Capítulo 15

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  Manhã ensolarada

   Deitados na cama, olhando um pra o outro, pergunto:

   -Quanto tempo passamos aqui dentro? -eu questiono a Bruno.

   -Isso é verdade. -e Lucas pega o celular.

   -São nove. Provavelmente estivemos duas horas aqui.

   E surge uma pressa entre nós.

Pulamos da cama rapidamente para vestir a roupa.

  -Como vamos encarar os seus pais lá em baixo? -Bruno se preocupa.

   Assinto e respiro.

  -Eu dou o meu jeito Bruno, e pra não demorar mais é melhor você tomar banho em casa. -eu aconselho a ele e ao mesmo tempo a mim também, conversando enquanto nos vestimos, e como se o fato de vestir uma roupa rapidamente conseguisse disfarçar em algo o tempo que ficamos a sós no quarto.

  Termino de me vestir, e Bruno quase.

  -Eu sei que não precisamos disso mas você quer namorar comigo? -Bruno pergunta enquanto veste a camisa, e vem até mim.

  E com um brilho resplandescente surgindo e perpetuando pelos meus olhos e sem acreditar no que ouvi pergunto o olhando vibramente:

  -O quê? -com a voz um pouco falha.

  -Você quer ser o meu namorado? -ele repete, e sinto a sensação de perder o controle do corpo, e minha respiração fica fraca.

  -Sim, é claro que eu quero, é tudo o que eu mais quero. -e me infesto ainda mais naqueles malditos lábios, dessa vez pegando no queixo dele no final.

  -O meu maior desejo é que você fosse meu. -eu me abro ao Bruno.

  -Eu sou seu agora. -ele responde, com toda convicção e sinceridade.

  E quando terminamos o beijo, Bruno se movimenta em direção a porta.

  -Espera, eu vou descer com você. -digo, me largando dos seus lábios.

  Abro a porta e descemos as escadas devagarmente, e já nos deparamos com os nossos pais, todos na cozinha, olhando pra nós, uma bela ilustração senão fosse trágico, e a tia Carla está nitidamente brava, é o que o seu semblante mostra. Mediante a isso ela é a primeira a falar.

  -Onde você estava Bruno? Sabe como deixou eu e o seu pai? -ela diz, furiosamente.

  -Como podem ver mãe, eu estava aqui como o Lucas. -Bruno responde calmamente.

  -Mas não nos avisou, seu pai e eu ficamos preocupados, e muito, muito assustados. Nunca mais faça isso entendeu? -ela ordena, com uma lágrima escorrendo dos seus olhos.

  -Sim mãe, você tem razão, me desculpem. -ele assente, e se desculpa.

  E a tia Carla levanta.

  -Bom dia Lucas, e parabéns. -a tia Carla diz, me abraçando, ainda se recompondo do susto que o Bruno a fez passar, e secando as lágrimas.

  -Agora vamos. -ela diz.

  -Mais tarde nos vemos. -Bruno diz, o meu então namorado, pegando na minha mão, e a soltando eletrizantemente conforme vai andando.

  -Lucas.. -vem o tio Ben, gosto tanto dele, tanto quanto o meu pai.

  -Oi tio Ben. -e devolvo o generoso sorriso que ele me deu ao me abraçar, e dá um beijo ao lado da minha testa.

  -Parabéns. -ele fala, e sacode os meus ombros.

  -O meu outro garotão já está ficando um rapaz. -ele diz, captando o orgulho que ele sente em sua frase.

  -Obrigado tio. -agradeço, tão feliz que é difícil explicar por meio do que sinto no espaço que tenho dentro do coração, o que sinto pelo tio Ben é extremamente maior, ultrapassa as veias, artérias, e todos os tecidos do órgão que bate em mim, e me faz estar vivo.

  -Eu vou comprar o seu presente mais tarde, não fiquei muito preocupado, eu já sabia que o Bruno estava aqui, a tristeza dele ele espalhava por toda casa por meio do seu rosto quando não estavam se falando.

  Reflito.

  -Eu imagino. -respondo a ele.

  -Eu vou indo agora, não esqueça que a casa é bem ao lado tá? -ele me diz sorrindo, como se não quisesse que eu passasse mais tanto tempo ser ir lá.

  -Tá bem tio. -e sorrio de volta pra ele.

  Esporadicamente sinto que ele é o meu pai, e não o meu próprio, pela distinção entre um carinho sem tamanho do meu tio favorito e pela distância que sinto que meu pai tem comigo algumas vezes, embora seja um pai carinhoso também, o sinto longe de mim por alguns períodos, fato que sinto através do pai do Bruno totalmente o inverso, naturalmente, desde que nasci, como se tivéssemos uma aproximação maior.

  Eu amo o meu pai, entretanto tio Ben eu te amo um tanto mais, e pai me perdoe por isso, todavia não sinta essa necessidade de perdão, em razão de te amar também, como ele.

O meu melhor amigo héteroOnde histórias criam vida. Descubra agora