor? - ele chega assustado.
-O nosso filho desapareceu, pega a minha bolsa pelo o amor de Deus! -ela implora, sem saber o que fazer.
-Anda, a chave do carro. -e quando estamos prestes a sair em busca do Lucas, vemos ele chegando, sendo ajudado, apoiado com o corpo em uma pessoa, e é o babaca do Carter, o irmão da minha ex-namorada.
Me direciono aos dois.
-O que houve Lucas? -pergunto, vendo que ele está visivelmente fraco.
-Eu ia caindo, e na hora o Carter apareceu, me deu umas tonturas.
-Vem filho, vamos entrar em casa. -e meu pai me pega no colo.
-Obrigado Carter. -o meu pai agradece, e acena com a cabeça.
-Obrigada filho, gostaria de entrar? -ouço também minha mãe agradecendo e convidando Carter pra entrar.
-Não senhora Alice, agora tenho que ir pra casa. -Carter fala.
E ela assente, tocando a mão no braço dele, e entra em casa logo em seguida.
Bruno
Ficamos só eu e Carter ali.
-Eu vou indo. -ele fala, e se inclina pra sua direção.
-Carter.. -falo, e toco no ombro dele.
E vejo a reação de surpresa em seu rosto, em vista que em nenhuma outra circunstância falei com ele tão diretamente.
Ele se vira pra olhar pra mim.
-Obrigado. -e confirmo com a cabeça.
-Não foi nada. -ele diz, e sai caminhando em rumo a casa dele, de tênis e roupa de correr.
E após isso entro pra ver o Lucas e conversar com ele. Temos muita coisa pra falar, e esse lance dos nossos pais não tá me deixando nada bem, entendo que foi um pouco surpresa pra eles mas até agora não vejo motivo de haver qualquer problema que interfira o nosso namoro, muito por outro lado, só há detalhes fraternos, e não há o que possa tirar o Lucas de mim, apenas em última opção, só ele pode me tirar isso.
Só você pode me tirar de você Lucas.
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O meu melhor amigo hétero
FanficLucas e Bruno fazem parte de uma família singular, cresceram juntos e desde então não se separam por nada. Bruno sempre foi o seu protetor desde seu diagnóstico com ansiedade, dessa forma, gerando um sentimento maior a ele. O tempo passa, a adolescê...